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Pope Francis waters a olive tree during a visit to Scholas Occurrentes in Cascais, Portugal, 03 August 2023. The Pontiff will be in Portugal on the occasion of World Youth Day (WYD), one of the main events of the Church that gathers the Pope with youngsters from around the world, that takes place until 06 August. ANTONIO COTRIM/LUSA/POOL
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O Papa tinha depois à sua uma oliveira, o símbolo de todas as Scholas Occurrentes espalhadas pelo mundo — e que até está na bandeira da fundação

ANTONIO COTRIM/LUSA

O Papa tinha depois à sua uma oliveira, o símbolo de todas as Scholas Occurrentes espalhadas pelo mundo — e que até está na bandeira da fundação

ANTONIO COTRIM/LUSA

Em Cascais, as 4 Paulas viram o Papa Francisco a regar uma oliveira e a dar a última pincelada numa "Capela Sistina"

Muitos tentaram ver o Papa em Cascais, mas o forte dispositivo de segurança impediu que os populares se aproximassem. Na fundação da Scholas Occurrentes, Francisco regou uma oliveira — e pintou muro.

Eram 10h40 em ponto, tal como o protocolo previa, quando o Papa Francisco chegou à sede da Scholas Occurrentes, em Cascais. Saindo do carro branco em que é transportado em Portugal, eram muitos aqueles que queriam estar perto do líder da Igreja Católica, que, minutos antes, já tinha conversado com jovens na Universidade Católica. À sua espera, no interior da instituição fundada pelo Pontífice, que outrora foi arcebispo de Buenos Aires, estava o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que esboçava um sorriso, e o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, que não escondia a emoção.

Antes daquele momento, na rua Gomes Freire, no centro de Cascais, já tinha havido grandes movimentações. Por volta das 8h, dezenas de pessoas já estavam à espera de ver o Papa. Era o caso de três freiras espanholas da Congregação das Servas dos Pobres de Almeria, que, olhando para o edifício amarelo que serve como sede da Scholas Occurrentes, tentavam estudar o melhor lugar para se posicionarem para poder ver Francisco. “Temos muita vontade de o poder ver”, confessa Elvia Martínez ao Observador, que é interrompida pela amiga María Paz Ruela: “Só o vimos na televisão. Esta oportunidade é única”.

Contudo, as expectativas das três freiras, que vieram esta quinta-feira de manhã de Ançã, em Cantanhede, onde estão hospedadas — a cerca de 240 quilómetros de Cascais —, foram defraudadas, uma vez que os seguranças e a polícia afastou os populares que desejavam ver Francisco por volta das 8h30. Foi também o caso de Ilda Maia, que saiu “de Mafra às 5 da manhã para tentar ver o Papa”, e de Maria Odete Anastácio, que chegou à rua Gomes Freire à mesma hora, vinda de São Domingos de Rana e que acolhe, em sua casa, 24 peregrinas espanholas. “São muito queridas, tem tudo corrido muito bem”, assegurou a mulher de 73 anos.

O edifício da Scholas Occurrentes em Cascais

ANDRÉ DIAS NOBRE/OBSERVADOR

Quem não teve problemas em ver o Papa foi Paula Assunção, que vive num edifício cinzento à esquerda da sede da Scholas Occurrentes. Da janela do 2.º andar, onde mora, a mulher pôde ver Francisco sem sair de casa. E não esteve sozinha — convidou três amigas. “Somos as quatro Paulas”, diz, entre risos. “É muito positivo que o Papa venha a Cascais, acaba por dinamizar a escola. Ainda para mais, pela génese da escola… Tem-se a ideia de que Cascais é de elite, mas também há dificuldades.”

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Funcionando com uma fundação que recebe jovens e tenta promover a inclusão social através das artes e do desporto, Paula Moura, que é voluntária nesta Jornada Mundial da Juventude e que tem ajudado um grupo de 1.600 peregrinas sevilhanas na Escola da Cidadela de Cascais, sublinha que é com este tipo de iniciativa que Francisco se distingue pela positiva: “É, acho, por vir a sítios pequenos, a escolas pequenas, que o Papa Francisco transmite a mensagem que somos todos iguais”.

A oliveira que o Papa regou e a bola de futebol que recebeu

Após cumprimentar Marcelo Rebelo de Sousa, que lhe deu um aperto de mão menos vigoroso do que em Figo Maduro, e Carlos Carreiras, Francisco entrou dentro da principal sala da Scholas Occurrentes, cujas quatro paredes estavam integralmente pintadas pelos jovens que a frequentam. Lá, o Papa deu a última pincelada num mural com mais de três quilómetros de distância, que se estende para fora do edifício amarelo.

