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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

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O lema que virou divisa, os bons exemplos militares e o nome que não se pode dizer: o dia 1 de Varandas

Dormiu pouco, falou com Peseiro e com elementos do futebol, foi ao andebol, teve a cerimónia de investidura em Alvalade, passou pela Sporting TV. O dia 1 de uma nova era com Varandas como presidente.

Começou por ser abordada de forma genérica como tomada de posse, passou depois a ser catalogada de cerimónia de investidura, durante a mesma voltou a utilizar-se de novo tomada de posse. Questões semânticas à parte, Frederico Varandas, que ainda teve alguns encontros de madrugada depois do discurso de vitória no final das eleições que o elegeram como o 43.º presidente do Sporting, já é oficialmente o sucessor de Bruno de Carvalho na liderança do clube e, tal como tinha acontecido na véspera, teve um dia como se já o fosse: de manhã falou com José Peseiro e com outros elementos do departamento de futebol, organizou a agenda para segunda-feira, foi ver o encontro da equipa de andebol na tribuna do Pavilhão João Rocha da equipa, que recebeu e venceu o ABC, rumou depois ao estádio, teve uma curta preparação para a cerimónia, entrou no auditório Artur Agostinho cheio com todos a aplaudir de pé, sentou-se na primeira fila e acabou por ser o último a ser chamado ao palanque. Depois disso, saiu para Carnaxide, deu uma entrevista na Sporting TV e fechou as palavras – agora, estará focado nas ações.

Em Alvalade ou no canal do clube, houve uma grande mensagem do novo líder leonino. Ou um pedido, provavelmente o mais difícil e arriscado de todos: a união entre todos os sócios e adeptos do Sporting. Olhando para os números eleitorais, Frederico Varandas sabe bem que venceu o sufrágio com um total de 42,32% dos votos, mas também não passa ao lado dos 61,1% de sócios que não votaram em si. É por isso que tanto apela ao lema que se transformou em divisa comum, Unir o Sporting. Mesmo sabendo que, apesar de ter à sua frente uma sala cheia de companheiros nos órgãos sociais, amigos, familiares, antigos dirigentes, funcionários e várias personalidades que durante algum tempo se afastaram do quotidiano presencial do clube por desavenças diretas ou com o estilo de Bruno de Carvalho (depois de, em muitos desses casos, terem passado muitos anos ligados de forma ativa a quem geria os destinos leoninos), esse é um desafio complicado de atingir de forma tão célere como gostaria, até pelas divisões que o antigo líder, o nome que não se pode dizer, ajudou a adensar nos últimos meses.

Frederico Varandas foi o último a subir ao palanque no auditório Artur Agostinho (Foto: João Porfírio/Observador)

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A última intervenção de Jaime Marta Soares entre muitos agradecimentos

As primeiras palavras voltaram a pertencer a Jaime Marta Soares, naquela que foi a última intervenção pública de um dirigente longe de ser consensual desde os tempos de Conselho Leonino entre 2011 e 2013 e que acabou por estar envolvido num dos picos de maior instabilidade institucional que o Sporting viveu. Mais uma vez, não foi uma intervenção limitada às meras palavras de circunstância; ao invés, tocou em vários pontos, quase numa redenção em nome do clube pelos últimos meses.

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“Esta é uma cerimónia cheia de fé e amor clubístico, com as almas a transbordarem de alegria, satisfação e orgulho. Há tanto tempo que não via tanta felicidade no rosto dos sportinguistas que vieram até aqui hoje. Tenho um enorme orgulho e satisfação por ter tido o privilégio de terem feito de mim presidente da Mesa da Assembleia Geral, o poder estar ao serviço desta grande instituição, de lutar por ela, mesmo não sendo muitas vezes tão compreendido como queria, de ter sempre em atenção os alertas da nossa consciência acima de qualquer vaidade pessoal ou interesse que possa surgir, de ter sempre em atenção que o único objetivo de quem está nesta casa é servir esta instituição”, começou por referir.

