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Georgina Rodríguez, Gio para os amigos, está sentada de pernas estendidas sobre o banco de um barco: a cara está levantada ao encontro do sol e os óculos escuros protegem os olhos. Uma bandeira atrás dela e a água agitada pelo motor também. O ar descontraído é mote para a introdução: tem 27 anos, mas há cinco tudo mudou. Foi graças ao amor, diz, que a vida agora “é um sonho”, com a agenda a incluir viagens em jatos privados, visitas a ateliers de alta-costura, presenças na passadeira vermelha e almoços na companhia de membros da realeza, ainda que a namorada de Cristiano Ronaldo não esteja muito a par da linhagem de sangue azul do Mónaco.
Nada para ela foi fácil, faz questão de salientar desde logo: “Sei o que é não ter nada, e sei o que é ter tudo”, com o frame seguinte a desvendar a luxuosa garagem do avançado português. “Eu, Georgina” estreia a 27 de janeiro na plataforma de streaming Netflix, mas caso seja indiferente a spoilers, assinalamos os momentos altos dos quase 80 minutos do reality show — com Cristiano Ronaldo mas aparentemente sem Dolores Aveiro — já disponibilizados à imprensa.
Gio e Ronaldo demoraram dois meses a aproximarem-se: “Nem consegui olhar para ele. Tinha muita vergonha”
A história de como Ronaldo conheceu Georgina já é conhecida, mas isso não impede que sirva de arranque para o reality show, com os minutos iniciais do primeiro episódio a serem dedicados à forma como o romance despontou. Tanto um como outro falam sobre o início da relação em momentos separados. O encontro inesperado, começa Gio, aconteceu “numa quinta-feira de verão” em que estava a trabalhar. “Saía do trabalho às 17h. Um dos meus colegas ligou-me e disse: Gio, estou de férias, mas uma das minhas clientes vai comprar uns casacos. Por favor, fica mais meia hora e atende-a’. Quando estava a sair da loja, vi um homem lindíssimo, com quase dois metros, com um menino e uns amigos. Parei de repente. O Júnior parou à minha frente, super educado e cumprimentou-me. Os outros gozam com ele. Porque o menino cumprimentou uma jovem bonita. Senti um friozinho na barriga. Pensei: ‘O que se passa comigo?’ Nem consegui olhar para ele. Tinha muita vergonha.”
Sentado numa cadeira, com um cenário de fundo diferente do da namorada, Ronaldo, com duas argolas na orelha, pulseira e relógio dourados nos pulsos, ajuda a completar a história: “Foi nesse momento que entrei. O turno dela tinha acabado. Foi uma espécie de momento… Não sei como explicar. Algo fez clique. E foi assim que fiquei a pensar nela. Esta é a verdade”. Georgina estava então a trabalhar na Gucci depois de uma primeira passagem pela Massimo Dutti, e foi entre malas e roupa de design que aconteceram as primeiras interações entre os dois, até que um dia combinaram encontrar-se num evento da marca. “Passei o dia todo a pensar: no que é que vou vestir? Como é que vou pentear o cabelo? Quando cheguei, ele estava lindo.” Diante as câmaras, Georgina garante que ainda se recorda do que ela e ele vestiam e de como brindaram com taças de champanhe. “Depois, tive de ir ao jantar da empresa”, embora não lhe apetecesse muito, confessa.
“Aos poucos, começámos a conversar mais e as coisas avançaram naturalmente, não foi algo imediato… porque… demorou dois meses. Durante esse período quase não estivemos juntos”, conta Ronaldo, cuja agenda estava naturalmente preenchida por jogos de futebol, incluindo presenças na seleção nacional. “Um dia, encontrámo-nos noutro evento. Ele estava com os amigos, o irmão Hugo. E ele disse: ‘Gio, queres vir jantar?’. E eu respondi: ‘Finalmente, o momento chegou'”, continua Georgina. É ela quem comenta como nesse dia ficaram mais próximos: “A caminho do restaurante as nossas mãos tocaram-se. E senti que era como se as mãos dele estivessem estado comigo muitas vezes.” Ronaldo, mais uma vez, reitera a mensagem: “Quando as nossas mãos se tocaram… foi um momento… especial”.
