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Joe Biden, o novo Presidente dos EUA, no meio da família, aos pés do monumento dedicado a Abraham Lincoln

POOL/AFP via Getty Images

Joe Biden, o novo Presidente dos EUA, no meio da família, aos pés do monumento dedicado a Abraham Lincoln

POOL/AFP via Getty Images

Entre Tom Hanks ao frio e Katy Perry "on fire": foi bonita a festa, Joe Biden

Hugo van der Ding viu o especial "Celebrating America", com estrelas pop a receber o novo Presidente dos EUA. O nível não foi sempre elevado, mas ninguém monta um bom show como estes americanos.

Do 45.º Presidente dos Estados Unidos — Donald J. Trump — disse um dos seus apoiantes às câmaras de uma televisão: “Ele é um génio. Aliás, é isso que o J. quer dizer”. Talvez a melhor descrição do homem que ontem deixou a Casa Branca pela porta das traseiras. E talvez a coisa mais genial que fez durante a sua presidência, ou, pelo menos, a que fechou com chave de ouro o seu mandato, foi não ter aparecido na tomada de posse do seu sucessor. Leva saudades, que é coisa que cá não deixas.

Claro que o dia era de Joe Biden e de Kamala Harris, mas mentiria se não dissesse que grande parte da festa foi ver o avião que levava Donald e Senhora de volta para a sua moradia com frente de mar na Flórida a desaparecer no horizonte.

E, para celebrar isso tudo, desta vez, em lugar do tradicional baile da tomada de posse (ou “inauguração”, como dizem os millennials e as pessoas ignorantes, e que, de resto, é sempre uma xaropada), organizou-se um concerto virtual sem público, a que se chamou Celebrating America.

https://www.youtube.com/watch?v=w33XwiOrQOI

O cenário era ao mesmo tempo impressionante e fantasmagórico: o Monumento a Lincoln e o enorme espelho de água que o liga ao Capitólio (a sede do Senado e do Congresso, não o teatro no Parque Mayer… ainda que, se pensarmos nisso, dava um espelho de água fantástico! Do Monumento a Lincoln ao Parque Mayer são — confirmei no Google Maps — 5,740.64 quilómetros em linha reta. Seria, seguramente, o maior espelho de água do mundo, mais uma inutilidade a juntar à maior feijoada do mundo, ao maior pastel de Tentúgal do mundo, ao maior bolo-rei do mundo e às melhores empadas de galinha do mundo que, na minha opinião, são do Café da Natália em São Pedro de Penaferrim, Sintra).

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De que é que eu estava a falar? Ah! Já sei. Todo o dito espelho de água estava iluminado por lanternas, em homenagem às centenas de milhares de pessoas que já morreram na América por causa da pandemia. De resto, mais nada, mais ninguém, só o escuro da noite e o silêncio. Esta frase, embora pareça de uma letra do André Sardet, creio que descreve bem o ambiente.

Bem sei que Washington é gelado nesta altura do ano, e seria de esperar que Tom Hanks também soubesse. As luvas ajudavam, mas a escolha de ter ido só de fato, sem um casaco de inverno, foi uma ideia tão boa como eleger Trump presidente.

O concerto abriu com Bruce Springsteen, sozinho, vestido de preto, de guitarra ao colo, nas escadas do Monumento. Dito assim, parece triste, mas foi bonito. Fosse como fosse, estes números de abertura são aqueles que ninguém vê. Ou porque não deram por que já eram horas de começar, ou porque o comando entretanto caiu para trás do sofá, ou porque a chata da pessoa com quem nos calhou estar em confinamento é daquelas que só se cala dez minutos depois de começarem os programas de televisão, apesar de não estabelecermos com elas qualquer espécie de contacto visual. No meu caso, não prestei grande atenção porque só ao fim de três minutos é que percebi que aquele senhor era o Bruce Springsteen. O tempo, esse grande escultor, escreveu Marguerite Yourcenar (que, por acaso, também envelheceu pessimamente). Brinco! O Bruce Springsteen está ótimo, sobretudo de cabeça, e a Marguerite Yourcenar não envelheceu nada pessimamente, porque sempre teve um ar péssimo, coitada. Mas era uma escritora maravilhosa, e nem todos podemos ser talentosos e bonitos ao mesmo tempo.

