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STR/AFP/Getty Images

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Kim Jong-un está a caminho da Coreia do Sul. O que será que vai trazer de lá?

Kim Jong-un encontra-se esta sexta-feira com o presidente da Coreia do Sul. É a primeira vez atravessa a fronteira. Pode haver um acordo mas o desafio é saber se Kim Jong-un vai respeitá-lo.

Nestes dias, não há ponte que importe tanto como aquela que ficou conhecida como Ponte das 72 Horas. Às 9h30 locais (1h30 de Lisboa) desta sexta-feira, espera-se que Kim Jong-un atravesse aquela ponte — conhecida por aquele nome por ter sido construída pela Coreia do Norte em três dias, em 1968, para uma troca de prisioneiros de guerra entre os dois países — para ser recebido pelo presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in.

São 150 metros de distância que, até agora, nenhum líder da Coreia do Sul ou da Coreia do Norte tinha atravessado. Kim Jong-Un vai percorrer pela primeira vez aquela terra de ninguém para se encontrar com o seu homólogo no lado sul-coreano de Panmunjom, a “Aldeia da Trégua” que está no centro da Zona Desmilitarizada da Coreia (ZDC).

A última vez que alguém atravessou aquela ponte com o intuito de chegar à Coreia do Sul resultou na mais recente troca de tiros entre os dois países. O protagonista chama-se Oh Chong-song, um militar norte-coreano cuja fuga para a Coreia do Sul em novembro do ano passado levou os soldados da Coreia do Norte a disparar para o outro lado da fronteira. Desta vez, em lugar de tiros, haverá um aperto de mão entre os líderes dos dois países irmãos.

O dia vai ser preenchido. Depois do encontro às 9h30 locais (1h30 de Lisboa), Kim Jong-un vai assinar o livro de convidados e de seguida será fotografado com Moon Jae-in. Uma hora depois, vão sentar-se para falar — e, supõe-se, decidir afinal o que querem retirar daquele dia. Depois cada uma das delegações almoça em separado. Na volta da refeição, os dois líderes vão plantar um pinheiro perto da fronteira e só depois devem anunciar se chegaram a acordo — e, em caso afirmativo, assinar um documento em conformidade. Depois, às 18h30 locais (10h30 de Lisboa), a delegação da Coreia do Sul vai partilhar com os norte-coreanos um banquete — onde, entre vários pratos típicos dos dois lados da fronteira, estará incluído um sti de batata, uma iguaria típica da Suíça, onde Kim Jong-un estudou na adolescência.

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Há um provérbio coreano que diz: “É mais fácil levantar algo acompanhado do que sozinho, mesmo que seja só uma folha de papel”. O que dirá a folha de papel levantada por Kim Jong-un e Moon Jae-in? E valerá de alguma coisa?

A paz e a desnuclearização: dois objetivos complexos e longínquos

Em declarações ao Observador, Mintaro Oba, antigo diplomata dos EUA que entre 2013 e 2016 foi um dos responsáveis pela política do Departamento de Estado para as Coreias, assume uma postura de “otimismo moderado”. “As duas partes estão interessadas em chegar ao mesmo objetivo, que é criar um ambiente positivo em torno deste encontro e garantir que isso passe para a cimeira de Kim Jong-un com Donald Trump”, diz, referindo-se à cimeira entre o líder da Coreia do Norte e o presidente dos EUA, da qual ainda não se conhece o local nem a data, sabendo-se apenas que deve acontecer no final de maio.

Em cima da mesa, há duas palavras-chave: paz e desnuclearização.

No caso da paz, o assunto pode parecer simbólico à primeira vista, mas um olhar mais cuidado revela uma questão acima de tudo complexa. Oficialmente, a guerra ainda não acabou. Em 1953, três anos depois do início do conflito que dividiu aquele país ao meio em plena Guerra Fria, foi assinado um armistício que silenciou — mas não arrumou —  as armas. As tréguas acordadas em 1953 (entre a Coreia do Norte e a China de um lado, e os EUA do outro, e com a ausência da Coreia do Sul, que recusou assinar o acordo) fracassaram.

