Foi uma investidura com um desfecho anunciado. O líder do Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, tentou reunir apoios para formar governo ao longo deste mês, depois de o Rei Felipe VI lhe ter dado a oportunidade de o fazer. O VOX, a Coligação Canária (CC) e a União do Povo Navarro (UPN) deram-lhe a mão, mas o líder popular ficou a quatro votos da maioria absoluta. Sexta-feira haverá uma segunda votação para que  Feijóo se tente tornar o próximo chefe de governo de Espanha, mas o desenlace deverá repetir-se, a não ser que haja uma surpresa de última hora.

Contra a proposta de governo espanhol votaram o PSOE, o Sumar, a Esquerda Republicana Catalã (ERC), o Junts Per Catalunya, o Eh Bildu, o Partido Nacionalista Basco (PNV) e o Bloco Nacionalista Galego (BNG), totalizando 178 deputados (a maioria alcança-se com 176). De esquerda ou com um cariz regional, nenhuma destas forças políticas parece querer mudar o seu sentido de voto na sexta-feira e todas estarão inclinadas a votar a favor de um governo “progressista” liderado por Pedro Sánchez.

O atual chefe de governo parece convencido de que será reeleito. Ainda num comício em Barcelona este domingo, Pedro Sánchez garantiu: “Vai haver um governo socialista. Para nós, é claro: há números [nos apoios parlamentares] para um governo progressista do PSOE com o partido de Yolanda Díaz”. Porém, para isso acontecer, nenhum dos partidos que votou contra a primeira investidura de Alberto Núñez Feijóo poderá mudar de ideias — e o secretário-geral do PSOE terá de convencer o Rei Filipe VI de que existe uma alternativa governativa. 

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