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Pintura de António Ramalho: Camões lê "Os Lusíadas" a D. Sebastião
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Pintura de António Ramalho: Camões lê "Os Lusíadas" a D. Sebastião

Pintura de António Ramalho: Camões lê "Os Lusíadas" a D. Sebastião

Há 450 anos, Luís de Camões deu "Os Lusíadas" à Língua Portuguesa e transformou-a

Foi ao longo de séculos que, de modo subtil, "Os Lusíadas", publicados há 450 anos, afinaram a nossa gramática, deram-lhe possibilidades e eliminaram imperfeições. Um ensaio de Carlos Maria Bobone.

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Até o título é estranho. Os Lusíadas, como se numa palavra se concentrasse aquele prodígio de erudição clássica e a invenção de uma língua, a contraditória e quase bizarra junção de planos divinos e humanos, a convivência entre Deus e os deuses, a homenagem e a originalidade deste épico sem heróis. A complexidade sintética do título é apenas um prenúncio, mas que dá uma ideia suficiente daquilo que atravessa Os Lusíadas.

A palavra tem evidente reminiscência clássica, com o sufixo próprio das grandes gestas. Ilíada, sobre a grande guerra de Ílion, Eneida, sobre os feitos de Eneias, de tal modo que o nome aponta logo para a grande aventura dos lusos. Tanto que, ao longo dos séculos, várias vezes o título foi singularizado: quando José Agostinho de Macedo escreve o Oriente e lança a polémica de fins de setecentos e princípios de oitocentos é comum vermos referências à Lusíada, como se o título se centrasse na epopeia e o grande feito de Vasco da Gama ganhasse foros de momento fundador de uma “alma Lusa”.

Ao mesmo tempo, porém, e como bem nota o padre José Maria Rodrigues no seu grande clássico de estudos Camonianos, As fontes dos Lusíadas, a palavra “Lusíadas” começa, com André de Resende e Jorge Coelho (filho, segundo Rodrigues, de Nicolau Coelho, comandante da Nau Bérrio e personagem de Os Lusíadas), a espalhar-se como um latinismo usado entre eruditos – também na forma Lysiadae – para designar o povo português. Esta ideia dá força à tese de Carolina Michaelis, e que se espalhou pelo ensino oficial, de que Os Lusíadas são menos um épico sobre uma viagem do que sobre um povo.

E se a importância da viagem do Gama é notória, a verdade é que é difícil, de facto, consagrá-la como o motivo de facto d’Os Lusíadas. Se excluirmos os episódios mais circunstanciais, como aquele em que Veloso entretém os companheiros com uma história de cavalaria que realça a bravura dos portugueses, há duas grandes súmulas da História portuguesa, narradas por Vasco da Gama e Paulo da Gama. Ambas podem, contudo, ser vistas como justificativas de alguma coisa que se passa durante a viagem. São usadas para explicar a importância dos portugueses e da sua viagem, de tal modo que toda a história do Reino se encaminha para aquele grande feito. Nesse sentido, a história de Portugal não pode ser vista como o tema d’Os Lusíadas, mas como uma espécie de enquadramento. O próprio Camões, quando declara os seus intentos, conserva esta ambiguidade. Pede que se calem “de Alexandre e de Trajano/ as navegações grandes que tiveram”, como se aquilo que trouxesse fossem novas proezas marítimas, para depois, em substituição, cantar “o peito ilustre Lusitano”.

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Exemplar da primeira edição d'"Os Lusíadas", de 1572, no Ateneu Comercial do Porto

Ricardo Castelo/Observador

Entre a História e a Poesia

A tese de que o centro do poema não é a viagem ganha força com o elenco de personagens “Albuquerque Terríbil, Castro forte” que surgem depois desta viagem. A associação da glória lusitana também à conquista – os Lusitanos “a quem Neptuno e Marte obedeceram” – que só virá depois da viagem do Gama ajuda-nos a perceber que o que está em causa é, de facto, mais do que aquela gesta concreta. Esta, aliás, parece menorizada pela própria intervenção divina. As grandes tempestades decididas nos bastidores do Olimpo, a intervenção de Vénus e de Baco, fazem daqueles que deviam ser os heróis uma espécie de joguetes de fortuna.

Foi esta ideia que levou Eduardo Lourenço, num exagero de desconstrução que não nos parece aceitável (embora tenha o seu quê de compreensível), a olhar para Os Lusíadas como uma epopeia do desejo, em que o grande herói é o poeta. O tema d’Os Lusíadas seria a tentativa de alçar, por meio do canto destes feitos, a grande epopeia Lusíada ao nível das antigas. O herói seria, assim, o poeta, aquele que fixaria os Lusíadas na glória, uma glória que só viria com os versos, que ainda não existiria de facto.

