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FOTOS: Ana Brigida

FOTOS: Ana Brigida

O violeiro de Évora perseguido pela Inquisição, na história (re)contada por Alexandre Vidal Porto

"Sodomita" recupera a vida de Luiz Delgado, um homossexual castigado com o desterro no Brasil no século XVII. Alexandre Vidal Porto imaginou-lhe o resto da vida e fala-nos do livro e da realidade.

Um homem de Évora, músico violeiro de profissão, vê-se degredado para a cidade de Salvador por ser homossexual. Estávamos no século XVII, quando o Brasil ainda era um colónia portuguesa e praticar atos de sodomia um dos mais graves crimes aos olhos da Inquisição. No entanto, não só este eborense tornou-se um comerciante de sucesso no outro lado do Atlântico, como nunca deixou de viver a sua sexualidade, mesmo que assim pudesse arriscar a própria vida. Uma história como a de Luiz Delgado parece inventada, mas foi real — a parte ficcional só chegaria agora, mais de três séculos depois, pela mão de Alexandre Vidal Porto.

Inspirado pelos amores e desventuras de Delgado, o escritor e diplomata brasileiro reimagina a vida deste homem em Sodomita, curto mas potente romance agraciado com o Machado de Assis, o prémio literário da Biblioteca Nacional do Brasil. De visita a Portugal para promover a obra, recentemente publicada pela Tinta da China, Alexandre Vidal Porto falou com o Observador sobre esta figura, o que o inspirou e o que é real ou imaginário no seu recontar desta história.

Membro do Consulado do Brasil em Amesterdão, nos Países Baixos, autor de vários romances de sucesso (Cloro, por exemplo, foi finalista do prémio Jabuti em 2019) e ativista pelos direitos LGBTQI+, Vidal Porto até estava a trabalhar noutro livro, mas tudo mudou na noite de 31 de dezembro de 2020, em plena pandemia. Na altura a morar na Alemanha, estava entretido a ler um livro sobre a história da homossexualidade no mundo quando se deparou com uma informação surpreendente quanto ao século XVII.

“O autor notava que, no continente sul-americano — e no Brasil, especificamente —, no começo do período da colonização, havia a confluência de várias culturas que eram tolerantes à homossexualidade. Basicamente, eram algumas tribos tapuias, os tupinambás, e as primeiras levas de escravizados vindos de tribos da África Central, em que a androginia era um sinal de destaque social. Esses três caldos de cultura, para os quais o que hoje entendemos como relacionamento entre pessoas do mesmo sexo era tranquilo, cruzavam-se no Brasil. A isso se somava um enorme contingente de homens portugueses sozinhos que iam para lá”, conta.

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Tal caldeirão chamou a atenção aos inquisidores portugueses, porque segundo a lógica do Santo Ofício, havia duas categorias particularmente graves de pecados: aqueles ligados à prática do judaísmo e aqueles heréticos onde o da “sodomia” era descrito como “nefando” — do latim “ne fandus”, o que não pode ser dito — ou seja, indizível de tão mau. “Afirmava-se também que tinha havido perseguições a várias pessoas, mas eu não conhecia nenhum caso. Era uma lacuna minha. E então escrevi para um professor emérito da Universidade Federal da Bahia, Luiz Mott, que fez muita pesquisa sobre esse período aqui em Portugal”, continua Alexandre Vidal Porto.

