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Quantos destes livros já leu?

Se é um ávido leitor, anda constantemente à procura de um novo livro. Neste artigo, indicamos-lhe uma lista deles, para grandes leitores e leitores de palmo e meio.

Os livros são muito mais do que várias páginas com palavras, desenhos, pontuações. Na verdade, os livros podem ser viagens a um local distante, conhecimento, cultura, novas aprendizagens, saúde. Os benefícios da leitura são já bem conhecidos: da criatividade à compreensão, sem esquecer a memória e a criação de novas sinapses no cérebro.

A grande mais-valia da leitura é a capacidade de estimular a criatividade, ferramenta tão importante para tudo o que façamos na nossa vida pessoal ou profissional, em qualquer área”

“Nas escolas, os alunos costumam dizer-me que os livros trabalham o vocabulário e ajudam a ler e escrever melhor – o que também é importante, para comunicarmos de forma mais eficaz e decifrarmos melhor a realidade que nos cerca –, mas, a meu ver, a grande mais-valia da leitura é a capacidade de estimular a criatividade, ferramenta tão importante para tudo o que façamos na nossa vida pessoal ou profissional, em qualquer área”, destaca a escritora Sara Rodi.

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Dicas para pôr os mais novos a ler

Ver uma criança pegar num livro e desfrutá-lo pode derreter muitos adultos. E consegui-lo não se trata de uma questão de “sorte”. Em parte, depende do estímulo que a criança recebe para a leitura. A escritora Sara Rodi deixa algumas dicas de como o fazer:

  • Na primeira infância: “Na primeira infância, a leitura pode ser um ato de amor, que estimula o vínculo parental. Ajuda a criar o hábito da leitura e a expandir certas áreas do cérebro que estão ávidas de bons estímulos. Ler uma história antes de adormecer ajuda ainda a criar rotinas de sono”;
  • Idade pré-escolar e 1º ciclo: “Nesta fase, as escolas trabalham muito bem a leitura, pelo que não costuma ser difícil aliciar os mais novos”, refere a escritora. “Mas os pais podem complementar este trabalho dando-lhes a conhecer outros autores, géneros e temas que possam ir mais ao encontro das suas preferências”;
  • Adolescência: “A partir do 2.º ciclo e 3.º ciclo tudo se complica, há menos projetos ligados à leitura e/ou menos tempo para os implementar. Os telemóveis e consolas começam a impor-se e exigem muito menos esforço do que um livro. Há jovens que se divorciam da leitura, nesta fase, e sei por experiência própria, enquanto mãe, que pode não ser fácil uma reconciliação. O importante, creio eu, é não deixar de tentar, sugerindo livros que possam ir ao encontro dos interesses dos nossos filhos (há instagramers e tiktokers de livros que podem ser bons influencers), mantendo pequenas rotinas (10-15 minutos por dia, por exemplo, para começar) e dando o exemplo”.

Ninguém deveria ficar privado delas, até ao final da sua vida”

Ler e ter contacto com a leitura desde tenra idade é essencial para a criação deste hábito repleto de vantagens. A oferta de títulos é variada e, para cada faixa etária, há uma lista infindável de (bons) livros para ler. Até porque, como revela Sara Rodi, “a criatividade nasce connosco – é um bicharoco irrequieto que mora dentro de nós –, é preciso alimentá-la desde sempre, e até sempre, para não a deixarmos esmorecer. Por isso, as crianças precisam tanto de brincar e de ouvir histórias. Por isso, ninguém deveria ficar privado delas, até ao final da sua vida”.
Se quer contribuir para que a oferta de livros não falte, que tal inscrever-se na 9.ª edição do Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce? Tem até ao final deste mês (março) para o fazer.

Infografia: Joana Figueirôa

Entretanto, com a ajuda da escritora Sara Rodi, deixamos-lhe uma lista de títulos para miúdos e graúdos lerem.

31 de março

é a data limite para se candidatar à fase de texto da 9.ª edição do Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce.

Livros para todos

Quem muito lê, mais quer ler. Este é um ponto comum entre ávidos leitores. Livros para serem lidos não faltam, independentemente do género literário. Mas no caso dos pequenos leitores, importa adaptar o livro à idade. Na hora de escolher um livro, “a capa chama sempre a atenção, e um bom título pode fazer a diferença. No caso dos livros infantis, também a ilustração”, avança Sara Rodi. “Mas eu não compro um livro sem ler também a contracapa e as primeiras páginas. Hoje em dia, isso é possível também online, e ficamos logo com uma ideia mais aproximada do que estamos a comprar”, partilha.

Dos zero aos 60 anos, indicamos-lhe alguns livros para que possa completar a sua biblioteca (se ainda não os tiver lido, é claro):

Livros para crianças até aos 6 meses

Um leitor nasce mesmo antes de vir ao mundo, na barriga da mãe. Mas desde o momento em que respira pela primeira vez fora do ventre, há livros que estão à sua espera. Nesta faixa etária, os livros devem ser pequenos e cartonados, de pano ou plástico (para quando a criança começar a querer tocar-lhes), e com figuras grandes e coloridas.

