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Porque perdemos (e como mantemos) amigos ao longo da vida?

Ter bons amigos é sinónimo de saúde física e mental. De felicidade também. Mas nem todas as amizades foram feitas para durar. Viver é perder e ganhar amigos. E mantê-los pode ser um desafio.

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Estamos em 1971, ou em 1972, numa pastelaria no centro de Lisboa, na Almirante Reis, do lado esquerdo de quem sobe em direção ao Areeiro. Fernando espera há uma hora e meia por Carlos. Na rua faz vento e há muito que o café esfriou. Como não há dinheiro para mais, resta esperar e recordar as vezes que jogaram ténis juntos, as confidências partilhadas e o momento em que ambos perceberam que eram os primeiros grandes amigos um do outro. “Ele nunca apareceu. Esperei mais de uma hora, mas ele não apareceu”, recorda ao Observador.

Trinta anos separam este episódio do próximo. Fernando está num jantar de amigos, em Viana do Castelo, e a nostalgia ataca-o inesperadamente. Depois de perguntar pelo amigo a conhecidos, o número de telefone de Carlos chega-lhe às mãos. A pôr a conversa em dia, há tanto por dizer: casamentos, filhos e carreiras por contar. O telefone toca e do outro lado surge uma voz familiar. “Afinal, ele esteve na pastelaria. Chegou a atrasado. À data não existiam telemóveis e não me conseguiu avisar”, conta. O desencontro resolveu-se volvidos 30 anos e a amizade foi reatada. As famílias ficaram amigas e as férias em conjunto tornaram-se uma realidade. Ainda na semana passada, Fernando celebrou os 65 anos do amigo.

À pergunta “como manter uma amizade”, o Google disponibiliza 14.600.000 respostas, entre artigos publicados em meios internacionais, páginas de carácter duvidoso e fóruns que a internet ainda não desatualizou. À medida que vamos avançando na linha cronológica, é possível que laços que um dia julgámos inabaláveis escorreguem vida fora. Quantos de nós perderam contacto com amigos de infância ou com pessoas que, em diferentes momentos, foram das mais importantes? E quantos de nós mantiveram o grupo coeso que, volta e meia, ainda consegue reunir-se para um brunch domingueiro ou um copo ao final da tarde? Manter amizades ao longo da vida parece uma proeza.

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O que faz uma amizade durar uma vida?

As adversidades podem separar as pessoas ou, então, torná-las mais cúmplices. Uma amizade duradoura depende essencialmente do respeito mútuo e da capacidade que um tem de desculpar e/ou compreender o outro, já garantiu o psiquiatra Fernando Almeida ao Observador. Caso contrário, a rutura é o caminho mais fácil a seguir. Ser amigo, diz o profissional, é responder adequadamente às insuficiências dos outros, ter em conta as suas capacidades, atributos e limitações, e “não esperar dele aquilo que ele não pode dar”.

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Não falamos de amigos imaginários, dados à infância, ou de amigos coloridos, que têm encontros sexuais ocasionais, sem qualquer tipo de compromisso, antes de amizades que marcam personalidades e alteram rumos.

"As pessoas não são todas iguais e as expetativas não são as mesmas. O elemento principal é mesmo a comunicação.”
Carolina Justino, psicóloga clínica

A psicóloga clínica e psicoterapeuta Carolina Justino compara as amizades ao cultivo. A palavra cuidar é repetida ao longo do discurso, que também mete pragas. “Tal como as amizades, as plantas também enfraquecem. As pessoas não são todas iguais e as expetativas não são as mesmas. O elemento principal é mesmo a comunicação”, diz ao Observador. Na sua opinião, as pessoas devem mostrar-se tal como são e, ao mesmo tempo, ver o outro pelo que ele realmente é. “O segredo para que as relações se mantenham passa por sabermos dizer o que não gostamos, o que dá uma verdadeira hipótese ao outro de se explicar. Nunca vamos agradar a todos e não vamos ficar com todos os amigos durante toda a vida. Existe um processo de seleção. Há pessoas com quem é mais fácil manter a relação. As pessoas são muito diferentes mas, dentro das diferenças, as relações vivem do que existe em comum.