“Vamos segurar com ainda mais força a inestimável espada do tesouro nuclear e continuar as batalhas contra os imperialistas com grande vigor."
Editorial do Rodong Sinmun, jornal da Coreia do Norte, em 2013

Assim, formalmente, para conseguir chegar a um acordo de paz na Coreia do Sul, tanto a China como os EUA teriam de ser consultados no processo — e os dois tinham de aceitar os termos do acordo. Embora seja possível as duas partes chegarem a um entendimento onde se comprometam os dois a cessar as hostilidades de forma definitiva, o mesmo não significa oficialmente um acordo de paz. Para chegarem a um tratado desse tipo, além da Coreia do do Sul e da Coreia do Norte, os EUA e a China também teriam de engolir o seu próprio orgulho, de maneiras diferentes.

Pelo lado da China, teria de haver uma aceitação por parte de Pequim dos termos dos EUA ao mesmo tempo em que Xi Jinping trava uma guerra comercial com Donald Trump e mantém profundos desentendimentos quanto ao Taiwan e ao clima de tensão militar no Mar do Sul da China. Pelo lado dos EUA, teria de haver uma votação de dois terços do Senado — onde há uma maioria republicana, realidade que só poderá ser alterada após as eleições intercalares de novembro deste ano — para aprovar uma assinatura norte-americana. E além disso, essa assinatura representaria algo que os EUA nunca fizeram e que, por isso mesmo, só aceitarão fazer com condições muito exigentes: reconhecer a Coreia do Norte como Estado.

[Veja no vídeo os detalhes, pensados ao pormenor, do encontro das duas Coreias]

E é precisamente aí que entra a segunda palavra-chave desta cimeira inter-coreana: a desnuclearização. A 6 de março, depois de uma visita de dois dias a Pyongyang, uma delegação enviada pelo presidente da Coreia do Sul indicou que Kim Jong-un tinha expressado a sua “disponibilidade para uma desnuclearização” e “deixado claro que não haveria razão para manter armas nucleares se a ameaça militar à Coreia do Norte for eliminada e a sua segurança garantida”. E a 22 de abril, Donald Trump reagiu às acusações de que os EUA tinham feito concessões à Coreia do Norte na antecipação da cimeira de maio, garantindo antes que a concessão era do outro lado: “Não abrimos mão de nada e eles [Coreia do Norte] concordaram com uma desnuclearização”.

Esta vai ser a segunda vez que Kim Jong-un sai da Coreia do Norte desde que é Presidente. A primeira foi no final de março, à China (KCNA/AFP/Getty Images)

KCNA/AFP/Getty Images

Porém, tal como no caso de um eventual tratado de paz, também aqui o tema é mais complexo do que um soundbite. É isso que sugere Mintaro Oba, relembrando uma expressão utilizada em 2013 num editorial do Rodong Sinmun, jornal da Coreia do Norte: “Vamos segurar com ainda mais força a inestimável espada do tesouro nuclear e continuar as batalhas contra os imperialistas com grande vigor”.

“Quando o regime diz que o programa nuclear é a espada do tesouro, é porque é mesmo”, sublinha Mintaro Oba. “Isto quer dizer que a sobrevivência do regime e do próprio Kim Jong-un está indexada ao programa nuclear. Por isso, a ideia de a Coreia do Norte fazer uma desnuclearização em toda a linha é muito rebuscada”, diz. Ainda assim, admite que a Coreia do Norte acorde — tanto esta sexta-feira com a Coreia do Sul, como em maio com os EUA — “qualquer coisa” em relação ao seu programa nuclear. “A Coreia do Norte tem todo o interesse em ganhar investimento estrangeiro, em receber ajuda económica e em normalizar as relações com vários países, de forma a ganhar mais legitimidade e opções no campo diplomático”, refere. Ainda assim, não é claro que tipo de exigências é que Kim Jong-un fará para suspender — em lugar de eliminar — o seu programa nuclear.