A capa de "Sodomita", livro de Alexandre Vidal Porto, publicado pela Tinta-da-China

O que o escritor não esperava era que o professor Mott respondesse no próprio dia com um dicionário biográfico de homossexuais perseguidos pela Inquisição na Bahia. “Eram 203 nomes e passei o ano novo lendo. Dei com o Luiz Delgado. Tinha bastante material sobre ele e depois consegui mais ainda. Pensei ‘eu tenho de contar essa história’”, revela. Nasceu assim Sodomita, o recontar da vida do violeiro português a partir de investigações históricas elas próprias baseadas nos registos da Inquisição presentes no Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

No entanto, o que sabemos sobre Delgado é justamente o que os homens que o perseguiram registaram, tratando-se assim de um relato pejorativo e incompleto. “Peguei na biografia do Luiz Delgado, mas havia falhas, muitas lacunas. Sabia que ele tinha chegado ao Brasil em 1669, mas em 1670 e poucos já estava numa outra situação. Não sabemos como ele saiu dessa situação de degredado para a de dono de um comércio de tabaco, estabelecido, com mulher, com uma vida social ativa em Salvador. Foi nesses vãos que eu enfabulei, inventei, fiz do jeito que achei que seria plausível”, afirma. Quem foi então este homem?

O enigma Luiz Delgado

Tanto no dicionário acima mencionado como no artigo Desventuras de um degredado sodomita na Bahia seiscentista, Luiz Mott pinta um retrato bastante completo — especialmente à luz da parca quantidade de fontes, salvo os seus processos — sobre quem foi Luiz Delgado, o homem “alto de corpo, alvarinho, magro de cara” que passou de violeiro em Évora para homem burguês em Salvador.

A história conhecida de Delgado começa em 1665, quando este, com 21 anos, e o irmão cumpriam uma pena de prisão na cidade alentejana devido a um furto. Foi aí que o violeiro provou pela primeira vez o sabor da infâmia, ao ser acusado de envolver-se sexualmente com Brás Nunes, irmão de apenas 12 anos da sua noiva, “tão magrinho que passava por entre as grades da cadeia, penetrando livremente no aljube de Évora, aí prestando serviços aos seus futuros parentes, passando dias e noites em companhia dos presos”. O que na altura foi entendido como crime por parte de Delgado não foi o envolvimento com o que hoje consideramos um menor — o conceito de idade de consentimento era inexistente, sendo apenas codificado no século XIX como a partir dos 10 anos —, mas com alguém fora do casamento e ainda por cima do mesmo sexo.

Após sofrer denúncias de outros presos, Delgado foi levado para a prisão secreta do Santo Ofício, sendo inclusive sujeito a tortura para que confessasse. Acabou por admitir práticas sexuais como a masturbação, mas sem praticar a “sodomia perfeita”. Segundo Mott, tal admissão foi planeada e ter-lhe-á salvado a vida, já que apenas esse ato — o mais grave de todos — era punível com a leitura de uma condenação após auto-de-fé ou até mesmo a morte na fogueira. Assim, tendo confessado alguns atos e caracterizado os mais graves como falsas acusações, acabou por ter uma pena leve, sendo enviado para Bragança e estando proibido de voltar a Évora.

Três anos depois, no entanto, Delgado voltaria a enfrentar a justiça religiosa, encontrando-se detido no Limoeiro, em Lisboa, sob a acusação de “amar um outro homem, chamado André”. Este foi degredado para o Maranhão e o violeiro terá seguido o mesmo rumo, já que anos mais tarde volta a surgir nos registos como residindo em Salvador, na Bahia. A grande surpresa é que, no decurso desse salto temporal, Delgado, apesar de desembarcar no Brasil com fama de “fanchono e sodomita”, reinventa-se como “estanqueiro de fumo” — atividade que hoje seria classificada como comerciante de tabaco —, proprietário de escravos e homem casado, com Florença Dias Pereira.

Talvez mais surpreendente ainda é o facto de, apesar de já ter sido sujeito ao cárcere e à tortura por ser considerado um sodomita, Delgado não se ter coibido de fazer solicitações públicas a homens, tentando “seduzir pessoas de diferentes condições sociais, inclusive serviçais”. Segundo Mott, por exemplo, tal aconteceu com um criado de 14 anos.