Jaime Marta Soares admitiu que nem sempre foi compreendido mas que fez o melhor (Foto: João Porfírio/Observador)

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“Tenho já um grande percurso de vida, pensava que já sabia tudo quando cheguei mas aprendi muita coisa e hoje sou diferente para melhor porque só aprendi coisas boas, apesar dos problemas pelos quais tive de passar. Não foi um percurso difícil ou fácil, foi um percurso com vicissitudes próprias da vida, um longo percurso que culminou com um dos momentos mais belos da história do Sporting. Quisemos dizer a Portugal, à Europa e ao Mundo como um clube de futebol e uma instituição pode ensinar valores de civismo e cidadania. O Sporting deu mais uma grande lição. Todos sabemos que a grande força do Sporting e quem decide o que quer ou não são os sócios, a quem agradeço do fundo do coração. Até aqui, o percurso não foi assim tão fácil mas tive o privilégio de ter pessoas extraordinárias ao meu lado”, prosseguiu, antes da fase dos elogios públicos.

“Às pessoas que estiveram comigo na Mesa, um grande agradecimento na pessoa de Eduarda Proença de Carvalho; à Comissão de Fiscalização, que fez um trabalho extraordinário mesmo sendo muito complicado, com base na isenção, na independência e na aplicação rigorosa dos estatutos e da lei; à Comissão de Gestão, que fez o que tinha de fazer, na pessoa de Sousa Cintra, que me respeitou desde o primeiro minuto da primeira hora – e hoje digo-lhe que quão grande é o meu respeito e admiração por si; aos funcionários em nome de Rosa Duarte, um exemplo de profissionalismo, carisma e referência (…) É um momento de tristeza em parte, por quem tem no coração e na alma esta paixão clubística, mas também tenho o coração a transbordar de alegria porque os sócios falaram, disseram o que queriam para comandar os destinos nos próximos quatro anos. Frederico Varandas, o senhor é o nosso presidente, o meu presidente e estaremos todos a seu lado para levar esta nau”, destacou, antes de deixar uma última palavra a Bernardo Ayala, que foi ajudando o clube em termos jurídicos nos últimos meses.

Rogério Alves, novo líder da Mesa, com Artur Torres Pereira e Sousa Cintra (Foto: João Porfírio/Observador)

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O apelo à união entre um momento de maior emoção de Frederico Varandas

Depois, as questões protocolares. E que começaram quase com uma passagem de testemunho entre Marta Soares e Rogério Alves, o novo presidente da Mesa da Assembleia Geral (após a alteração dos estatutos, num ponto que alguns apenas se aperceberam na última semana, os sócios passaram a votar em bloco e não em cada uma das listas nos três órgãos). Seguiram-se os restantes elementos da Mesa, a nova composição do Conselho Fiscal e Disciplinar, os vogais e vices do Conselho Diretivo, com Alexandre Ferreira, que foi inicialmente apresentado como suplente, a surgir agora como vogal no lugar de Pedro Silveira. Faltava apenas o número 1 da equipa, pelo que foi a altura do advogado proferir também uma pequena intervenção.

Rogério Alves com o novo presidente do Sporting, Frederico Varandas (Foto: João Porfírio/Observador)

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“Falta dar posse a um dos elementos que devem saber quem é e por isso quero deixar três palavras rápidas. A primeira para agradecer a vossa presença, todas as pessoas vieram manifestar a sua solidariedade que é também o garante daquilo que era o lema da candidatura e passará agora a ser a nossa divisa comum de unir. A união faz a força porque o Sporting precisa que seja assim, para sermos um grupo imparável a caminho do sucesso neste que é o primeiro dia do resto das nossas vidas, como diz o sportinguista Sérgio Godinho. Segundo, agradecer nas pessoas de Jaime Marta Soares, Artur Torres Pereira e José Sousa Cintra, que independentemente de terem estado melhor ou pior tiveram coragem para segurar e dirigir o clube num mundo difícil. Terceiro: Somos uma organização complexa mas maravilhosa. Não queremos viver nunca mais as horas que vivemos e para isso fizemos eleições e os sócios disseram o que queriam. Ao corajoso e resiliente Frederico Varandas, boa sorte”, desejou Rogério Alves, antes do novo presidente verde e branco subir ao palanque para nova ovação de pé.