Investigadores têm demonstrado que tendemos a escolher amigos que são muito parecidos connosco — idade, raça, religião, estatuto socioeconómico, nível de escolaridade e inclinação política semelhantes. A tendência pode não se verificar quando falamos de amigos de infância, cuja única vontade é “ter alguém com quem brincar no recreio”. M*, hoje com 30 anos, ainda preserva o mesmo grupo de amigas de infância — algumas delas conhece desde os 3 anos de idade; outras, desde os 6. “Crescemos juntas, partilhámos quase tudo, primeiros amores, primeiras desilusões, bebedeiras, férias…”, conta ao Observador. As amigas cresceram em direções diferentes e até se distanciaram fisicamente — Madrid, Coimbra, Algarve, Sines e Lisboa –, mas mantiveram-se unidas. “Diria que não são as pessoas com quem mais me identifico em termos de características ou interesses, mas acho que, no essencial, temos os mesmos valores. É das coisas que mais me orgulho e de que mais estou grata. Quando se fala em amor para a vida toda, acho que é isto.”

As relações de amizades que estabelecemos na infância são substancialmente diferentes das que se seguem vida fora. “Em miúdos, há contextos que nos une, as relações são mais profundas, tem potencial para marcar. E temos tendência a alimentar as relações que nos marcam”, assegura Carolina Justino. A psicóloga diz ainda que, à medida que nos tornamos adultos, perdemos a espontaneidade. Em criança é relativamente fácil fazer amigos — na maior parte dos casos, basta responder afirmativamente à pergunta “Queres brincar comigo?”. “Os adultos pensam demais. Tornam-se complicados. Acho mesmo que devemos alimentar a criança que há em nós. A vida social é mais fácil quando mantemos a curiosidade de uma criança e temos facilidade em aceitar convites e novas experiências.”

Iam beber copos, jogar à bola e fumar ganzas para a praia. Os pais de J.* conheciam o rapaz a quem ele dera boleia no primeiro dia de faculdade. E no dia a seguir a esse. E assim sucessivamente. Os dois rapazes tornaram-se inseparáveis. Partilhavam confidências, falavam sobre miúdas e sobre problemas familiares, e tinham “aventuras atrás de aventuras”, lembra ao Observador. As coisas mudaram quando J. começou a trabalhar. “Passei a não conseguir estar com ele tanto tempo como dantes, a não atender ou responder às mensagens no momento. Ele não soube entender isso. Cobrava-me o facto de não estar tão disponível como antes.” Passaram-se meses assim até que, um dia, o amigo deixou pura e simplesmente de responder às mensagens e às chamadas de J.. Há sensivelmente dois anos que “fez blackout”. “Hoje olho para esses momentos com alguma nostalgia, pensando que gostava de não o ter perdido, mas tenho de pensar em mim. A amizade não é este estado de quase sequestro.”

Investigadores têm demonstrado que tendemos a escolher amigos que são muito parecidos connosco — idade, raça, religião, estatuto socioeconómico, nível de escolaridade e inclinação política semelhantes. 

“O grupo de amigos tem um papel fundamental quando estamos a crescer”, esclarece Carolina Justino. Assim que entramos na adolescência, o grupo serve para “experimentar” uma série de competências que vamos usar no futuro, atua como uma incubadora: “Há medida que entramos na vida adulta, o grupo deixa de ter essa função”. E caso ele não contribua para o bom desenvolvimento de algumas pessoas, o que acontece? “É preciso ter um papel crítico e perceber quais são as pessoas e os contextos que são bons para nós. Temos de saber escolher.”

A forma de manter amizades varia, curiosamente, consoante o sexo. Enquanto os homens precisam de se encontrar, estar cara-a-cara, e partilhar atividades em conjunto, as amizades femininas dependem mais de longas conversas ao telefone, que conseguem servir de ponte perante distâncias físicas. Essa é, pelo menos, a conclusão de um estudo citado, em fevereiro de 2017, pelo jornal The Guardian.