Ora, embora esta transformação pós-moderna do poema num relato sobre a própria poesia nos pareça excessiva, é bom acentuar a estranheza deste épico de herói ambíguo e tema variável. Estamos em crer que não haverá na poesia clássica nenhum comandante tão pouco ativo como Vasco da Gama, nem nenhum momento histórico que ao mesmo tempo se apague entre um passado e um futuro de igual glória. Note-se que, no poema, nem o propósito da viagem ou os motivos para que se torne tão famosa são claros. Umas vezes o grande feito é dar “novos mundos ao mundo”, noutras é o ir-se “dilatando/ a fé e o Império”, numas é a chegada à Índia, noutras o caminho, em que se vão derrotando “as terras viciosas” e conhecendo os segredos da Natureza e do mar. Há uma espécie de articulação entre a providência e a ação – de tal modo que as ações dos deuses em favor da tripulação portuguesa os torna insignes – e entre a ação individual e coletiva que faz do estudo da ideia de História e de poder aspetos centrais na compreensão d’Os Lusíadas. Daí que os estudos de Borges de Macedo e de Martim de Albuquerque (História e doutrina do poder n’Os Lusíadas e A expressão do poder em Luís de Camões) nos pareçam de capital importância. O poder, isto é, a influência dos grandes feitos de uns no carácter dos outros – ou o contrário, com o “fraco rei” que “faz fraca a forte gente” – e o modo como a boa-vontade da fortuna eleva os homens, dado que só os grandes homens se mostram merecedores dos favores dos deuses, é um dos grandes temas d’Os Lusíadas.

A influência d'Os Lusíadas é tal que se torna um problema necessário para a História das Ideias saber de onde é que o poeta tirou alguns dos episódios que se tornaram de alguma forma canónicos, a partir dele, na História de Portugal. Seria interessante completar o trabalho que o Visconde de Juromenha não conseguiu completar e estudar com o rigor que Maria Leonor Machado de Sousa emprestou ao episódio de Inês de Castro o episódio do Magriço.

Além do mais, sobre todas estes motivos pende a sombra daquelas palavras tiradas do “experto peito” do Velho do Restelo, que condena a empreitada como “vã cobiça” e que nunca são rebatidas. A mais eloquente das proclamações do livro, a grande peça de retórica, que nunca deixa de ecoar como um incómodo lembrete de que tudo aquilo é vão, faz-se contra a viagem.

Não é só, assim, a estranha articulação entre os deuses pagãos e o Deus dos cristãos que acentua a estranheza d’Os Lusíadas. Quando se acentua o lado renascentista de Camões e se declara Os Lusíadas o grande épico da burguesia (coisa que, com bastante justiça, António José Saraiva contestou) ou o épico da filosofia experimental (embora a geografia de Camões seja complexa, como já mostrou Orlando Ribeiro num ensaio publicado a propósito do quarto centenário de Os Lusíadas), parece-nos que maior justiça se faria ao poeta nesta vontade de abarcar tudo próprio da Renascença. Este é o épico a que o dito de Terêncio se aplica com mais justiça. Da cavalaria aos episódios amorosos, das drogas da Índia ao fogo de Santelmo, das mais rendilhadas fronteiras da Europa aos Samorins da Índia, das religiões pagãs e cristãs às libações de Baco e à carnal recompensa da Ilha das Virtudes, tudo, tudo, tudo, sem receio de contradição entre motivos e entre os próprios ditos (veja-se a relação entre Luso e Baco, que varia ao longo do poema, de pai e filho para companheiros ou senhor e vassalo), pode entrar. É tanto um poema cómico, com a famosa descida “mais fácil de descer do que de subir” de Velozo, como trágico, tanto um poema como uma Enciclopédia. A quantidade de monografias temáticas que se têm feito à volta d’Os LusíadasAs armas nos Lusíadas, de J. de Oliveira Simões, A flora de Os Lusíadas, do Conde de Ficalho, A astronomia dos Lusíadas, de Pereira da Silva – apenas mostram isso mesmo. Humboldt, no seu Kosmos, mostrou o profundo conhecimento marítimo de Camões; o conhecimento da mitologia, já mencionado pelo primeiro censor da obra, é flagrante; e o cuidado informativo nota-se em pormenores quase impercetíveis. O grande camonista brasileito Afrânio Peixoto nota como até palavras que nos parecem comuns adquirem significado técnico na boca do poeta. É exemplo disso a palavra “sair” que Camões usa com o significado marítimo técnico de desembarcar (“Porque saindo a gente descuidada”), ou “fundear”, no sentido de lançar ferro (“não entra pela barra e surge fora”).

