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Portrait of Jonathan Swift
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Swift nasceu em Dublin a 30 de novembro de 1667; morreu na mesma cidade a 19 de outubro de 1745

De Agostini via Getty Images

Swift nasceu em Dublin a 30 de novembro de 1667; morreu na mesma cidade a 19 de outubro de 1745

De Agostini via Getty Images

Jonathan Swift e a arte da elegante inconveniência

O riso como redenção e crítica, como gesto político, é isso que encontramos nos textos do romancista irlandês feito mestre da sátira, agora que "Os Benefícios de dar Peidos" é publicado em Portugal.

A literatura está cheia de párocos terríveis, mas poucos são tão geniais como o irlandês Jonathan Swift (1667-1745), tornado famoso sobretudo pelo seu livro de aventuras As Viagens de Gulliver. Menos conhecidos, mas altamente cultivados por gente das letras, que os adoram (entre eles Fernando Pessoa, Jorge de Sena, Agustina Bessa-Luís, ou o humorista Ricardo Araújo Pereira), são os panfletos satíricos, de um humor negríssimo que passa pela coprofilia, escatologia e canibalismo e aponta a mira aos nossos estômagos, aos nosso olfato e sobretudo à nossa capacidade de olhar de fora para os lados menos dignos, digamos assim, da condição humana. A editora Guerra & Paz inaugura este 2021 com um desafio à inteligência humorística dos portugueses: quatro panfletos, publicados sob pseudónimo e, um deles (“Uma Modesta Proposta”), levou mesmo o editor à prisão.

Esta obra inaugura a coleção de Livros Negros da editora, que pretende assim “acolher livros malditos ou proibidos e textos satíricos (…) textos polémicos, de ataque descabelado ou exaltados manifestos políticos, sociais ou literários”, escreve o editor no prefácio. Resta saber como fica o estômago dos leitores.

Swift, o inventor da palavra feroz

Sobre Jonathan Swift é preciso perceber que aquilo que é dito é sempre apenas a parte visível de um discurso denso, com muitas camadas, muitos alvos a abater, muitas questões morais, religiosas, políticas, sociais implícitas. Precedendo Marquês de Sade, ele percebe que Deus já não habita a carne humana, ela é uma matéria que pode ser retalhada, que é putrefactível como acontece com qualquer animal. O outro lado do horror à sexualidade criado pelo cristianismo é a ausência de Deus — e sem Deus o homem é uma animal como outro qualquer.

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Os quatro textos humorísticos, que constituem este livro, têm todos como centro o corpo humano e a forma como através dele a natureza se impõe às regras da civilidade, como anula a docilidade dos corpos, como expõe a sua violência e logo a submissão a que estão sujeitos, em especial as mulheres.

A capa de “Os Benefícios de dar Peidos”, na edição da Guerra & Paz

“Os Benefícios de dar Peidos”, que tem aqui a sua primeira tradução para publicação em Portugal, pode ser lido como um exemplo do humor chocarreiro ou de caserna, mas o seu alcance é muito maior: dirigindo-se às mulheres, às quais se exige uma pureza petrarquiana, ele mostra que o peido é uma rebeldia porque, sendo um fenómeno biológico e necessário ao funcionamento normal do corpo, foi coberto de um total anátema. Socialmente banido, os sons e os odores que provoca são considerados um descontrole, uma incapacidade de adequação às regras sociais, um ataque às aparências mundanas. No corpo perfeito criado por Deus a decomposição não existe, exige o puritanismo vigente.