As boleias de Ronaldo: “Ia de autocarro para o trabalho e ia embora de Bugatti. Ninguém conseguia acreditar”
Uma “rapariga muito interessante”, mas também “madura” para a sua idade, características que desde logo “fascinaram” Ronaldo, dez anos mais velho do que a companheira. Nos primeiros tempos de namoro, tal como ambos recordam divertidos, o jogador português e craque mundial ia buscá-la com frequência ao trabalho, já os ponteiros do relógio marcavam as 22h — e, não raras vezes, lá vinha Ronaldo no seu Bugatti de “enlouquecer” os colegas de Gio. “Ia de autocarro para o trabalho e ia embora de Bugatti. Ninguém conseguia acreditar”. Para o condutor nada menos do que o normal: “Era a minha namorada, sei os carros que tenho. Não a podia ir buscar de táxi”. Ronaldo esclarece ainda que Gio sempre lidou bem com a situação: “Saía depressa da loja, entrava no carro e íamos para casa”.
Quase a celebrar 28 anos de vida, no mesmo dia em que o reality show chega oficialmente à plataforma de streaming Netflix, Gio esclarece que o início da relação já de alguns anos foi “especial e bonita”. O próprio Ronaldo não se inibe e admite que, no começo, não pensou que o namoro pudesse ter a magnitude que tem atualmente — além dos quatro filhos, o casal está à espera de gémeos. “A Georgina é a mulher da minha vida. Estou totalmente apaixonado por ela.”
Cristiano Ronaldo e Georgina Rodríguez anunciam que vão ser pais de gémeos
“Não suportaria estar duas horas no aeroporto com o Cristiano. Não era capaz, preferia nem viajar”
Dificilmente, Georgina sentirá necessidade de apanhar um táxi nos tempos que correm. E também não terá de se preocupar com as desvantagens de um voo comercial. Com a cena a desenrolar-se agora em Turim, Itália, vemos a influencer, modelo e mãe de quatro (os gémeos estão a caminho) a subir a bordo do “jato de Cris”, que certamente “facilita muito a vida”. E atira: “Não suportaria estar duas horas no aeroporto com o Cristiano. Não era capaz, preferia nem viajar”. No reality show não fica claro o motivo destas declarações, mas, numa recente entrevista ao El País, Georgina agarra a oportunidade de se explicar: “Digo isso porque, quando vou com o Cristiano, as pessoas não veem mais nada além dele. Saltam para cima dele e não se importam que estejas com quatro filhos e carregada com malas. (…) Preocupo-me com os meus filhos.”
Momentos antes de entrar, uma pausa para um conjunto de fotografias nas escadas que dão acesso ao jato, tiradas ora pela amiga — Gio tenta sempre trazer os amigos nas viagens que faz para que possam “vivenciar” um pouco daquilo que tem, diz que gosta de partilhar —, ou pelo que parece ser um dos guarda-costas. As fotos são para a conta de Instagram onde quase 30 milhões de pessoas a seguem. A amiga que a acompanha tem também oportunidade de falar — à semelhança de outras personagens que vão tendo tempo de antena — e assegura que Gio não tem fotógrafos e não edita as fotografias. E o já não tão pequeno Júnior, pelos vistos, também é um “ótimo fotógrafo”.
A viagem de jato serve para unir Turim a Paris, para que Georgina possa visitar o atelier do designer Jean Paul Gaultier — que, curiosamente, não está presente por ser o seu dia de anos, o que nos situa no final de abril — e aí escolher o vestido para a passadeira vermelha de Cannes. Pelo meio ficamos a saber que Georgina come bem — faz até questão de dizer que não confia nas pessoas que não comem — e que a primeira vez que visitou Paris foi com Cristiano Ronaldo, quando os dois foram apanhados pelos paparazzi na Disneyland Paris, em novembro de 2016 — e quem esquece as fotografias do jogador a usar uma peruca? Nem mesmo ele. No reality show, o próprio recorda, divertido, como a peruca deslizou para trás numa das montanhas-russas, mas como, no final, foi a maçã de Adão que o traiu. Ainda assim, “foi dos momentos mais bonitos que Gio viveu comigo”.
A mansão labiríntica: “Só passei a saber onde eram as divisões após seis meses de viver aqui”
Sensivelmente a meio do primeiro episódio, os quatros filhos do casal entram pela primeira vez em cena, com Georgina a garantir que a paz de que precisa “está em casa com o Cris” e os filhos. De Turim para Madrid, em Espanha, vemos agora aquela que é descrita como a residência familiar, incluindo uma garagem ocupada por carros de luxo. A propósito da mansão, a protagonista conta que, das primeiras vezes que foi a casa de Ronaldo, perdia-se com frequência: tentava ir à cozinha buscar um copo de água “e não sabia por onde ir”; demorava, inclusive, meia hora a chegar à sala “porque não sabia como regressar”. “Estava habituada a viver em apartamentos muito pequenos. Só passei a saber onde eram as divisões após seis meses de viver aqui.”