 

Sugestões de Sara Rodi: “Livros com texturas, que os bebés possam ir manuseando. E livros que os pais/avós lhes possam ir lendo. Exemplo: O Som das Lengalengas (Livros Horizonte), de Luísa Ducla Soares, que traz CD com música de Daniel Completo”

 

As nossas sugestões:

–       Biblioteca do Bebé — Livros de alto-contraste, de Clementina Almeida, Porto Editora;

–       A Festa dos Animais, de vários autores, Jacarandá;

–       Bebé: surpresa!, de Sarah Davis, DK;

–       Olá, papá!, de Ladybird, Bertrand Editora;

–       Baleia — Livro de banho, Editora Presença.

Livros para crianças dos 6 aos 12 meses

Com esta idade, as crianças começam a ter mais interação com o mundo que as rodeia. Opte por livros com texturas ou sons, e com ilustrações de animais de objetos do dia a dia ou de meios de transporte. Mas não se esqueça que deve ser feito de material resistente e durável.

 

Sugestões de Sara Rodi: “Coleção À Descoberta das Palavras e dos Sons (ASA).”

 

As nossas sugestões:

–       Beijos, de Marta Comín, Orfeu Negro;
–       O Gato Gaspar: Toca e Sente, de Faye Wiliamson, Booksmile;
–       Sente as cores: Preto e Branco, Yoyo Books;
–       Primeiros Conceitos! 9 livrinhos para mãos pequeninas, Jacarandá;
–       O Bolinha e as Primeiras Formas, de Eric Hill, Editorial Presença.

Livros para crianças do 1 aos 3 anos

Livros com várias ilustrações e com diferentes texturas são uma boa aposta. Os textos devem ser simples, com rimas e repetições.

 

Sugestões de Sara Rodi: As 100 Primeiras Palavras (Jacarandá), para eles explorarem sozinhos. E os pais podem ir lendo muitas outras histórias.”

 

As nossas sugestões:

–       Vamos Comer, de Emanuela Bussolati e ilustração de Francesca Crovara, ASA;

–       Onde está o Pedrito Coelho, Bertrand;

–       A Lagartinha Muito Comilona, de Eric Carle, Kalandraka;

–       O Elmer e o Tesouro Perdido, de David McKee, Nuvem de Letras;

–       Nham, de Nuppita Pittman, Planeta Tangerina.

Livros para crianças dos 3 aos 6 anos

Nesta faixa etária, as histórias já podem contemplar mais texto em detrimento de imagens. Fábulas e contos de fada são uma boa opção.

 

Sugestões de Sara Rodi: “Nesta fase, a criança já começa a escolher os livros que mais lhe agradam, seja numa livraria ou biblioteca, e é importante dar-lhe essa autonomia”, aconselha. “Outras sugestões (caso sejam os pais a escolher): 10 Histórias para ensinar às crianças o que são as emoções (Manuscrito), da Susana Pedro. A coleção 100 Histórias (Asa), de vários autores portugueses, com 100 pequenas histórias para 100 dias. E Histórias ao Cubo (Edicare), de Joana Jesus, para estimular a imaginação.

 

As nossas sugestões:

–       Oh! Um Livro com Sons, de Hervé Tullet, Editorial Presença;

–       Os Meus Amigos, de Taro Gomi, Orfeu Negro;

–       Os Bolsos da Marta, de Quentin Blake, Kalandraka;

–       Para Onde Foram as Crianças, de Sara Rodi e ilustração de Raquel Pinheiro, Zero a Oito;

–       Leituras e Papas de Aveia, de André Pedro Martins e ilustração de Duarte Carolino, Pingo Doce.

Livros para crianças dos 7 aos 10 anos

Ainda que nestas idades já consigam ler sozinhos, as imagens devem continuar a fazer parte da história, ainda que em menor número.

 

Sugestões de Sara Rodi: “Começar por livros pequenos ou livros com várias histórias pequenas, quando a leitura ainda se faz com esforço. Por exemplo, Os Mini Cinco (Oficina do Livro), de Enid Blyton, ou Os Mauzões (Porto Editora), de Aaron Blabey. Depois, apostar em livros um pouco maiores – por exemplo, O Tubarão na Banheira (Caminho), de David Machado, ou Noa, de Susana Cardoso Ferreira – ou coleções. Uma Aventura (Caminho), de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, continua a fazer as delícias dos pequenos leitores, mas outras como O Estranhão (Porto Editora), de Álvaro Magalhães, ou Diário de Uma Miúda como Tu (Nuvem de Letras), de Maria Inês Almeida, também são excelentes apostas para cativar os mais novos”

 

As nossas sugestões:

–       Orlando — O Caracol Apaixonado, de Sérgio Mendes e ilustração de Elias Gato, Pingo Doce;

–       A Nuvem, de Rita Canas Mendes e ilustração de João Fazenda, Pato Lógico;

–       Viagem ao Centro do Escuro, de David Machado e ilustração de Madalena Moniz, Caminho;

–       O Que Fazer com uma Ideia, de Kobi Yamada, Zero a Oito;

–       A Maior Flor do Mundo, de José Saramago, Porto Editora.