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Apesar de todas as questões em aberto, Mintaro Oba insiste que a prioridade da cimeira desta sexta-feira será a projeção de um “ambiente positivo” e que, acima de tudo, esta será um evento planeado para “dar uma boa imagem”. Para isso, refere o acompanhamento em direto que será feito no site oficial da cimeira: “Um indício bastante evidente de que esta cimeira está mais preocupada com a imagem do que com a substância é o facto de estar planeada uma transmissão em direto das conversações. Quando se faz uma cimeira para tomar decisões complicadas, não se corre o risco de ter câmaras por todo o lado a filmar”.

Durante essas filmagens, as câmaras estarão focadas em dois homens. Por um lado, Kim Jong-un: o líder que herdou a presidência da Coreia do Norte do pai, que por sua vez também a herdou do seu pai, que só em 2017 fez o ensaio de 17 mísseis balísticos ao largo da Coreia do Norte e do Japão. Por outro, Moon Jae-in: um homem discreto, pouco conhecido fora daquelas paragens, mas a quem têm sido atribuídos os louros de um apaziguamento que agora pode ser perene mas que até há poucos meses parecia impossível.

O sul-coreano que “odeia o sistema comunista” mas aceita falar com ele

O presidente da Coreia do Sul conhece bem, e há bastante tempo, o pedaço de terra onde se vai encontrar com o seu homólogo da Coreia do Norte. Moon Jae-in participou naquele que foi um dos momentos mais tensos desde que ali foi montada a ZDC — e tudo por causa de um choupo.

Esta história começa a 18 de agosto de 1976 quando, entre a torre de vigia das Nações Unidas (onde se encontravam militares sul-coreanos e também norte-americanos) e outra da Coreia do Norte estava uma árvore com quase 25 metros e tapar a visão. Para resolver o problema, foram enviados para o local trabalhadores civis da Coreia do Sul com a missão de podar o choupo. A segurança destes era garantida por um soldados, entre os quais dois norte-americanos, que se asseguraram da escolta. Porém, segundo o relato feito pelos EUA, não levavam armas.

A situação escalou rapidamente. Do lado da Coreia do Norte, surgiu um aviso para aqueles que estavam a podar o choupo: tinham de parar imediatamente, pois aquela árvore tinha sido plantada por Kim Il-sung, o líder fundador da Coreia do Norte. A seguir a este aviso, uma comitiva de militares da Coreia do Norte chegou ao local, gerando um confronto macabro: os dois soldados norte-americanos que ali estavam, Arthur Bonifas e Mark Barrett, foram mortos com os machados usados para podar os ramos à árvore.

Podia ter rebentado ali uma guerra — mas a vítima seguinte acabou por ser a árvore no meio do conflito. Em retaliação, os EUA lançaram em conjunto com a Coreia do Sul uma iniciativa a que chamara de “Operação Paul Bunyan”, em homenagem ao lenhador que faz parte do folclore norte-americano. Desta vez, cerca de 800 soldados norte-americanos foram para o terreno de forma a assegurar o corte da árvore, cujo tronco morto ficou de pé, como se de uma mensagem se tratasse para os militares norte-coreanos que também se deslocaram para a fronteira naquele momento de tensão. Se olhassem com atenção, viam que ao lado dos norte-americanos, estavam também militares da Coreia do Sul. E, entre estes, estava Moon Jae-in, então um jovem soldado a cumprir o serviço militar obrigatório.

A árvore que quase começou a III guerra mundial

Moon Jae-in foi eleito em maio de 2017, depois de a sua antecessora, e adversária vitoriosa nas eleições de 2012, Park Geun-hye, ter pedido a demissão por um escândalo de corrupção que lhe valeu uma condenação a 24 anos de prisão. Na campanha presidencial, além dos problemas crónicos a debate dentro do país — corrupção e desemprego jovem, sobretudo — a questão da Coreia do Norte foi central no seu discurso e estratégia. Mais de 40 anos depois de ter feito parte de um dos momentos de grande tensão com a Coreia do Norte na ZDC, Moon Jae-in prometeu aos seus eleitores que tudo faria para lá voltar — desta vez, para serenar os ânimos e aproximar os dois países.

