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Há um unicórnio da animação à solta em Troia. E esteve quase para se ir embora

O THU era para ter saído de Portugal em 2015, mas João Vasconcelos impediu. De 19 a 24 de setembro, há "Guerra das Estrelas" e "Rei Leão" à solta em Troia. Mas a personagem principal chama-se André.

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Sete dias, 600 bilhetes esgotados. E não, não havia referências à “Guerra das Estrelas” ou à “Pequena Sereia” quando a internet soube que o Trojan Horse Was a Unicorn (THU) ia mesmo acontecer. Em Portugal. Nos 25 quilómetros onde nasceu, na península de Troia. André Lourenço tinha chorado durante duas horas no final do evento de 2015. Despediu-se das 500 pessoas que estavam no Centro de Congressos de Troia, porque “não fazia sentido continuar uma coisa que as outras pessoas não entendem”. As lágrimas não foram de crocodilo, mas tiveram gotas curtas. Pouco tempo depois, o setubalense descobriu que não precisava de fazer as malas e este ano vai sentar Doug Chian à mesa. Ao lado de Mr. Concept Art e de Brenda Chapman. Não faz ideia de quem são? Não se preocupe, o Observador explica.

Quando a princesa Ariel trocou a voz por pernas “de ser humana”, Brenda Chapman esteve lá. Ajudou a “A Pequena Sereia” a vencer a bruxa dos mares, Úrsula. E ajudou Bela a apaixonar-se pelo Monstro, com “sentimentos que são como uma canção”. Se chorou com o pequeno Simba, então decore outra vez este nome. Foi ela quem supervisionou a história que fez nascer toda uma geração “Hakuna Matata”. (É a rainha da selva?) E de Mr. Concept Art, não se conhece o rosto, conhece-se a arte. E não é para menos – o senhor da arte conceptual é considerado o designer mais inovador do seu tempo, um símbolo da comunidade, do amor e da criatividade.

Troia pode não estar numa “galáxia muito, muito distante”, mas de 19 a 24 de setembro, Han Solo, Leia Organa e Luke Skywalker “despertam em força” para uma plateia de 600 pessoas. Doug Chian traz ao THU a sua experiência enquanto vice-presidente e diretor criativo da Lucasfilm, a produtora fundada por George Lucas em 1971. Sim, o mesmo George Lucas que é responsável pelos fenómenos de bilheteira que são os sete episódios de “Guerra das Estrelas”. Se isso não bastasse a Chian, acrescentaríamos os vários prémios que já recebeu, incluindo o óscar para Melhores Efeitos Especiais pelo trabalho em “A Morte Fica-vos Tão Bem”, e as suas participações em filmes como “Forrest Gump”, “A Máscara” ou “A Guerra dos Mundos”.

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E tudo isto, que nasceu em 2014 da mente e do trabalho de um “setubalense fanático”, esteve com um pé fora de Portugal. Por falta de apoios oficiais, com uma dívida que ascendia já a 600 mil euros. Não fosse o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, ter lido a notícia do Jornal de Negócios a propósito do fim do THU, e Chian estaria em setembro a falar para uma plateia em Espanha, Grécia, Malta ou na Irlanda. “Quem quis mesmo isto foi a Irlanda, quando perdeu a Web Summit”, conta André. O Governo agarrou este unicórnio antes de ele partir, eram 5h da manhã em Singapura. E graças a Mark Zuckerberg. Mas já lá vamos.

Neste “Era uma vez” é provável que tenha de esperar pelas próximas sequelas para saber se há um final feliz.

Porque é que este cavalo de Troia é um unicórnio?

Nasceu em 2014 para cerca de 120 pessoas (oradores incluídos), mas foram menos de 50 aquelas que compraram bilhete. A ousadia de André Lourenço valeu-lhe um trunfo de ouro: Scott Ross, o senhor Hollywood, que começou por ser embaixador do THU e hoje é sócio do setubalense. Artista e empresário, foi ele quem lançou a produtora Digital Domain, em 1993, com James Cameron e Stan Winson, responsável pelos efeitos especiais do icónico Titanic (também é o rei deste mundo?), trabalho pelo qual venceu um óscar. Antes disso, tinha sido responsável pelo departamento Industrial Light and Magic da Lucasfilm, com o qual ganhou mais óscares. Lembra-se de “Quem tramou Roger Rabbit?” E das pernas de Jessica Rabbit?