Entra então em cena um dos apresentadores, o principal, aquele que também estava no Monumento ao Lincoln. Falo de Tom Hanks. Confesso que odeio falar de Tom Hanks. Como ator é francamente bom (ainda que faça sempre o mesmo papel) mas como apresentador é uma nódoa, o que acontece muito, como o público português bem sabe.

É impossível não dizer de Tom Hanks que esteve o concerto inteiro cheio de frio. Mas daquele frio de fazer frio a quem está em casa a ver. De fazer pena. Bem sei que Washington é gelado nesta altura do ano, e seria de esperar que ele também soubesse. As luvas ajudavam, mas a escolha de ter ido só de fato, sem um casaco de inverno, foi uma ideia tão boa como eleger Trump presidente. O resultado foi um Tom Hanks hirto como o obelisco que tinha à frente, a falar por entre os dentes, e juro que cheguei a vê-lo a saltar num pé e depois noutro, para aquecer.

Para não acharem que só vou dizer mal, passo a dizer bem. À vez, umas pessoas que ninguém sabe quem são (não digo “pessoas anónimas”, como é moda, porque suponho que tenham nomes e que lá na casa delas saibam como se chamam), recitaram partes famosas dos discursos de tomada de posse de outros quatro presidentes, no caso Lincoln, Roosevelt, Kennedy e Reagan. Perceberam? Dois democratas e dois republicanos, que é para unir o país, o que deve ser suficiente deve, da maneira como as coisas estão… Nota especial para o discurso de Kennedy, lido por um miúdo dos seus seis ou sete anos (ou, pelo menos, com idade para ser neto do Bruce Springsteen). É bonito ouvir da boca de uma criança as imortais palavras de Kennedy: “Não perguntes o que é que o teu país pode fazer por ti, pergunta o que é que tu podes fazer pelo teu país”. Aliás, quase tudo é bonito dito pela boca de uma criança. Exceto, quiçá, os palavrões, daqueles mais cabeludos. Tem graça, sim, mas acaba por ser ordinaríssimo. Adiante.

Talvez um dos momentos mais arrepiantes da noite tenha sido quando Yo-Yo Ma acabou de tocar, levantando o arco, triunfal (que engraçado, a diferença que faz aqui esta vírgula). No lugar onde estaria seguramente uma ovação de pé, esteve apenas o silêncio da noite. E o silêncio, e a razão para a falta de público, foi muito mais forte do que qualquer aplauso.

A segunda apresentadora, Eva Longoria, muito mais esperta que Tom Hanks, estava num estúdio, no bem-bom, no quentinho, podendo até dar-se ao luxo de estar de mangas cavas, imaginem. Falou da pandemia, tema inevitável, a que se voltou ao longo de todo o concerto. Mostraram-se as pessoas que estão na linha da frente (outra expressão que acho péssima, mas os jornalistas inventam estas coisas e depois toda a gente começa a dizer. É o que dá lerem jornais em vez de lerem Proust). Não apenas os profissionais de saúde (outra), mas também aqueles que distribuem o correio, aqueles que apanham o lixo das cidades (bom, e do campo, que não me consta que no campo o lixo se apanhe sozinho, mas não vou jurar). Lembrou-se ainda os voluntários, incluindo crianças, que dão o seu tempo para ajudar quem está sozinho, quem está a passar fome, quem está desesperado. E vimos imagens verdadeiramente comoventes da cerimónia da véspera, naquele mesmo espelho de água, quando Biden e Harris prestaram homenagem às vítimas da Covid na América — centenas de milhar — acendendo as tais lanternas e fazendo um minuto de silêncio. De resto, vimos também imagens de cidades um pouco por toda a América de edifícios públicos que acenderam as suas luzes com o mesmo propósito. Não será o único momento comovente da noite.