Na obra seguinte, “Cassino e Pedro: Elegia Trágica”, o tema não é muito diferente. Dirigindo-se novamente às mulheres (talvez por fazer tanto sucesso entre elas, Swift pareceu compreender bem o teatro de pureza que a moral e o espírito da época exigiam que elas representassem). Aparentando ser uma crítica à vaidade feminina e ao tempo gasto pelas damas a fazer a toilette, e convertendo-se numa descrição tão minuciosa quanto escatológica do quarto de uma senhora, o texto é, na verdade um exercício de ironia sobre as fantasias românticas que os homens alimentam sobre a honra confundida com a pureza moral e física das suas amadas. Na verdade, Swift desmonta corajosamente todo esse esforço gasto na mentira porque, mais uma vez, a natureza mostra, dentro de um simples penico, toda a sua perversidade. Afinal o que é a mácula, a desonra, quais os limites do enamoramento? São muitas as questões dentro de um curto texto impróprio para os estômagos e os humores mais sensíveis.

Quando decidiu criticar Inglaterra pela forma como estava a deixar a Irlanda na miséria, o escritor criou um dos mais célebres, fascinantes e ousados textos de humor negro jamais escritos: “Uma Modesta Proposta”. Publicado sob pseudónimo e levando o editor para a cadeia, esta espécie de proposta de culinária é um dos mais violentos ataques feitos a sua majestade Jorge I de Inglaterra. Sob a forma de manifesto, Swift propõe ao governo que, para matar a fome aos irlandeses e diminuir a quantidade de mendigos, os filhos dos pobres passem a ser comidos pelos mais ricos. Criancinhas de colo até aos dois ou três anos passariam a ser vendidas ao quilo e a sua carne tenra daria para várias refeições e até para festins. Irresistível para os cultores do humor negro, nunca terá havido um texto que supere este em astúcia e malícia. Ao apresentar o corpo das crianças como mercadoria e insinuar que não faltariam canibais entre os crentes e os súbditos de sua majestade, mostra a ténue fronteira entre o homem e a besta esfomeada. De uma assentada ataca o rei, o parlamento, a nobreza e o clero.

"Jonathan Swift, que Fernando Pessoa ou Agustina Bessa-Luís consideravam ter atingido a “ironia perfeita”, era homem que não parecia indignar-se com nada e ter sobre o mundo o mais gélidos dos olhares, que naturalmente lhe valeram muitos inimigos e uma vida cheia de polémicas e ambições frustradas."

Sendo ele próprio pároco, era muito sensível à ambivalência que o cristianismo introduziu ao criar uma fresta entre o espírito e a carne, abrindo caminho a todo o tipo de perversões e nenhuma moral pode ser absoluta (poderíamos dizer que, neste manifesto, ele antecipa Nietzsche e, de certa forma, diz que Deus morreu). Não é à toa que no romance As Viagens de Gulliver, as únicas personagens limpas e moralmente intocáveis são os cavalos Yahoos e nunca os povos que se parecem com o Homem.

Em “Resoluções — Para quando chegar a velho”, o mais nostálgico texto desta pequena antologia, é ainda e sempre a ideia de corpo, de obsolescência e de morte que prevalece. Curiosamente, neste opúsculo o autor dirige-se aos homens e dirige-se a si mesmo. Começa por aconselhá-los a fugir da companhia das mulheres jovens e, numa humildade que lhe desconhecíamos, repudia a velhice, a perda de faculdades físicas e mentais, mais uma vez a inexorabilidade da natureza rir-se do velho fanfarrão que se julgava imortal atira a toalha ao chão e com ela essa coisa terrível que tem a humanidade, as opiniões.

E neste reino negro não cabem os moralistas, os carreiristas do humor, os diletantes da graçola inofensiva, os que nunca experimentaram olhar e sentir sem obedecer às convenções de olhar e sentir, os que se indignam com tudo. Ora Swift, que Fernando Pessoa ou Agustina Bessa-Luís consideravam ter atingido a “ironia perfeita”, era homem que não parecia indignar-se com nada e ter sobre o mundo o mais gélidos dos olhares, que naturalmente lhe valeram muitos inimigos e uma vida cheia de polémicas e ambições frustradas.