Scott Ross é um nome incontestável das artes visuais em Hollywood. E André Lourenço quase desesperou para convencê-lo a meter-se num avião e viajar até Lisboa. “Era o grande nome do primeiro THU. Tínhamos artistas fantásticos, mas que não eram consagrados, não tinham ganho Emmys ou Óscares”, conta o setubalense de 35 anos. Para organizar o evento, André teve nove meses e vendeu menos de 50 bilhetes. “Quando o Scott chegou, as coisas foram acontecendo e houve um boom no final. Foi aí que percebi: ok, eu mudei isto e agora a minha vida vai mudar”, lembra.

E mudou. De um evento com 120 pessoas – “tive de arranjar esquemas para dar bilhetes às pessoas sem que o resto percebesse que eu os estava a dar”, conta – passou para uma comitiva com cerca de 400 pessoas. O sucesso foi incontestado por quem lá esteve, garante. No final da primeira edição, André percebeu que “tinha havido uma mudança nas pessoas todas”, sobretudo em Ross. O Senhor Hollywood rendeu-se. Não queria ser só orador, queria ser embaixador. Queria ajudar André a construir o evento. “Nem sabíamos bem o que isto queria dizer”, lembra. As respostas chegaram pouco tempo depois. Para o segundo THU, Scott conseguiu convencer Syd Mead, criador do “Blade Runner” — e uma lenda desta indústria –, a aterrar em Troia. Além dele, aterrou o primeiro vencedor de um óscar, Andrew Jones, responsável pelos efeitos especiais do “Avatar”, recorda.

E vamos a contas. Para a primeira edição do THU, André Lourenço contou com 1.500 euros em patrocínios e 40.000 euros de receitas de bilheteira. “A Câmara de Setúbal deu-me 300 ou 400 águas e pagou-me um almoço. Ninguém acreditou em mim. Eu sabia que tinha um produto bom. Não tive pessoas no primeiro ano porque desconfiaram do conceito, que era, de facto, completamente maluco. Mas eu sabia que ia conseguir triplicar o número de pessoas”, lembra. No final da edição de 2015, a dívida do THU subiu para cerca de 200 mil euros. Os patrocínios somaram 17.000 euros. André “esperava mais”.

Continuou. Em 2015, o setubalense – que também é o mais novo dirigente de sempre da primeira liga de futebol – consegue pôr o logótipo da Disney no poster do evento. A luta tinha começado há três anos. André seguia a diretora de talentos internacionais da Disney por todo o lado. “Onde ela estava, eu ia ter com ela. Fui a vários eventos, marquei reuniões, fiz várias Skype Calls, fui a Los Angeles de propósito falar com ela. Até que a convenci a vir. E ela convenceu o Paul Briggs a vir. E finalmente posso usar o logótipo da Disney”, conta.

Está a perguntar-se quem é Paul Briggs? Se tiver filhos, sobrinhos ou primos pequenos, pergunte-lhes quem é a Elsa e espere que comecem a cantar “Já passou”. Paul Briggs foi o storyboard artist responsável pelo filme “Frozen”. Com casa cheia no Centro de Congressos de Troia e uma mão cheia de oradores internacionais que fizeram o deleite dos fãs de animação, André Lourenço faz mais uma jogada: lança a THU TV. “De uma forma muito básica, é o Netflix para artistas”, explica. E, apesar do sucesso, dos “groupies” e dos produtos novos, no final do terceiro evento, os números não enganaram: as dívidas do THU somavam perto de 300 mil euros.

André tem 35 anos, formou-se em Design Industrial, mas sempre foi apaixonado por animação

HUGO AMARAL/OBSERVADOR

“O evento cresceu de um orçamento de 100 e pouco mil euros no primeiro ano, para um de 600 mil euros no terceiro. Este ano, o orçamento chega a 1,2 milhões de euros”, conta André. Mas nada parecia ser suficiente. No final do quinto dia da edição de 2015, o destino deste cavalo de Troia (que pelos vistos é um unicórnio) estava traçado. Aquela seria a última vez que os apaixonados por animação e entretenimento digital se reuniriam em Setúbal para ver e ouvir as lendas da indústria. André quis despedir-se. Mas a multinacional chinesa de tecnologia Lenovo não deixou. “Isto não vai acontecer. Quanto é que vocês querem para manter o THU? Deem-nos um número”, terão dito os responsáveis, agora recuperados pela voz de André. Ele deu. Eles cobriram. E a quarta ronda começou.