Num verdadeiro blast from the past, aparece Jon Bon Jovi, todo lampeiro e fresco, em Miami, assim num sunset com os seus músicos para cantar o seu clássico “Bed of Roses”. Imaginem, que seria. Cantou uma bela versão de “Here Comes The Sun”, dos Beatles. Mas gosto de imaginar que, num universo paralelo, os Beatles estavam algures a cantar uma versão de “Bed of Roses”.

Tornando a coisa um pouco mais erudita, aparece, de novo nas escadas no Monumento, o virtuosíssimo músico Yo-Yo Ma, com, imagine-se, um violino tão grande, tão grande, tão grande, que até o tinha de ter pousado no chão e preso no meio das pernas. Estou a brincar, claro que sei que era um violoncelo. Ainda que, em boa verdade, é isso mesmo que é um violoncelo: um violino tão grande, tão grande, tão grande, que até se tem de ter pousado no chão e preso no meio das pernas. Tocou uma peça interessante com cujo nome não vos vou maçar/humilhar por não conhecerem.

Talvez um dos momentos mais arrepiantes da noite tenha sido quando Yo-Yo Ma acabou de tocar, levantando o arco, triunfal (que engraçado, a diferença que faz aqui esta vírgula). No lugar onde estaria seguramente uma ovação de pé, esteve apenas o silêncio da noite. E o silêncio, e a razão para a falta de público, foi muito mais forte do que qualquer aplauso. Como dizia o outro, quando se ouve Mozart, o silêncio que se segue ainda é Mozart.

Depois, diretamente de Austin, no Texas, uma espécie de Serpa americana, o meu número preferido da noite: os Black Pumas cantaram um maravilhoso "Colors". Que pinta, caraças! Que pinta! E, sem querer estar sempre a bater no ceguinho, que diferença entre isto tudo e o sinistro "My Way" com que o presidente anterior inaugurou o baile há quatro anos.

Depois do intermezzo, eis que surge o chefe da banda: ele mesmo, o 46.º Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Falou de pé, e aos pés de Lincoln, mas não lhe chegando aos calcanhares, pelo menos literalmente. Curiosamente, e ao contrário de Hanks, não parecia ter frio. De todo. O que é que eu acho? O que eu acho é que Biden, homem experiente e que já anda nisto há muitos anos, não saiu de casa sem a sua Termotebe e umas ceroulas polares. Assim evita fazer figuras a bater o dente. O discurso foi uma versão mais curta do discurso notável que tinha feito durante a cerimónia de tomada de posse propriamente dita. Como já o tinha ouvido com toda atenção de manhã, aproveitei para ir fazer xixi, que ninguém se lembrou de pôr uns intervalos nisso. Só os anúncios teriam rendido, de certeza, uma pipa de massa. Às vezes, acho que sou a única pessoa inteligente no Universo, credo.

Mas voltei a tempo de ouvir um belíssimo “Better Days” cantado por Justin Timberlake e o Ant Clemons. Como já perceberam, e se não perceberam ficam agora a perceber, as músicas tinham todas uma forte mensagem política. Só faltou o pequeno Saúl Ricardo, para mandar o ex-presidente Trump para o caraças com aquela música do bacalhau.

Depois, diretamente de Austin, no Texas, uma espécie de Serpa americana, o meu número preferido da noite: os Black Pumas cantaram um maravilhoso “Colors”. Que pinta, caraças! Que pinta! E, sem querer estar sempre a bater no ceguinho, que diferença entre isto tudo e o sinistro “My Way” com que o presidente anterior inaugurou o baile há quatro anos. Nada contra o “My Way”, mas começar uma presidência com uma música que diz “agora, que o fim está a chegar”. Chiça.