“A minha fabulação enlouquecida foi justamente quando ele foi degredado para Angola e aí, sim, é tudo invenção, é tudo o que poderia ser. Talvez tenha sido, talvez não tenha sido, a gente nunca vai saber, mas eu gostaria muito que tivesse sido daquela forma”, admite. Esse final redentor, de resto, justifica-se porque o autor queria escrever “uma história feliz para gente que sofreu para caramba e que precisa de um sentido de possibilidade”.

Além disso, são conhecidas quatro relações duradouras com homens mais novos que ele, do soldado José Nunes ao ator Doroteu Antunes, “bem parecido e trigueiro, tinha cara como uma dona — tão efeminado que se travestia de mulher em comédias públicas”, escreve Mott. Segundo o Promotor do Juízo Eclesiástico de São Salvador, “ele é tão devasso e escandaloso, que notoriamente andou amigado com vários rapazes e com eles vivia na mesma companhia e casa, sustentando-os com largueza de todo o necessário, com contínuo exercício de várias torpezas”.

Não há uma tese definitiva para explicar como é que Delgado se permitiu a ter um grau de liberdade sexual no Brasil impossível de sustentar em Portugal, mas o professor aventa na introdução ao seu dicionário biográfico que a distância ajudou, tal como a incapacidade da Inquisição de exercer o mesmo tipo de controlo que tinha na metrópole. “Abrandou-se nos trópicos a noção de pecado, desviando-se os cristãos da rígida moral-sexual pontificada pelo catecismo tridentino, de tal sorte que a repressão tornou-se aqui mais frouxa do que no Reino”, sugere. Como tal, “Luiz Delgado se excedia em demonstrar publicamente a paixão que nutria por seus sucessivos amantes, beijando-os na frente de outras pessoas, regalando-os com presentes e fino trato, andando juntos pela rua, de baixo de um grande guarda-sol, para escândalo e escárnio de seus inimigos”, escreve Mott.

No entanto, nem por isso o agora comerciante deixou de sofrer dissabores devido à fama enquanto homossexual, sendo mesmo forçado a terminar um relacionamento com um dos amantes, José Gonçalves, após ambos serem detidos, a fugir para o Rio de Janeiro e a refugiar-se num convento para fugir à justiça. A lassidão do Santo Ofício quanto ao escândalo que foi provocando ao longo da década de 1680 chegou ao fim em 1689, em parte porque uma sequência de crises económicas, maus anos agrícolas, epidemias e mortes súbitas — entre elas a do Governador — foi encarada pelos religiosos como uma série de castigos divinos devido a práticas devassas como a sodomia.

Foi então nesse ano que Delgado e Doroteu receberam uma ordem de prisão definitiva, o que resultou no seu recambiar de volta para Lisboa. O comerciante não só perdeu todas as suas posses para pagar os custos judiciais, como foi alvo de violências várias na viagem para Portugal, quando os restantes detidos na nau descobriram a natureza dos seus crimes.

Luiz Delgado permaneceu encarcerado durante três anos em Lisboa, protelando o julgamento ao acusar 243 pessoas de terem conspirado contra si; as confissões de Doroteu e a sua própria 30 anos antes em Évora, todavia, não deixaram dúvidas aos juízes-padres. No entanto — e mesmo após nova sessão de tortura, mais branda porque este homem já se aproximava dos 50 anos de idade —, Delgado voltou a alegar crimes menos graves do que a sodomia perfeita. Assim, escapou-se uma vez mais a um auto de fé e à morte. Ao invés, foi degredado por 10 anos para Angola — e nunca mais se ouviu falar nele.

Perante a dura realidade, porque não sonhar?

De regresso a Sodomita, a leitura deste romance mostra-nos algumas alterações significativas à história original — o que, para Alexandre Vidal Porto, foi deliberado, querendo antes conceber “uma fábula moral”. “Não quis ter nenhum compromisso com a realidade histórica, porque ela era completamente impossível de capturar, não saberia nunca. Quis pintar um retrato positivo”, assume.