O Papa a ser colocado em frente à oliveira

ANDRÉ DIAS NOBRE/OBSERVADOR

No exterior do edifício, não havia peregrinos nem fiéis; apenas jornalistas e seguranças, assim como se avistavam dois snipers no terraço da Scholas Occurrentes. No discurso na fundação que criou em 2001 enquanto arcebispo de Buenos Aires, o Papa comparou as pinturas dos jovens à “Capela Sistina”, o que arrancou um sorriso dos presentes. “As Scholas possibilitam isto, que todos se sintam interpretados com respeito. Mas não é um respeito que é estático, é dinâmico”, prosseguiu.

Quando Francisco saiu da sala, a fadista Cuca Roseta, que tinha chegado por volta das 8h30 ao edifício amarelo, cantava a canção “Recado” visivelmente emocionada. O Papa tinha depois à sua espera uma oliveira, o símbolo de todas as Scholas Occurrentes espalhadas pelo mundo — e que até está na bandeira da fundação.

O assistente do Papa colocou a cadeira de rodas justamente em frente à oliveira. À sua esquerda, estavam vários membros da Igreja, incluindo D. Américo Aguiar, e à direita assistiam ao momento  Marcelo Rebelo de Sousa e Carlos Carreiras, dois políticos abertamente católicos. Primeiro, Francisco abençoou a árvore e, depois de um jovem lhe ter entregado um regador branco, regou a árvore, ainda que com alguma dificuldade.

As pessoas que assistiam da janela à visita Papa a Cascais

ANDRÉ DIAS NOBRE/OBSERVADOR

Numa altura em que se levantava vento em Cascais, a organização da Scholas Occurrentes entregou ao Papa uma bola de futebol feita de trapos daqueles que pintaram a principal sala do edifício amarelo. O pedido era simples: que o Pontífice a assinasse. Assim o fez — e agora a bola estará num jogo em Los Angeles, no Campeonato do Mundo de Futebol de 2026, que acontecerá nos Estados Unidos (e também no México e no Canadá).

As lágrimas de Cuca Roseta e de Carlos Carreiras

Pouco minutos depois de assinar a bola, o Papa saiu da Scholas Occurrentes acompanhado pela sua comitiva. Centenas de pessoas que estavam dentro do edifício amarelo saíram para tentar dizer adeus a Francisco, que acenava a todos aqueles que passavam na rua Gomes Freire. Entrando no carro branco, o Pontífice abandonava o local, assim como alguns seguranças que montaram um apertado perímetro de segurança.

Marcelo Rebelo de Sousa também saiu rapidamente, já que tinha de receber minutos depois, em Belém, a seleção feminina de futebol, que chegara da Nova Zelândia. Tendo sido questionado pelos jornalistas com várias perguntas, o Presidente da República apenas referiu que a organização do evento estava a ser “estupenda”.

Papa a acenou durante a manhã à multidão

ANDRÉ DIAS NOBRE/OBSERVADOR

Assim que o Presidente da República e o Papa abandonaram o edifício amarelo, as medidas de seguranças praticamente desapareceram. No local, ainda ficou Carlos Carreiras. Ao Observador, ainda com lágrimas nos olhos, o autarca confessou ter vivido uma “enorme alegria com muita emoção”. “É muito difícil conseguir transmitir por palavras aquilo que senti hoje de manhã. Já tinha estado com o Santo Padre duas vezes, mas este foi um momento muito especial.”

Igualmente emocionada estava Cuca Roseta. Em declarações ao Observador, a fadista diz ter-se tratado de um “marco” para a sua carreira: “Já tinha estado com o Papa Francisco em Roma, já tinha sido incrível, mas ele estar aqui [em Cascais] é algo que nunca imaginei ter a oportunidade. Poder ouvir e poder cantar com ele é mesmo algo incrível”. Embaixadora da Scholas Occurrentes, a cantora destacou igualmente ao Observador a importância da fundação para a comunidade: “Une pessoas de classes, religiões e profissões diferentes por um bem comum. E todas lidam umas com as outras sem julgamento, através da arte, do desporto e da tecnologia”. “Acho isto maravilhoso e adoro ser parte do projeto.”

Por sua vez, José María del Corral, teólogo que é o diretor mundial da fundação, considera que com a ida do Papa à Scholas Occurrentes “se fez história”, indicando que a “Capela Sistina” agora instalada no edifício amarelo “transcenderá a Jornada”. “O Papa usou o pincel para nos unir”, rematou com um sorriso no rosto.

 
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