O Halloween, divulgado pelo reducionismo da onda laicista como o “Dia das Bruxas”, tal como outras celebrações de cunho manifestamente consumista, tem vindo a enquistar-se entre nós alavancada pela supremacia mediática hollywoodesca globalista. Mas será a génese da celebração um fenómeno eminentemente exógeno, totalmente alheio à tradição portuguesa? Na realidade, o Halloween é uma celebração popular do culto dos mortos comemorada anualmente no dia 31 de Outubro. Contrariamente ao que muitos pensam, a designação é cristã e há registos da sua utilização a partir dos anos 40 do século dezoito exactamente por altura da alteração do calendário juliano para o gregoriano nas ilhas britânicas.
O termo tem origem na expressão inglesa All Hallows’ Eve (Véspera de Todos os Santos), pois é comemorado um dia antes do feriado de 1 de Novembro. A comemoração corresponde ao primeiro do período de três dias de observância litúrgica (Allhallowsmas em inglês) dedicado à evocação dos mortos, incluindo os santos (hallows, em inglês), os mártires e os entes queridos já fenecidos. Eram festividades que tinham acabado por persistir na memória popular, exsudando das celebrações culturais do fim-do-ano solar que, no posterior calendário litúrgico cristão, iam desde o dia de São Simão (a 29 de Outubro) ao dia de Santo Estêvão (a 26 de Dezembro).
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