Mais conhecidos e menos amigos

A forma como comunicamos uns com os outros alterou-se significativamente nos últimos anos. As redes sociais e os smartphones que permitem a sua utilização ajudaram a “espalhar os afetos”, dividindo-os entre muitas pessoas e emagrecendo amizades. O The New York Times escrevia em maio aquilo que já todos sabemos, mas que tendemos a esquecer: a quantidade de interações aumentou substancialmente, mas a qualidade das mesmas diminuiu. Os longos telefonemas entre amigos pela noite dentro são, possivelmente, coisa do passado. E as saídas são agora interrompidas pelas InstaStories e pelos feeds que precisam de ser constantemente alimentados.

A psicóloga Cláudia Morais já antes disse ao Observador que o mundo virtual pode funcionar como uma plataforma para a exposição de pessoas mais inseguras, até porque existe, nesse contexto, maior facilidade em lidar com a rejeição (se for caso disso). Assim, “as pessoas menos competentes socialmente acabam por ter a sensação de pertença”, assegura a psicóloga. Mas fica o aviso: “Pode acontecer expor-me mais do que devia e criar, assim, uma falsa segurança. Posso confiar em quem não me dê provas concretas de que seja uma pessoa confiável”.

Segundo um estudo recente realizado pela Red Cross, em parceria com a Co-op, mais de nove milhões de adultos no Reino Unido dizem sentir-se muitas vezes ou sempre sozinhos. O número avassalador levou Theresa May, primeira-ministra britânica, a nomear uma "ministra da solidão".

Nunca estivemos tão conectados e, ao mesmo tempo, tão sós, escreveu o Observador em novembro do ano passado, às portas de mais uma edição da Web Summit em Portugal. “Não sabemos o que veio antes, se o uso de redes sociais ou a sensação de isolamento social”, chegou a dizer Elizabeth Miller, professora de Pediatria da Universidade de Pittsburgh, à BBC. Miller é coautora de um estudo que mostrou que passar mais de duas horas por dia em redes sociais duplica a probabilidade de alguém se sentir isolado. “Em termos de mortalidade, a solidão é uma assassina”, frase de Andrea Bonior, autora da obra “The Friendship Fix”.

Segundo um estudo recente realizado pela Red Cross, em parceria com a Co-op, mais de nove milhões de adultos no Reino Unido dizem sentir-se muitas vezes ou sempre sozinhos. O número avassalador levou Theresa May, primeira-ministra britânica, a nomear uma “ministra da solidão”.

Solidão na era digital: nunca estivemos tão conectados e tão sós

“Poucos mas bons”, será a resposta mais vezes repetida quando a pergunta é “Quantos amigos tem?”. As amizades tidas como vitais, aquelas que têm um maior impacto na nossa saúde e na nossa felicidade, não se multiplicam. Para Robin Dunbar, psicólogo evolucionista da Universidade de Oxford, cada pessoa precisa de três a cinco amigos deste calibre para melhorar o seu bem-estar. O psicólogo chegou ainda a definir o limite cognitivo de pessoas com as quais um só indivíduo consegue manter relações estáveis — o nosso cérebro não é capaz de manter uma conexão com mais de 150 amigos (família incluída).

Este é o mesmo psicólogo que assegura que, em média, perdemos duas amizades quando entramos numa relação amorosa — o mesmo acontece relativamente a outras decisões importantes, como mudar de cidade ou ser promovido — e que é mais fácil fazermos amigos quando estamos na casa dos 20.

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Porque é tão difícil fazer novos amigos em adulto?

“Queres ser meu amigo?”. A pergunta acontece em contexto de recreio, quando a nossa idade ainda só tem uma casa decimal. Fazê-la enquanto adulto soa e é estranho. A verdade é que não é nada fácil fazer novos amigos a partir de determinada idade, por indisponibilidade física e/ou mental. Um estudo publicado em abril deste ano, da Universidade do Kansas, mostrou que para duas pessoas se tornarem amigas precisam de passar 90 horas juntas; para ficarem melhores amigas é preciso que partilhem um total de 200 horas.