Seguiu-se uma bonita homenagem aos professores, outra das classes mais sacrificadas durante esta pandemia, e duplamente: nas aulas presenciais expõem-se ao risco de contrair o vírus, e nas aulas à distância, são obrigados a mostrar as suas salas, quase sempre sinistras. Sobretudo as dos professores das áreas de Ciências, que, por norma, ligam menos à estética do que, por exemplo, os de Artes ou de Literatura. Antes de cantar “Times Like These” a partir de Seattle, Dave Grohl, dos Foo Fighters, fez mais uma homenagem a uma professora, no caso a mãe. Não há como os americanos para conseguir pôr-nos uma lágrima ao canto do olho, de facto. Fui ver, e Virginia Grohl, mãe do músico, foi professora de Inglês. Talvez tivesse uma sala assim mais em condições.

O ator, músico, compositor, rapper, dramaturgo e mais uma data de coisas, que o homem parece que tem bicho carpinteiro, Lin-Manuel Miranda, recitou um texto ótimo que afinal era um discurso de Biden. Não menos ótimo por causa disso, mas, não desfazendo, muito mais bem dito por Lin-Manuel, se o Lin-Manuel me permite a familiaridade de tratá-lo por Lin-Manuel, espero que o Lin-Manuel não se importe. Dizer Lin-Manuel é uma sensação ótima. Há nomes assim, e Lin-Manuel é um deles. Ora, experimentem.

Para subir a parada, como gostam os americanos, a ligação seguinte foi para fora do nosso Planeta. Deve ter ficado uma conta calada, a ligação. Quer dizer, aquilo já passava das dez da noite, acho que é mais barato. Pelo menos dantes era assim, quando os telefones ainda tinham períodos, que eram um bip que tocava e a pessoa ficava a saber que já estava a arder mais vinte escudos (que, à época, dava para comprar quatro saudosas pastilhas Gorila, que é uma pena já não se encontrarem em lado nenhum porque, pese embora os seus trezentos componentes cancerígenos, são uma doce recordação de infância). Pronto, perdi-me outra vez.

Apaixonados ficámos todos também por John Legend, que, nas mesmas escadas, ao piano, sem frio, no meio da penumbra, com um vago foco de luz, cantou "Feeling Good", da imortal Nina Simone. Quer dizer, "imortal" talvez não seja a palavra certa, posto que, coitada, já lá está. Cinco estrelas!

Ah! A ligação extraplanetária foi, claro para a Estação Espacial Internacional, onde estavam quatro astronautas colados uns aos outros e sem máscaras porque, graças a Deus, o bicho ainda não chegou lá. Fica sempre muito engraçado dizer “graças a Deus” quando se fala de ciência em geral e de engenharia aeroespacial em particular. Foi, claro, comovente o testemunho dos astronautas. Quer dizer, deve ter sido, que ninguém ouviu, transfixados que estávamos com o longo cabelo de uma das astronautas, que esvoaçava graças à gravidade, no caso, à falta da mesma. Uma espécie de vestido da Marilyn, mas na cabeça.

Outro grande momento foi o discurso de Kamala, de novo nas escadas do Monumento e também sem frio. Kamala é ótima. Não admira que o mundo esteja apaixonado por Kamala. Para além de todas as suas qualidades, é uma oradora fantástica. O cargo para que foi eleita, como sabemos, não tem importância nenhuma, mas esperemos que seja a antecâmara para que a América tenha, finalmente, a primeira mulher presidenta, a seu tempo. E o primeiro primeiro-cavalheiro, para ver se os homens gostam de ver esmiuçada a sua roupa, maquilhagem e cabelos.

Apaixonados ficámos todos também por John Legend, que, nas mesmas escadas, ao piano, sem frio, no meio da penumbra, com um vago foco de luz, cantou “Feeling Good”, da imortal Nina Simone. Quer dizer, “imortal” talvez não seja a palavra certa, posto que, coitada, já lá está. Cinco estrelas!