“Boa tarde para todas as leoas e leões que enchem esta sala. A minha primeira palavra vai para os órgãos sociais e para os funcionários que continuaram a manter este clube vivo, o clube que vamos receber. Foi com total espírito de missão que estes senhores se candidataram ao Sporting e é com esse espírito que cada um de nós vai desempenhar as suas funções, com brio, dignidade, elevação, coragem e noção do privilégio do que é servir o melhor clube do mundo”, destacou o médico.

Frederico Varandas chegou a emocionar-se no curto discurso que fechou a cerimónia (Foto: João Porfírio/Observador)

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“Nasci Sporting, cresci Sporting, respiro Sporting mas não sou o Sporting. A minha missão é servir o Sporting. A prioridade, minha e da minha equipa, é unir o Sporting. Ontem começámos a vencer o adversário mais terrível que tivemos na nossa história, o Sporting fraturado. Hoje é um novo dia, uma nova era de um Sporting unido. Como presidente tenho de dar o exemplo . Sem estarmos juntos, nunca nos iremos bater com os rivais. Só acredito num Sporting unido. Hoje é um dia especial para mim, por muito que me tivesse preparado é sempre diferente… Viramos uma página, o passado fica para trás, o futuro é nosso, vosso e do Sporting”, rematou no final da conferência antes de rumar a Carnaxide.

A primeira entrevista como presidente antes de colocar mãos à obra

Mais tarde, Frederico Varandas esteve nos estúdios de Carnaxide, onde abordou não só a noite eleitoral mas também alguns dos principais pontos que terá agora pela frente. “Foi um dia de grandes emoções. Um dia especial, em que sempre acreditei e estava convicto que a minha equipa sairia vencedora. Sou uma pessoa muito determinada e sigo o meu instinto. Era fé. Sabia que íamos vencer. É um dia com grande significado para mim. Nasci Sporting, cresci Sporting, não sou o Sporting”, repetiu.

Novo presidente leonino foi saudado por centenas de pessoas antes de ir à Sporting TV (Foto: João Porfírio/Observador)

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“Vitória no Campeonato? Não vou misturar Sporting com a família. São assuntos sérios. Já passei por muitas missões militares e esta é a missão mais importante da minha vida. Não tenho dúvida de que estou preparado para tal. Tenho uma equipa que me dá conforto e segurança. A minha vida mudou. Tenho grande responsabilidade e agora acabou-se a festa. Começar a trabalhar. Falei com treinador, secretário técnico, com todas as pessoas para organizar o dia de amanhã. Começo o dia bem cedo. Não posso ser presidente 24 horas por dia. Tenho de dormir e fazer desporto. E depois começar a trabalhar cedo. Já tive reunião com Miguel Albuquerque. Amanhã à tarde vou para a SAD reunir com treinador e estrutura de futebol. na terça-feira vou fazer reunião com todos os funcionários. Conheço bem a estrutura (…) A liderança mais forte é através do exemplo. Vivo muito bem com a crítica, quero um Sporting livre. O que não quero é controlar aquele ou outro comentador do Sporting. Defendo que haja direito à opinião. Durante a campanha, aprendi e cresci com as críticas que me foram feitas.

“Posso ser o general mais competente mas se soldados não forem unidos nas trincheiras, perdemos sempre. Peço que ponham os interesses do Sporting acima dos seus”, concluiu Frederico Varandas.

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