Feroz e fúnebre, fascinado pelo mais obsceno e escatológico que há no humano, cropofilia, escatologia, canibalismo em todas as suas variantes possíveis e imaginárias, cheiros torturantes, piolhos, hálitos mortais, belas damas sem higiene oral nem vaginal, mas também aias da rainha, políticos, párocos. Todos convivem nos seus panfletos e textos satíricos, nos seus artigos de jornal e até na sua obra-prima As Viagens de Gulliver. O desgosto de Swift com a condição humana não tinha fim e o seu humor deve sempre ser entendido como uma crítica política e uma crítica ao Homens e a Deus.

Apesar de ter construído um humor que não parece tocar-lhe, tal é a racionalidade da sua edificação, a ausência de paixão e o triunfo absoluto do escárnio, Swift não deixava qualquer margem para ser atingido pelos golpes de outrem, como é tão característico do humor inglês, vivido como um jogo, um duelo, um treino da inteligência, do verbo. O escritor, além do dom da palavra, da relação defensiva com o mundo que ele transformou em sátira, era também dono do wit mais prodigioso que Inglaterra e a Irlanda conceberam, o que fazia dele um matador.

Jonathan Swift - Anglo Irish clergyman

Quando morreu, em 1785, Swift tinha 78 anos e no seu epitáfio estava escrito, pelo seu punho: "copy, if you can, this vigorous (to the best of his ability) Champion of Liberty"

Getty Images

Embora fragmentada em vários géneros, ensaios, panfletos, tratados, poesia, correspondência, sermões e miscelânea, a obra de Swift é vasta, sobretudo a poesia, embora esta seja pouco conhecida. Desde “A Tale of a Tube” (Fábula de um Barril, publicado pela primeira vez em português, em 2019, pela Guerra&Paz), Filosofia do Vestuário, Carta a um jovem cavalheiro, Conselhos a um jovem poeta, Bon Mots de Stella, passando por Cadenus of Vanessa (no qual ele, literalmente, inventa o nome Vanessa, hoje tão popular entre raparigas e mariposas, mas injustamente esquecido o do seu inventor).

Jonathan Swift é hoje uma celebridade entre humoristas e políticos e a fama que ele sempre ambicionou não só peca por tardia, como é tantas vezes usada e forma diletante sem que se toque o fundo dilacerante o absurdo que ele atingiu.

Um dos casos mais flagrantes é o romance As Viagens de Gulliver, cuja crítica moral e política foi totalmente rasurada quando o livro foi “transformado” numa obra de aventuras infanto-juvenil e passou a ser lido erradamente, sem se compreender que cada uma daquelas viagens tinha um alvo na vida social, monárquica e política inglesa. Aliás o livro será escrito depois de Swift regressar à Irlanda e de abandonar as suas ambições na política e na igreja em Inglaterra, onde esteve ligado ao partido dos Whigs e depois dos Tories. Foi também clérigo na St. Patrick Cathedral, em Dublin.

O campeão da coragem

A vida de Jonathan Swift, nascido em Dublin, na Irlanda em 1667 foi atribulada e difícil desde a infância. Com a morte precoce do pai, a mãe viajou para Inglaterra, deixando-o aos cuidados de um tio paterno. Este, colocou-o num colégio onde a sua inteligência foi notada e graduou-se com apenas 15 anos. Em 1682 forma-se na Universidade de Dublin

Em 1668, a Revolução Gloriosa acontece em Inglaterra, para onde parte Swift. A mãe e o tio arranjam-lhe trabalho como secretário do famoso advogado e membro da Casa dos Comuns, William Temple. Mas esta função não correspondia propriamente às ambições sociais de Swift. Os anos em casa de Temple foram afinal marcados pelo seu relacionamento com Esther Johnson, uma menina de oito anos, filha da dama de companhia da dona da casa. Este ambíguo e misterioso relacionamento vai manter-se até à morte desta. Com Esther, o escritor e poeta ganha o hábito de mudar o nome às mulheres com as quais se relaciona. Assim, Esther passa a ser Stella, nome que lhe guardará a eternidade e os volumes de cartas trocadas com o escritor ao longo de décadas.