A maior prioridade política de Moon Jae-in é a aproximação da Coreia do Sul à Coreia do Norte, de onde os seus pais fugiram em 1950 como refugiados. Ainda assim, não o faz através de palavras amigas, nem de elogios. O seu discurso perante a Coreia do Norte é tudo menos elogioso. “O meu pai fugiu do Norte a odiar o comunismo. Eu próprio odeio o sistema comunista da Coreia do Norte. Mas isso não quer dizer que eu ache que o povo do Norte deva sofrer a opressão daquele regime”, disse durante a campanha eleitoral de 2017, para defender a chamada “Política do Raio de Sol”, favorável a uma aproximação da Coreia do Sul à Coreia do Norte. O termo tornou-se célebre pela mão de Kim Dae-jung, o Nobel da Paz e ex-presidente da Coreia do Sul que em 2000 se encontrou com o seu homólogo de então, Kim Jong-il.

Moon Jae-in foi eleito em 2017, depois de ter sido derrotado nas eleições presidenciais de 2012 (KIM HONG-JI / POOL/EPA)

KIM HONG-JI / POOL/EPA

Ao longo deste processo, Moon Jae-in procurou puxar para a Casa Azul — a residência oficial do presidente da Coreia do Sul — o protagonismo que tem cabido a outros, como a Casa Branca. A isso, chamou-lhe “sentar-se no lugar do condutor”. “Há muito tempo que defendo que o meu país deve sentar-se no lugar do condutor e liderar os assuntos relacionados com a Península da Coreia em assuntos relacionados com a cooperação com os nossos vizinhos. Agora, as condições estão finalmente a ser reunidas”, disse em julho de 2017.

Porém, 2017 foi o mesmo ano em que a Coreia do Norte ensaiou o lançamento de 17 mísseis balísticos, soando sirenes na Coreia do Sul, no Japão e até no Havai (EUA) — apesar de, neste último caso, não ter passado de um falso alarme. Tudo isto decorreu perante um crescendo da tensão entre Pyongyang e Washington D.C., com Donald Trump. Às proverbiais ameaças da Coreia do Norte, o líder dos EUA respondeu na mesma moeda, recorrendo a um estilo retórico pouco comum na Casa Branca. “Se formos forçados a defender-nos ou aos nossos aliados, não teremos outra escolha além de destruir totalmente a Coreia do Norte”, disse Donald Trump nas Nações Unidas. E já em 2018, reagindo a uma ameaça no discurso de Ano Novo de Kim Jong-un (“Os EUA continentais estão ao alcance de um ataque nuclear nosso e o botão nuclear está sempre em cima da minha secretária”), Donald Trump escreveu que o seu botão nuclear era “maior”. “E funciona!”, acrescentou.

“O ano começou com uma enorme tensão, com o presidente Trump a gabar-se do tamanho do seu botão, ao mesmo tempo que a Coreia do Sul manteve de forma diligente as suas manobras diplomáticas. A Coreia do Sul tem sido a grande força motriz deste processo, que não acontece por causa da iniciativa dos EUA, mas apesar dela.”
Mintaro Oba, ex-diplomata dos EUA especializado na Península da Coreia