Quando os mitos antigos deixam de ser necessários

Esta vocação enciclopédica de Os Lusíadas, o “honesto estudo” do poeta, transforma o épico num imenso jogo de referências escondidas e explícitas, como se se tratasse de uma grande reinterpretação de toda a História do mundo. Daí que o trabalho de pesquisa pelas fontes de Os Lusíadas não seja apenas um suspeitoso método de compreensão, como se conhecer as fontes implicasse conhecer os significados, nem um trabalho de contextualização histórica. É claro que a influência d’Os Lusíadas é tal que se torna um problema necessário para a História das Ideias saber de onde é que o poeta tirou alguns dos episódios que se tornaram de alguma forma canónicos, a partir dele, na História de Portugal. Seria interessante completar o trabalho que o Visconde de Juromenha não conseguiu completar e estudar com o rigor que Maria Leonor Machado de Sousa emprestou ao episódio de Inês de Castro o episódio do Magriço; é, por isso, importante do ponto de vista da História da cultura conhecer a familiaridade de Camões com as Crónicas de Duarte Galvão, das quais José Maria Rodrigues prova, por exemplo, que Camões retira o relato da batalha de São Mamede, como será importante, para perceber a ideia que Camões tem do épico em geral, ver a influência da Eneida no poema; no entanto, o referencial de Camões é tão vasto, há uma tal teia de homenagens tácitas e de reformulações mitológicas – do mito de Ácteon a variações do próprio Parnaso de Luís de Camões – que esta relação com o que está fora do poema acaba por se tornar também ela um dos temas do poema.

Em "Os Lusíadas", a solidez linguística de Camões é assinalável ("Camões na prisão em Goa", óleo sobre tela de Maureaux)

É de notar, aliás, que mesmo fora dos pequenos paralelos, a relação da viagem com as antigas façanhas, a substituição dos antigos heróis por novos, é um dos grandes tópicos do poema. A este respeito é, aliás, interessante a pista que dá Vitor Aguiar e Silva para compreender a Ilha dos Amores.

Este episódio, que tem suscitado as interpretações mais delirantes e as mais absurdas teses (a de Aquilino Ribeiro, de que o censor teria reescrito parte d’Os Lusíadas, é capaz de levar a palma), nota Vitor Aguiar e Silva que ocupa praticamente um quinto do poema. Ora, é significativo que seja este o momento em que os dois planos do épico, o dos deuses e o dos homens, se tocam. O que está em causa não é apenas o cumprimento da profecia de Baco, de que o feito dos portugueses levaria à substituição do antigo panteão e de que estes, pelos seus feitos, se tornariam eles próprios imortais. Neste sentido, a ligação entre os portugueses e as ninfas de Tétis seria uma espécie de confirmação literal da Natureza divina destes homens ou, pelo menos, da descendência que surgisse deste encontro. O que está em causa, para lá disto e da “recompensa” no seu sentido mais simplista, é esta noção de que revelar os segredos da Natureza é revelar os segredos divinos, e de que a Descoberta foi, em certa medida, um aproximar entre os Homens e os Deuses. O contacto com os deuses não é uma recompensa arbitrária, mas uma espécie de consequência lógica, revelar o mar é revelar os Deuses, saber o que eles sabem, tomar o lugar deles.

A Ilha dos Amores não é, assim, apenas uma espécie de apêndice erótico do poema, mas a chave que permite harmonizar dois planos que parecem desarticulados ao longo do poema. Se, numa interpretação abusiva, posicionássemos Os Lusíadas em relação à querela da língua que ocupou os poetas italianos renascentistas, poderíamos considerar Os Lusíadas como o poema que mostra o momento em que os mitos antigos deixam de ser necessários, o momento do fim da mitologia. Tudo aquilo que os antigos deuses tinham – os segredos dos ventos, dos mares, da guerra – ficam nas mãos dos portugueses, de tal modo que os deuses se extinguem na sua função. Vários críticos, de Agostinho de Macedo a Ezra Pound, se têm queixado da quantidade de deuses e da presença da mitologia como um corpo estranho n’Os Lusíadas; no entanto, parece-nos que o poema também pode ser entendido como uma elegia do mitológico, como o seu fim: esta é a derrota dos deuses antigos às mãos da cristandade, por via do conhecimento. A existência dos deuses dependeria do mistério das coisas agora reveladas.

Aquilo que é fácil reconhecer em certos escritores contemporâneos – que Eça, por exemplo, moldou o tom com que ainda hoje se usa a ironia ou o modo como falamos da mediocridade política – alarga-se com Camões à própria gramática. Em certo sentido, falamos todos Lusíadas, mais do que português.