Numa tentativa de unir a América, chegou a vez de piscar os olhos àquela América burgessa e azeiteira, desta vez a partir de Los Angeles e pela voz de DJ Cassidy e de Luis Fonsi, com o seu “Despacito”. Isto é superior às forças deles, coitados. A Europa não é Paris e a América não é Nova Iorque. E tem de haver espaço para toda a gente. E, mais uma vez, como aquilo não teve intervalos, fui fazer mais xixi. Não se pense que tenho algum problema na bexiga, sou é um alcoólico funcional com um metabolismo muito acelerado. Brinco. Tenho um metabolismo normal.

Ainda com algum azeite, mas uns furos acima, chegou a vez do country, esse género musical que a América deu ao mundo, juntamente com os marshmallows e o McDonald’s, tudo coisas que, em excesso, são altamente eméticas. (Poupo uma ida ao dicionário: significa “que provocam o vómito”). Felizmente foi apenas uma música, a partir de Nashville, claro, nas vozes de Tyler Hubbard e Tim McGraw, “Undivided”. Escrita de propósito, explicaram. Também, que seria, escreverem uma música sem querer, não é? Brinco, estou apenas a armar-me em engraçadinho.

Chegou então o momento em que três antigos presidentes, Clinton, Bush e Obama, transformaram Donald Trump numa piñata humana, batendo-lhe à vez com uma cana. Tudo no sentido figurado, claro, e sem nunca dele dizer sequer o nome. Mas foi o maior enxovalho que imaginar se possa. Poça. Obama foi o que falou mais, creio que por ser o que mais facilidade tinha em ler o teleponto. Bush, pela mesma razão, foi o que falou menos. Clinton, creio que às tantas começou a improvisar. Fartaram-se de elogiar-se mutuamente, frisando que a maravilha da democracia passava também por presidentes de partidos diferentes se respeitarem e até admirarem. Obama disse mesmo que o momento que mais guarda na memória da sua própria tomada de posse foi a elegância com que Bush lhe passou o testemunho. A vergastada nas costas de Trump ouviu-se em Kuala Lumpur.

Tivemos também uma visão do interior da Casa Branca, onde a Primeira-Família abanava o pezinho ao som da música. Onde antes tínhamos o ar sopeiro-pseudo-chique de Ivanka Trump, aqui tínhamos o presidente Biden com um neto amoroso ao colo.

Com medo de que os olhos dos espetadores (na verdade, o mundo inteiro) começassem a secar, Demi Lovato cantou “Lovely Day”, acompanhada por um coro de profissionais de saúde, cada um na sua casa, ou no seu hospital. Foi de tal maneira comovente, que nem me atrevo a comentar que Demi estava pessimamente vestida. Tivemos também uma visão do interior da Casa Branca, onde a Primeira-Família abanava o pezinho ao som da música. Onde antes tínhamos o ar sopeiro-pseudo-chique de Ivanka Trump, aqui tínhamos o presidente Biden com um neto amoroso ao colo.

A noite terminou, a primeira noite de um mundo que esperamos novo, com Katy Perry. Já todos tivemos noites que acabaram bem pior. Impecável, de volta ao Monumento, num vestido branco, começou os acordes do seu “Firework”. E, no crescendo em que diz isso mesmo, Firework, pois que, sem surpresa, houve uma explosão dos mesmo. Um impressionante espetáculo de fogo-de-artifício. Mas impressionante à americana. E quando os americanos querem ser impressionantes, não há pai para eles. Justiça lhes seja feita, ninguém monta um bom show como eles.

A assistir ao fogo-de-artifício que iluminou o céu ultimamente tão negro de Washington estavam, na varanda da sua nova casa, Joe e Jill Biden. E, nos olhos dos dois, a palavra mais ouvida durante o dia inteiro: esperança.

Roubo as palavras de Nina Simone à interpretação de John Legend:

“It’s a new dawn
It’s a new day
It’s a new life
And I’m feeling good”

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