Forma-se em Teologia, onde espera chegar a um lugar importante, coisa que nunca vem a acontecer. Swift ligara-se um grupo de intelectuais e polemistas do qual faziam parte o poeta satírico inglês Alexander Pope ou o satirista, matemático e físico John Arbuthnot mas, sobretudo, porque escreveu coisas que desagradaram profundamente a rainha e ela vetou a sua ascensão na hierarquia da igreja.

Em 1690, Swift começa a sofrer de tonturas e vertigens, doença dos ouvidos que leva à perda de audição, hoje conhecida como Doença de Ménières. Frustrado com a carreira como secretário, torna-se pastor da igreja anglicana e forma-se em Teologia, onde espera chegar a um lugar importante, coisa que nunca vem a acontecer. Swift ligara-se um grupo de intelectuais e polemistas do qual faziam parte o poeta satírico inglês Alexander Pope ou o satirista, matemático e físico John Arbuthnot mas, sobretudo, porque escreveu coisas que desagradaram profundamente a rainha e ela vetou a sua ascensão na hierarquia da igreja.

Fazendo parte do círculo restrito dos Tories, Swift vai dirigir o jornal O Exame quando estes estão no poder, além de escrever vários panfletos contra os Whigs. Mas, com a subida ao trono de Jorge I e o regresso dos Whigs ao poder, o poeta desolado pelo malogro, parte de regresso à Irlanda. Apesar destes desaires, o escritor era um conquistador e cultivava uma corte de damas à sua volta. Nesses anos londrinos, conhece a jovem, filha de mercadores holandeses, Esther Vanhomrigh, para quem ele vai criar o nome Vanessa, juntando o diminutivo de Esther: Essa ou Essy, com o holandês Van. Surge então o nome Van-essa. Para ela escreve o famoso poema Cadenus and Vanessa. Apesar do arrebatado poema, o escritor desinteressa-se da jovem holandesa. Quando parte para a Irlanda ela segue-o mas acaba por se encontrar e defrontar com a eterna Stella, que Swift tinha levado a viver na Irlanda e, há quem afiance, que se casara com ela em segredo. No entanto, nunca foram encontrados quaisquer comprovativos deste matrimónio. Entre 1714 e 1723, Swift viverá um inferno muito particular sendo disputado pelas duas Esthers e, supostamente, tento outro caso amoroso com a erudita, pré-feminista e membro restrito Kit-Kat Club, Anne Long.

Vanessa morre em 1723 e em 1728 morre Stella. Em 1726, os amigos londrinos conseguem um editor para As Viagens de Gulliver, que se torna logo um bestseller traduzido em toda a Europa. Em 1739, no seu estilo satírico escreve o próprio obituário embora nessa altura já tivesse alguns episódios de demência. Durante quase uma década a sua feroz inteligência assistiu à sua decrepitude e quando morreu deixou de testamento 10 mil libras para a criação de um hospício.

Quando morreu, em 1785, Swift tinha 78 anos e no seu epitáfio estava escrito, pelo seu punho, e com todo o seu wit:

Here is laid the Body
of Jonathan Swift, Doctor of Sacred Theology,
Dean of this Cathedral Church,
where fierce Indignation
can no longer
injure the Heart.
Go forth, Voyager,
and copy, if you can,
this vigorous (to the best of his ability)
Champion of Liberty

O sublime do humor negro

Quando em pleno século XXI vemos o mundo fechar muitas das liberdades sobre as quais se ergueu a civilização Ocidental, em nome de uma ditadura do politicamente correto, em nome de uma existência da qual foi rasurado todo o antagonismo, o mesmo que fez do homem o inventor da escrita e do revolver, é urgente lembrar que, como o planeta, o Homem constrói-se de violências e metamorfoses biológicas; do ato sexual ao parto, da aprendizagem mimética da vida adulta até à morte, toda a vida humana é uma sucessão de terramotos, sismos, injustiças, quedas, alegrias, esquecimentos. Não há como apagar a origem violenta do planeta e dos seus animais, não há como apagar os instintos de sobrevivência de perpetuação da espécie que nos empurram para o ódio ou o amor.