O “pregão do ninho meu”

Se os temas de Os Lusíadas exercem um fascínio inesgotável sobre quem os leia, se é impossível ficarmos indiferentes à imaginativa construção do Adamastor e a personagens tão díspares como o Velho do Restelo e aquele Baco traiçoeiro, a verdade é que a língua e o estilo de Os Lusíadas são igualmente arrebatadores. A quantidade de cordas que Camões consegue tocar, do picaresco do dissimulado piloto e da chegada a Mombaça, à toada esperançosa da primeira vez que se ouve falar na Índia junto ao Rio dos Bons Sinais, da viva descrição dos anseios das mães e filhas na Batalha de Aljubarrota, naquela elasticidade capaz de passar do ardor dos guerreiros para a aflição das mulheres, num crescendo de ansiedade perante o aproximar da batalha, o ritmo impressionante com que, no princípio do canto V, descreve a descida da costa de África, fazem deste épico o mais moderno e dramático dos livros portugueses.

A inacreditável habilidade na gestão dos tempos, a exata medida dos episódios, capaz de suspender um segundo de espera por duas estrofes e de avançar quilómetros numa estrofe mantendo o colorido exótico e a novidade geográfica:

“Passamos o limite aonde chega
O Sol, que para o Norte os carros guia,
Onde jazem os povos, a quem nega
O filho de Climene a cor do dia;

Aqui gentes estranhas lava e rega
Do negro Sanagá a corrente fria,
Onde o Cabo Arsinário o nome perde
Chamando-se dos nossos Cabo Verde”

Aquele extraordinário poder de imagens (a majestade inclinada, o nome escrito no peito…), os movimentos contraditórios (“que sempre ante teus olhos te traziam/ quando de teus fermosos se apartavam”), os quiasmos (“dada ao mundo por Deus (que todo o mande)/ para do mundo a Deus dar parte grande”), tudo isto mostra o prodigioso domínio que Camões tem da língua.

Não caberia num artigo destes uma comparação com poetas contemporâneos ou anteriores; no entanto, quem quer que tenha um mínimo de familiaridade até com os maiores poetas de quinhentos, de Sá de Miranda a António Ferreira, percebe a solidez linguística de Camões. É impressionante como só Camões e, talvez, João de Barros, escrevem numa língua que nunca deixa de nos parecer próxima, contemporânea. Aqueles resquícios de uma gramática anárquica que vemos ainda em Fernão Lopes ou até mesmo num mais tardio Diogo Bernardes não se encontram em Camões. E, ainda assim, a sua gramática tem uma elasticidade e uma amplitude a que poucas vezes hoje chegamos.

Poucas produções literárias foram tão enriquecidas pela bibliografia secundária como a de Camões. Isso também demonstra a importância da obra (Camões lendo "Os Lusiadas", por António Carneiro)

Em certo sentido, Camões – junto com João de Barros, repetimos – definiu a língua portuguesa. Ora, isto, como mostrou Carlos Eugénio Corrêa da Silva no seu Ensaio sobre os Latinismos nos Lusíadas, deve-se em grande parte à recuperação de uma estrutura latina para a língua. A parte mais clara do ensaio de Corrêa da Silva é a dos vocábulos latinizados que, obviamente, alargam o espectro linguístico de Camões; esta não é, no entanto, a parte mais importante: o fundamental é a demonstração do modo subtil como Os Lusíadas afinaram a nossa gramática, lhe trouxeram possibilidades e eliminaram imperfeições. Aquilo que é fácil reconhecer em certos escritores contemporâneos – que Eça, por exemplo, moldou o tom com que ainda hoje se usa a ironia ou o modo como falamos da mediocridade política – alarga-se com Camões à própria gramática. Em certo sentido, falamos todos Lusíadas, mais do que português.

A riqueza de Os Lusíadas levou a que uma série de cabeças de primeira linha, numa devoção extraordinária, lhe subordinassem grande parte da produção intelectual. De Faria e Sousa, o primeiro grande comentador, ao Visconde de Juromenha ou a Epifânio Dias ou Costa Pimpão, vários são os estudiosos que se dedicaram, numa comovente paixão, àquilo que de mais precioso produziu a língua portuguesa.

Embora seja comum assistir à fúria dos amadores contra esta espécie de burocratas do camonismo, a verdade é que há poucos casos em que uma produção literária tenha sido tão enriquecida pela bibliografia secundária como no caso de Camões. Isso, de certa forma, também demonstra o lugar central de Os Lusíadas na vida intelectual portuguesa. Nada é tão sólido, tão largo, tão sábio e tão sensível quanto Os Lusíadas. Camões capta aquela frescura da novidade com os olhos deslumbrados diante de um mundo nunca visto sem nunca perder um mundo gigantesco de antigualhas que consegue abarcar no poema com uma destreza nunca vista.

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