A título de exemplo — e sem grandes revelações do enredo — descobrimos nesta obra que Delgado chega ao Brasil sem “cadastro” porque o seu registo ardeu após um ataque de corsários ao navio onde se encontrava detido. Por outro lado, Brás Nunes deixa de ter 12 anos e passa a ser um jovem adulto porque o escritor não quis que tais pormenores “conspurcassem a história”. “Quis mascarar um pouco isso para justa e cinicamente passar a minha história sem ter de ficar discutindo esse tipo de coisa”, admite, tal como refere que conferiu a Florença, a mulher de Delgado no Brasil, uma personalidade tão livre quanto dócil e recatada — contrastando com o relato de Luiz Mott de que a sua relação era quezilenta e que esta se queixava do marido não lhe ligar nenhuma, sendo até instrumental na sua detenção.

“Os homossexuais não são uma novidade da modernidade, não surgiram em São Francisco nos anos 70. Eles participam na construção, seja de Portugal, seja do Brasil"

FOTOS: Ana Brigida

Outra das principais alterações prende-se com o fim do romance, que Alexandre Vidal Porto não revela, mas que é muito distinto do desaparecimento sem rasto de Luiz Delgado a que somos presenteados nos registos. “A minha fabulação enlouquecida foi justamente quando ele foi degredado para Angola e aí, sim, é tudo invenção, é tudo o que poderia ser. Talvez tenha sido, talvez não tenha sido, a gente nunca vai saber, mas eu gostaria muito que tivesse sido daquela forma”, admite.

Esse final redentor, de resto, justifica-se porque o autor queria escrever “uma história feliz para gente que sofreu para caramba e que precisa de um sentido de possibilidade”. É também com esse destino em mente que Alexandre Vidal Porto permite-se a entrar num registo “irónico, engraçado, jocoso quase”. Muito do que se lê em Sodomita reveste-se de humor devido às expressões eufemísticas que o clero utilizava para descrever atos sexuais e que são aqui empregues. Noutros casos, prende-se com a comicidade da linguagem anacrónica.

Definindo este romance como um “pastiche” com um “sabor artificial do século XVII”, Vidal Porto conta que, para tal, recorreu à sua “incapacidade técnica” como historiador, assim como à sua “audácia criativa”. “Queria que fosse uma linguagem estranha”, afirma, e para tal, além dos depoimentos dos processos inquisitoriais, recorreu a termos jurídicos e diplomáticos fruto da sua profissão, assim como expressões arcaicas nordestinas do tempo em que viveu nessa região do Brasil. “Fiz uma mistura, comparo-o àquela brincadeira da língua dos pês”, diz entre risos.

“Não tentem apagar-nos, nossa memória permanece”

Não obstante a narrativa bem humorada que permeia Sodomita, Vidal Porto assume um semblante bem mais sério quando discorre sobre as motivações para escrever um romance assim. Homossexual assumido, o escritor já abordou várias temáticas queer nos seus livros, mas nunca com esta vontade de fazer uma “genealogia da resistência” como a de reabilitar um nome como o de Luiz Delgado.

“O exemplo de resistência que ele dá para mim foi muito tocante, muito bonito”, afirma, realçando que começou a escrever Sodomita durante o período em que Jair Bolsonaro — conhecido pelas suas posições conservadoras e de oposição aos direitos LGBTQI+ — era Presidente do Brasil. Sendo um diplomata ao serviço do país, isso fazia de si “um funcionário do bolsonarismo”. “Sentia-me péssimo e o livro veio em reação a isso. Não sei se gostaria de ter dado essa história de resistência ou de sentido de possibilidade se o bolsonarismo não tivesse ali como ameaça”, admite. “Foi o meu universo particular de exílio, para onde eu fugia quando a retórica ficava muito pesada. É um ato de resistência”, completa

A seu ver, este “recontar” da história de Luiz Delgado reveste-se de particular pertinência na atualidade porque há quem mantenha o mesmo furor que alimentou os inquisidores de antanho, cujas expressões e argumentos com mais de 300 anos “são as mesmas do que os radicais religiosos no Congresso brasileiro usam, ou quem criminaliza a homossexualidade nos países em que é criminalizada”. “O argumento é igual, o argumento bárbaro da Inquisição, um dos capítulos mais horripilantes da história ocidental. A virulência, a ideologia, ainda está andando pelas praças do Brasil”, adverte.