Na sombra, Moon Jae-in tratou de apagar o fogo que os outros dois líderes pareciam determinados a atear. A 3 de janeiro, acordou com os norte-coreanos a reabertura de um canal de comunicação entre os governos dos dois países. A 9 de janeiro, os dois países acordaram o envio de desportistas da Coreia do Norte para os Jogos Olímpicos de Inverno, em PyeongChang, com o extra de que a equipa de hóquei no gelo feminino iria juntar atletas de ambos os lados. O evento contou com uma delegação norte-coreana, onde uma irmã de Kim Jong-un, Kim Yo-jong, entregou uma nota escrita pelo irmão onde este convidada Moon Jae-in a ir a Pyongyang. No início de março, uma delegação em representação do presidente da Coreia do Sul foi recebida por Kim Jong-un. Dali, além de ter sido combinada a celebração da cimeira desta sexta-feira, surgiu também uma mensagem que os sul-coreanos entregaram um dia depois a Donald Trump em Washington D.C., onde o ditador de Pyongyang se dizia disposto a reunir com o líder dos EUA. O anúncio da cimeira agendada para o final de maio não foi feita por Donald Trump nem pela sua equipa, mas sim pela delegação da Coreia do Sul, com a Casa Branca de fundo, deixando claro que Seoul estava finalmente sentada no lugar do condutor.

O “Velho Senil” e o “Homem Foguete” vão falar. É uma vitória de Trump ou de Kim?

“O papel do presidente Moon Jae-in tem sido muito subvalorizado”, sublinha Mintara Oba. “O ano começou com uma enorme tensão, com o presidente Trump a gabar-se do tamanho do seu botão, ao mesmo tempo que a Coreia do Sul manteve de forma diligente as suas manobras diplomáticas. A Coreia do Sul tem sido a grande força motriz deste processo, que não acontece por causa da iniciativa dos EUA, mas apesar dela.”

Dèjá vuEm 2000 e 2007 também houve cimeira inter-coreana

O caminho escolhido por Moon Jae-in é o preferido dos sul-coreanos. De acordo com uma sondagem publicada na Coreia do Sul a 15 de fevereiro, enquanto decorriam os Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, 61,5% dos sul-coreanos estavam então a favor de uma cimeira entre os dois líderes.

Porém, há outros dois números que aconselham cautela e podem revestir de ceticismo a cimeira desta sexta-feira: 2000 e 2007. Foi em cada um desses dois anos que a Coreia do Sul e a Coreia do Norte.

Em 2000, o primeiro encontro entre líderes dos países — com Kim Jong-il do lado da Coreia do Norte e Kim Dae-jung a liderar a Coreia do Sul. As duas partes acordaram permitir a realização de encontros de famílias separadas pela guerra e foi permitido aos sul-coreanos fazerem turismo na Coreia do Norte. Além disso, foram acordados vários planos de cooperação económica, entre os quais a construção de um complexo industrial sul-coreano, na cidade limítrofe de Kaesong, na Coreia do Norte. Este foi encerrado em 2016 pela então presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye.

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Em 2007, dá-se a segunda cimeira entre os dois países. Do lado da Coreia do Norte manteve-se Kim Jong-il e, como presidente da Coreia do Sul, estava Roo Moo-hyun — também ele defensor da “Política do Raio de Sol”. As duas partes acordaram a redução da tensão militar entre os dois países e voltaram a assinar protocolos de cooperação económica.

Porém, estes esforços acabaram por ser dizimados em duas frentes. Por um lado, na Coreia do Sul, a eleição de Lee Myung-bak, opositor da “Política do Raio de Sol”, como presidente levou a um afastamento da Coreia do Norte. Por outro lado, a Coreia do Norte não só não parou de desenvolver o seu programa nuclear durante todos os anos em que se encontrava com a Coreia do Sul — chegando até a exportá-lo para países como a Síria e a Líbia — como tratou de agir militarmente. Em 2010, chegou a atingir um submarino sul-coreano, matando 46 dos seus 104 tripulantes.

É com todo este contexto que, ao Observador, o ex-diplomata especializado na Península Coreia Mintaro Oba sublinha que a seriedade de Kim Jong-un é uma dos maiores desafios desta cimeira. “O historial de ações da Coreia do Norte e a retórica usada por Pyongyang levanta muitas dúvidas sobre a seriedade e o nível de compromisso que eles levam para a mesa de negociações”, diz. “Mas para se saber o que vai na cabeça de Kim Jong-un, é preciso falar com ele. A partir daí, algo se conseguirá.”

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