De Troia a Singapura. Pela mão de João Vasconcelos

Com o apoio da Lenovo, não havia motivos para André Lourenço e Scott Ross desistirem do THU 2016. Quando anunciaram que iam avançar para a quarta edição daquele que é considerado “o melhor evento” de animação e das artes digitais do mundo, “começaram a chover propostas” de outros países: Espanha, Grécia, Malta e Irlanda. “Quem quis isto mesmo foi a Irlanda, quando perdeu a Web Summit. O governo pagou-nos tudo para irmos lá e fazerem uma operação de charme”, conta. Zangado com a falta de apoios que teve em Portugal e com as “propostas financeiramente boas” que começou a receber de outros países, parecia não haver dúvidas: o THU precisava de uma casa, mas não seria portuguesa. Até que Marck Zuckerberg o acordou às 5h da manhã, em Singapura.

Antes de saber como é que o Facebook interfere com o regresso do THU a Portugal, uma nota: numa história onda há unicórnios, príncipes e princesas, há outro ingrediente que não pode faltar: o amor. Que não é digital nem animado. É apenas amor. Um dia antes do THU 2015, André casou-se com Kátia Serralheiro. Scott Ross foi o padrinho. “A Kátia teve uma proposta de trabalho fabulosa, irresistível, para ir trabalhar para Singapura. E para mim a família é tudo”, conta. Fez as malas e foi com ela, coordenava a equipa à distância. Eram 5h da manhã quando recebeu uma notificação do Facebook. João Vasconcelos, Secretário de Estado da Indústria, tinha lido a notícia que dizia que o THU ia sair de Portugal e mandou uma mensagem ao André através da rede social.

“Enviei uma mensagem pelo Facebook ao André e tentei entender as razões [da saída do evento]. Começámos a dialogar e, desde a primeira hora, com o Ministro da Economia e a Secretária de Estado do Turismo, manifestámos a nossa vontade em apoiar o THU. Penso que o mais importante que aconteceu foi termos desenvolvido uma melhor noção do que é a dimensão e importância do evento”, explicou João Vasconcelos ao Observador. O secretário de Estado tinha ficado a saber da mudança para outro país através da imprensa.

Antes de liderar a pasta da Indústria no Governo, João Vasconcelos foi diretor da Startup Lisboa

Michael M. Matias/Observador

André estava na cama quando viu a mensagem e levantou-se de repente. “Fui buscar os três anos de conversas surreais que tive com o Turismo de Portugal e enviei tudo ao João. Expliquei-lhe tudo e ele garantiu-me que o evento ia ficar em Portugal. A partir daí, nunca vi tal coisa”, relembra. Ao Estado, juntou-se a Câmara Municipal de Setúbal. Para a edição de 2016 há 150.000 euros em apoios, mas André não esquece a ausência de repostas dos institutos públicos com que deparou nos anos anteriores. “Na altura, nós já éramos dos eventos mais internacionais de Portugal. E eu bati às portas todas, sobretudo às do Turismo de Portugal. Mando emails ao Jim Morris, da Pixar, e ele responde. Em três anos, o Turismo de Portugal nunca me respondeu a um email”, conta.

Para João Vasconcelos, o primeiro passo já foi dado. “A partir do momento em que, na estratégia pública, atribuímos prioridade ao empreendedorismo e ao papel da criatividade e do design noutras indústrias, em que desenvolvemos projetos como a Startup Portugal e a Indústria 4.0, se há um evento que reúne o melhor do mundo nas artes digital, no 3D, na ilustração, nos jogos, no cinema – que é patrocinado pela Disney e pela Pixar – e que acontece cá, em Troia, então torna-se incontornável apoiá-lo”, afirmou ao Observador.