Também Paula Brito, decoradora, surge diante das câmaras, uma vez que Georgina quer reformular a decoração e encontrar outros destinos para a atual mobília XXL — a decoradora sugere, a certo ponto, colocar uma das mesas no OLX, porque “talvez renda 10 mil euros”. Já o lustre imponente é para manter, mas há dúvidas quanto aos tapetes de caxemira.
No reality show ficamos também a saber que Cristiano Ronaldo Jr., de 11 anos, já tem namorada e que Georgina quer conhecê-la, fazendo, no entanto, a promessa de não ser uma sogra chata. A relação entre ambos é ligeiramente descortinada numa cena onde o rapaz esclarece que quando marcar um golo pela Juventus vai fazer o “G” com as mãos em homenagem a Georgina. Mais tarde, em videochamada com Ronaldo, Gio explica que o filho não marcou golos, mas assistiu três deles. Mas para que não restem dúvidas, Ronaldo explica: não o vai pressionar, os filhos vão seguir o rumo que quiserem seguir.
“Adoro usar um fato de treino que custa 5 euros com uma mala espetacular”
O segundo episódio de “Eu, Georgina” mostra a relação que Georgina mantém com um grupo de amigos de um tempo em que ainda não era famosa — irmã da protagonista incluída, ela que revela estar grávida no programa. O grupo “Queridas”, dada a forma carinhosa como ela os trata, é convidado para passar uns dias num barco no Mónaco. Sentados à mesa ou na proa da embarcação, serve a interação entre amigos para mostrar como Gio continua a mesma pessoa de sempre e que, contrariamente ao que se possa pensar, é divertida. Essa é, pelo menos, a imagem que todos tentam passar. Momentos do passado, do início da vida em Madrid, também são revelados, quando Gio faz referência às vezes que se perdeu na cidade.
Ainda no Mónaco, almoça com o presidente da Ferrari, John Elkann — já antes tinha dito, também ao El País, que tão depressa se senta confortavelmente na presença dele como com os ex-colegas ou com o empregado que lhe traz o café, uma vez que não é classista. E apesar de fazer uma referência à Mercedes e a Lewis Hamilton, de quem Ronaldo “gosta muito”, veste-se com as cores e os logos da Ferrari para assistir ao Grande Prémio do Mónaco 2021. Mas antes tem um almoço com Elkann e com Beatrice Borromeo Casiraghi, mulher de Pierre Rainier Stefano Casiraghi, filho mais novo de Carolina do Mónaco — não que Georgina perceba ao início de quem se trata.
De volta a Turim, Georgina está no closet a escolher roupa com a ajuda de uma conselheira em videochamada. O momento é curto, mas há tempo suficiente para ver as malas Dior, Chanel, Hermès e até Prada — com um pano, vai limpando-as uma a uma. Outra vez diante das câmaras, assegura que tem um estilo muito próprio, que já o tentaram mudar mais do que uma vez, mas que não usa peças com as quais não se identifica, até porque não se gosta de sentir insegura. “Adoro usar um fato de treino que custa 5 euros com uma mala espetacular ou com umas sapatilhas lindas. Adoro misturar roupa. E joias. Adoro usar joias com fato de treino.” Usa fato de treino todos os dias porque, diz, gosta de andar confortável. Além de que os filhos sujam-na constantemente. Numa outra cena é ainda possível vê-la a ir buscar os filhos à escola e ouvir da boca da irmã que Georgina é a “mãe mais protetora e carinhosa”. E é a própria que faz a reflexão: “Eu sei que tenho a oportunidade de poder cuidar deles”, diz, referindo-se à capacidade financeira para ficar em casa.
“Agora posso ir aos melhores sítios do mundo sem me preocupar com o dinheiro ou pagamentos às prestações”
Para marcar as férias de verão, vemos Georgina a ligar a uma agente e a fazer um pedido: em 2021, não quer sair da Europa. Contenta-se com Espanha, com as Ilhas Baleares, Itália, Croácia, Grécia ou França. As oportunidades de veraneio atuais contrastam bastante com as férias de infância, com Georgina a recordar que a mãe a levava, mais a irmã, para uma casa na praia. “Passávamos o dia na praia, a comer melancia.” Agora, a casa transformou-se numa villa com piscina privada, espaço verde para as crianças e muita privacidade. O ginásio não é obrigatório, até porque há a possibilidade de transportar as máquinas. “Agora posso ir aos melhores sítios do mundo sem me preocupar com o dinheiro ou pagamentos às prestações.”