''Gulliver Wades Ashore'

Ilustração do protagonista de "As Viagens de Gulliver", com o protagonista da história em Lilliput

Getty Images

Eis-nos, no entanto, crentes que os homens são filhos de um sentimentalismo azul, feitos heróis a caldos de galinha (biológicos, claro), imunes à  agressividade, à injustiça, à manipulação, à complexidade daquela História que não vem nos livros porque é intocável pelos olhos, pelas mãos e pela palavra. Somos e seremos filhos do caos, que ergueu a bela montanha do Vesúvio e depois lançou a larva ardente que tudo em volta matou.  E, se é verdade, que as multidões já não se juntam para ver o judeu, a bruxa, o ladrão serem queimados no pelourinho, agora é a mesma boca salivante, é o mesmo coração palpitante de ódio que nos junta nas redes sociais, nas caixas de comentários dos jornais ou depor estátuas que as injustiças e justiças históricas os nossos antepassados ergueram.

Neste mundo tão frágil, tão cioso da sua opinião e da sua verdade, tornou-se impossível aquele jogo malvado, perverso, genial, que é o riso. Que faremos do riso, senhor? Que faremos das dionisíacas Bacantes, dos beijos licenciosos de Catulo, da poesia obscena do trovadores medievais, da orgiástica Ilha do Amor de Camões, dos inesgotáveis prazeres de jovem e pura Eugénie do Marquês de Sade? Serão queimados numa nova noite de cristal feita por aqueles que olham a realidade como um mar tranquilo, e o Homem como um manequim da montra de Rosseau, que podem dominar a seu bel prazer?

Em 1939, antecipando um mundo tenebroso, o surrealista André Breton considerou o humor negro uma “revolta superior do espírito” e Jonathan Swift um dos seu mais perfeitos cultores. Não se pode, segundo Freud ou Breton confundir o humor negro com a anedota, o gracejo, pois ele não se funda na experiência mas na razão. Diz Freud: “o humor tem não só qualquer coisa de libertador, analogamente ao espírito e ao cómico, mas também algo de sublime e elevado (…)”. No humor sublime, diz ainda o psicanalítica, o ego “recusa deixar-se pôr a nu”, não deixa  que o obriguem a sofrer a realidade exterior” Pelo contrário tudo pode ser transformado em prazer, como aquele homem que com a cabeça na forca afirma: É segunda-feira, ora aqui está uma semana que começa bem”.

O humor é aquela faculdade que alguns humanos têm de tentar “poupar-se a desgaste da dor da vida”. E, sendo uma coisa tão frágil, o humor é um meio capaz de nos libertar, exaltar”, afirma André Breton, de novo chamando à liça Sigmund Freud.

Para o pai do Surrealismo, o único humor capaz de revolucionar os espíritos era o humor negro; aquela capacidade de rir a partir de temas tabu, ou considerados incompatíveis com o riso, como a doença, a morte, o sofrimento, o escatológico, os mistérios do túmulo, as deficiências e debilidades do corpo e da mente.

Diz-nos Breton: “Para tomar parte no torneio negro do humor, é preciso ter passado em numerosas eliminatórias. O humor negro é limitado por muita coisa, como seja a estupidez, a ironia cética, o gracejo sem gravidade (…) mas ele é, por excelência, o inimigo mortal da sentimentalidade com cara de desespero – a sentimentalidade de fundo azul  — de uma certa fantasia a curto prazo que passa bastas vezes por poesia, que em vão procura submeter o espírito aos seus caducos artifícios (…)”.

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