Scott Ross também parece não ter dúvidas. Ao Observador, explicou que o país pode ser um “parceiro essencial” do evento e que, por ser um país que financeiramente não pode competir com o Reino Unido, Canadá ou Alemanha, “tem de pensar de forma diferente e acreditar nos artistas”. Quando o Observador lhe pergunta o que falta para o cavalo de Troia atingir o sucesso total, é certeiro. “Dinheiro. E apoio de Portugal”. Quanto ao apoio, o primeiro passo já foi dado. O secretário de Estado da Indústria diz que este “é um setor que o Governo quer acompanhar de perto”. Mais: quer garantir que o país faz parte da mudança que está a acontecer no mundo. “Portugal tem ótimos eventos que, com um pouco de apoio e atenção, podem tornar-se ainda mais relevantes, não só para Portugal mas internacionalmente”, revelou.

Na edição de 2016., vão estar cerca de 800 pessoas presentes no evento

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André Lourenço e tudo a paixão levou

O THU não é só um evento, “é uma marca”, explicou André Lourenço ao Observador. É o resultado de uma manhã de nevoeiro na praia de Troia. De uma resolução de Ano Novo. De uma crise pré-30. “Tenho noção que até aos 29 anos podes errar à vontade, porque és miúdo e estás a aprender. Mas quando chegas aos 30 já passas por incompetente quando erras. Porque é que eu estava a falhar outra vez?” E sim, André tinha falhado. Uma, duas, três vezes. Até que voltou a arriscar. Antes de avançar para o THU, André esteve refugiado em casa durante três meses, de outubro a dezembro. “Queria reestruturar a minha vida toda”, conta.

Recuemos mais de 10 anos. André Lourenço lançou a primeira empresa, na área do Marketing, em 2002. Tinha 21 anos. Entretanto, a paixão pelo futebol e por Setúbal levou-o à direção do Vitória de Setúbal. Ainda hoje é o mais novo dirigente de sempre da primeira liga de futebol. “Essa experiência destrui-me. Foi o meu MBA. Era muito ingénuo, acreditava que ia mudar tudo, as velhas guardas. Aprendi imenso, evoluí, mas ao fim de 14 meses, optei por sair. A direção saiu toda”, conta, assegurando que continua “fanático” pelo Vitória de Setúbal, mas que nunca mais quer estar ligado ao futebol.

Voltou às empresas. Com 24 anos, tinha três, em áreas diferentes. Dois anos depois foi à falência. “Perdi tudo”, lembra. No total, as contas das empresas somavam cerca de 500 mil euros em dívidas. Fechou a atividade de duas das empresas e manteve a Black Orange aberta para servir como veículo financeiro. “Não declarámos insolvência porque queríamos pagar as dívidas todas”, conta. Sete anos depois, ainda tem 70 mil euros em dívidas para pagar. Conta que durante dois anos viveu entre a sua casa e o trabalho. Deixou de ir ao ginásio, de sair para se divertir. “Fomos ingénuos. Não tínhamos tanto mercado como aquele que achávamos, pensámos que ia correr sempre tudo bem e não nos preparámos para o que faríamos se alguma coisa corresse mal”, lembra.

As dívidas das primeiras empresas de André Lourenço totalizaram cerca de 500 mil euros

HUGO AMARAL/OBSERVADOR

Um telefonema inesperado levou-o à empresa que mais tarde daria origem à escola de animação Odd School e de entretenimento digital. “A Odd School foi o início daquilo que agora vemos em Portugal, a possibilidade de existir uma indústria, com criação de emprego, de receitas, de novas empresas. Poucas pessoas têm noção do potencial que isto representa para a economia portuguesa”, conta. Acabou por sair anos mais tarde, em rutura com os restantes sócios, já depois do boom que a escola viveu. Foi aí que decidiu fazer um novo balanço à vida, mas precisava de arranjar contactos na área da animação. Viajou, participou em vários eventos, mas nenhum o satisfazia. Criou-o.

Sobre o passado, diz: “Adoro falhar, falho todos os dias. Obrigo a minha equipa a falhar todos os dias. Não temos medo e percebemos que o processo de inovação só existe mesmo quando falhas”, confessando que teve vergonha do passado durante muito tempo. Mas em Troia, não há passado. Só futuro. Para a edição de 2016, cerca de 800 pessoas vão lotar o evento que vai trazer 50 artistas digitais do mundo todo a Troia, 12 empresas e muitos fãs. E se achava que o THU era uma evento, pense bem. André Lourenço garante que é um unicórnio.

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