É por volta dos 25 anos que homens e mulheres conseguem assegurar o número máximo de conexões sociais. À medida que as prioridades da vida adulta entram em ação, fica mais difícil fazer novos amigos. As carreiras e a vida romântica e familiar tendem a sobrepor-se ao convívio social. Ser mais confiante, encontrar uma paixão em comum, fazer perguntas e não esperar demasiado são algumas das sugestões da psicóloga clínica Linda Blair para fazer amigos mais tarde na vida. Nesse sentido, há quem recorra a aplicações de encontros em busca de novas amizades. O conceito até pode soar estranho mas, a julgar por este artigo publicado no Washington Post, a tática até funciona.

"À medida que as pessoas se aproximam da meia-idade, os dias de exploração jovial, quando a vida se assemelhava a um grande encontro às cegas, escasseiam."
The New York Times

Em 2012, um artigo do The New York Times dedicava-se a explorar o motivo porque é tão difícil fazer amigos a partir dos 30 anos — a idade, meramente simbólica, pretende indicar o início da vida adulta e o começo de responsabilidades diárias que, mais e mais, afastam-nos da mesa de bar preferida, ao estilo “Foi Assim que Aconteceu”. Aos 30 e aos 40, e por aí adiante, pessoas nunca antes vistas continuam a entrar na nossa vida, mas não por razões que consigamos controlar — trabalho, filhos e redes sociais são exemplo disso. Amigos como os que fizemos na primeira classe, no liceu ou na faculdade, daqueles em quem nos apoiamos quando se instala uma crise, nem vê-los. “À medida que as pessoas se aproximam da meia-idade, os dias de exploração jovial, quando a vida se assemelhava a um grande encontro às cegas, escasseiam”, escreve o autor do artigo já citado. As prioridades mudam e as pessoas são bem mais criteriosas em relação aos amigos que querem ter/manter.

Laura L. Carstensen, professora de psicologia e diretora fundadora do Stanford Center on Longevity, na Califórnia, realizou estudos focados nos grupos de pares e percebeu que as pessoas tendem a interagir com cada vez menos gente à medida que avançam a passos largos para a meia-idade. Esta ideia é complementada com outra: estas mesmas pessoas ficam ainda mais próximas dos amigos que já têm no seu círculo social. Segundo o artigo já citado, Carstensen sugere que as pessoas têm uma espécie de “alarme interno” que é acionado nos grandes momentos da vida, tal como celebrar 30 anos, que as deixa alerta — chega de exploração, está na hora de focar no aqui e agora (muito ao estilo mindfulness).

O tema da amizade já na vida adulta — ou a caminho dessa fase — é também explorado na televisão. Exemplo disso são duas séries que, apesar de retratarem duas gerações diferentes, ganharam público mundial pela familiaridade dos temas. Falamos de “Friends”, que já leva mais de 20 anos em cima, e de “Foi Assim que Aconteceu”, bem mais recente.

“How you doin’?” – estreia foi há 20 anos. Lembra-se?

No trabalho: amizade ou networking?

Ter amigos no trabalho pode não só ser essencial para a nossa felicidade, como ser um fator de sucesso na carreira. Um inquérito realizado pela página Comparably, noticiado em março pela CNBC, mostrava que mais de metade dos inquiridos — para cima de 33 mil — tinham grandes amigos no local de trabalho. Se 60% das mulheres garantiu ter um amigo próximo no trabalho, 56% dos homens admitiu ter melhores amigos nas mesmas circunstâncias. 

Em abril deste ano, também o Financial Times dedicava um artigo à importância de amigos no ambiente de trabalho, pessoas que podem até ser parceiros e aliados quando o momento ou a situação o exige. Outra ideia interessante é o facto de, por vezes, e dependendo da idade, a vida laboral e social fundir-se numa só, com os colegas a tornarem-se em amigos para a vida.