Por outro lado, Vidal Porto também realça que esta história serve para demonstrar que “os homossexuais não são uma novidade da modernidade, não surgiram em São Francisco nos anos 70”. “Eles participam na construção, seja de Portugal — porque Delgado de um português se tratava — seja do Brasil. Estivemos na construção desses dois países desde sempre. Eu queria deixar essa marca, sabe? Esses países nos pertencem, nós estivemos sempre aqui. Não tentem nos apagar, nossa memória permanece”, defende.

Hoje, o escritor não desdenha todas as conquistas feitas desde então. “A história é triste, mas a gente não pode não valorizar o progresso. Falo aqui abertamente — há 10 anos, um embaixador não falaria isso. Há 50, talvez, fosse preso se falasse”, concede. No entanto, tem plena consciência de que não se pode assumir que tais ganhos estejam garantidos, referindo que “o preço da liberdade é a vigilância eterna”.

“Eu gostaria muito de imaginar que Walt [Whitman] está de mãos dadas com Luiz Delgado, que está de mãos dadas comigo. E eu estou oferecendo a minha mão para quem vem depois", sorri, para completar "para mim, essa ideia da perenidade e da continuidade humana é muito importante”.

É por isso que Vidal Porto diz cumprir um “papel de resistência” ao ser uma figura pública queer de renome, não só enquanto escritor, mas como “um dos poucos embaixadores aberta e orgulhosamente gay” no serviço diplomático brasileiro. Nesse aspeto, não só diz ter a responsabilidade de incentivar as novas gerações a assumirem-se com liberdade, como critica as figuras “cobardes” do mundo da diplomacia por ocultar a sua sexualidade, vendendo “o seu desejo por estabelecimento social”.

Há dois princípios que o norteiam, atualmente, ambos judaicos apesar de não ser judeu. Um, o “Tikkun Olam”, é o ato de “curar o mundo”, sendo necessário ter “a consciência de que a gente tem de dar mais do que tira”. O outro, “L’dor Vador”, significa “de geração em geração”. “Acho isso extremamente importante, que nos preocupemos com a geração que vem e não nos esqueçamos da geração que vai.”

A súmula deste pensamento, afirma, alimentou a escrita de Sodomita e pode ser explicada num diálogo entre a poesia de Walt Whitman e Álvaro de Campos. Quanto ao americano, “há um poema que se chama Travessia da Barca do Brooklyn, em que ele cruzava do Brooklyn para Manhattan de balsa porque não tinha ponte ainda, e olhava com regozijo para as marés, para as pessoas, para a travessia em si. Ele diz, ‘esse poema é para você que vai fazer essa travessia daqui a 20, 30, 50 anos, e vai sentir a mesma coisa, o que eu sinto é o que você sentirá’”. A resposta do heterónimo de Pessoa, feita em Saudação a Walt Whitman, lê-se assim:

“Sei que é isso que eu sou, quer em Brooklyn Ferry dez anos antes de eu nascer,
Quer pela rua do Ouro acima pensando em tudo que não é a rua do Ouro,
E conforme tu sentiste tudo, sinto tudo, e cá estamos de mãos dadas,
De mãos dadas, Walt, de mãos dadas, dançando o universo na alma.”

“Eu gostaria muito de imaginar que Walt está de mãos dadas com Luiz Delgado, que está de mãos dadas comigo. E eu estou oferecendo a minha mão para quem vem depois”, sorri, para completar “para mim, essa ideia da perenidade e da continuidade humana é muito importante”.

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