Se 60% das mulheres garantiu ter um amigo próximo no trabalho, 56% dos homens admitiu ter melhores amigos nas mesmas circunstâncias. 

Felicidade e saúde à parte, ter amigos em contexto laboral — algo difícil de conseguir se existir dificuldade em ultrapassar a conversa de circunstância — permite que sejamos sete vezes mais propensos a envolvermo-nos no trabalho. Altos níveis de produtividade e de satisfação no escritório são também variáveis em jogo.

Para Eric Barker, autor do livro “Barking up the wrong tree: The surprising science behind why everything you know about success is (mostly) wrong”, fazer amigos no trabalho é uma boa solução para combater a solidão, uma vez que, à partida, são pessoas com quem passamos muito tempo e temos interesses em comum.

Como manter os amigos que valem a pena?

Investigadores da Universidade de Notre Dame e da Pontifícia Universidade Católica do Chile debruçaram-se sobre a persistência das relações e, para o efeito, analisaram dados de quase 2 milhões de pessoas e de 8 milhões de chamadas telefónicas realizadas no decorrer de um ano. A conclusão foi aparentemente clara: a cola que mantém uma relação unida é a reciprocidade — já devolveu aquela chamada em falta?

Eric Baker, já acima citado, explicava numa coluna de opinião na revista Time, em março de 2014, que, apesar de todos reconhecermos a importância de uma amizade, tomamos os nossos amigos por garantidos. “À medida que criamos famílias, negligenciamos amigos. Não nos esforçamos o suficiente para fazer e manter amigos.” Os dados jogam a favor do autor: se em 1985 a maioria das pessoas afirmava ter três amigos próximos, em 2004 o número mais vezes repetido foi zero.

Ser tolerante, perceber que as pessoas não são todas iguais e que, quando ficamos magoados, o essencial é falar com o outro é meio caminho andado para sermos considerados bons amigos. Comunicação e tolerância, assegura a psicóloga clínica Carolina Justino, são fundamentais para manter amizades. Mas ter disponibilidade emocional para relatar o que nos magoa também implica que o outro saiba escutar: “Não conseguimos controlar tudo, mas temos de fazer a nossa parte e dizer o que sentimos. Se somos ou não compreendidos… a ideia é dizer sempre o que sentimos de forma amigável”.

De acordo com um estudo de 2010 citado pelo The New York Times, publicado originalmente no Journal of Health and Social Behavior, fortes ligações na esfera social conseguem reforçar o sistema imunitário, aumentar a longevidade e diminuir o risco de ter algumas doenças crónicas.

Metermo-nos na pele do outro e sermos empáticos também são conselhos chaves. Mas talvez o mais importante seja arranjarmos tempo para os amigos e fazermos coisas em conjunto. Ainda de acordo com esta coluna de opinião, que cita vários estudos de âmbito académico, casar e ter filhos não chega para sermos felizes e, num prazo de sete anos, o mais provável é perdermos metade dos nossos amigos.

À parte de todos os benefícios imediatos associados a uma amizade sólida — incluindo momentos de confidência, de aconselhamento ou felicidade pura –, são vários os estudos que revelam que os laços entre amigos chegam a ser críticos para mantermos uma boa saúde física e mental. De acordo com um estudo de 2010 citado pelo The New York Times, publicado originalmente no Journal of Health and Social Behavior, fortes ligações na esfera social conseguem reforçar o sistema imunitário, aumentar a longevidade e diminuir o risco de ter algumas doenças crónicas. Outra investigação, publicada na PLOS One, diz que os amigos protegem a nossa saúde tanto quanto deixar de fumar e muito mais do que fazer exercício. Outros estudos revelam ainda que as pessoas solitárias têm duas vezes mais probabilidades de virem a morrer de doenças coronárias do que as que têm um círculo de amigos consistente.

Como se mais números fossem precisos, a ciência assegura ainda que amigos felizes aumentam em 15% a hipótese de sermos felizes também.

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*Estas pessoas não quiseram ser identificadas

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