Livros para crianças dos 10 aos 12 anos

Nesta faixa etária, começa o gosto pelos livros com enredos mais densos e vocabulário mais rico. As ilustrações começam por escassear ou desaparecem por completo. Livros de aventuras, mundos mágicos, lendas, detetives e ficção científica são temas apreciados.

 

Sugestões de Sara Rodi: “Aqui começa o maior desafio. Deixo duas sugestões: O País das Laranjas (Asa), de Rosário Alçada Araújo, e a coleção Os Primos (D. Quixote), de Mafalda Moutinho.

 

As nossas sugestões:

–       O Narciso com Pelos no Nariz, de Andreia Penso Pereira e ilustração de Ana Granado, Pingo Doce;

–       A Fada Oriana, de Sophia de Mello Breyner Andresen, Porto Editora;

–       Os Livros que Devoraram o Meu Pai, de Afonso Cruz, Editorial Caminho;

–       As Aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain, Porto Editora;

–       O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry, Porto Editora.

Livros para a Geração Z

Vai entre os atuais 12 e 27 anos. São os chamados “nativos digitais”, por já terem nascido com internet e smartphones. Por isso, se o tradicional livro físico não os prender, pode sempre experimentar em oferecer-lhe um leitor de livros digitais, já com uns quantos títulos comprados.

 

Sugestões de Sara Rodi: “Depende dos interesses e da capacidade leitora, mas sugiro a coleção Cherub (Porto Editora), de Robert Muchamore; Mary John (Planeta Tangerina), de Ana Pessoa; O Pintor debaixo do Lava-Loiças (Caminho), do Afonso Cruz; Aquorea (Suma), de M.G. Ferrey.

 

As nossas sugestões:

–       O Diário de Anne Frank, de Anne Frank, Livros do Brasil;

–       Há Monstros no Túnel, de Diogo Alegria Pécurto e ilustração de Maria Isabel Santos Silva, Pingo Doce;

–       O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá — Uma história de amor, de Jorge Amado e ilustração de Carybé, BIS;

–       O Paraíso são os Outros, de Valter Hugo Mãe, Porto Editora;

–       O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway, Livros do Brasil.

Livros para a Geração Young Millennials

Ao contrário dos Old Millennials, os Young Millennials (atualmente, com idades entre os 20 e os 26 anos), tal como a Geração Z, já nasceram conectados à internet. A diferença com esta última é que a cultura mobile foi adotada por eles em criança. Contudo, a Geração Millennial é apontada, muitas vezes, como aquela que tem mais hábitos de leitura.

 

Sugestões de Sara Rodi: “Também depende muito dos interesses e hábitos de leitura. Mas parece-me uma excelente idade para se desassossegarem com o Livro do Desassossego (Assírio & Alvim), de Fernando Pessoa, e o Ensaio sobre a Cegueira (Porto Editora), de José Saramago”

 

As nossas sugestões:

–       O Protesto do Lobo Mau, de Maria Leitão e ilustração de Pedro Velho, Pingo Doce;

–       Mulherzinhas, de Louisa May Alcott, Bertrand Editora;

–       Ferozes, de Helena Magalhães, Suma de Letras;

–       Mil Sóis Resplandecentes, de Khaled Hosseini, Editorial Presença;

–       Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, Grupo Saída de Emergência.

Livros para a Geração X

São os pós-Baby Boomers, tendo, hoje em dia, entre os 42 e os 62 anos. Viveram a infância, a adolescência e uma parte da vida adulta sem internet. Surpreendentemente, é a geração que tende a ler mais online, sobretudo notícias. Mas vamos a livros para esta geração…

 

Sugestões de Sara Rodi: “Há livros para todos os gostos, felizmente. Recomendo três de três autores portugueses: Apneia (Casa das Letras), de Tânia Ganho; O Retorno (Tinta da China), de Dulce Maria Cardoso; A Máquina de Fazer Espanhóis (Porto Editora), de Valter Hugo Mãe”

 

As nossas sugestões:

–       Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie, D. Quixote;

–       O Caderno Dourado, de Doris Lessing, Galaxia;

–       Assim como Tu, de Teresa Salgueiro e ilustração de Jorge Margarido, Pingo Doce;

–       À Espera de Bojangles, de Olivier Bourdeaut, Guerra & Paz Editores;

Perguntem a Sarah Gross, de João Pinto Coelho, Dom Quixote

Uma história escrita por si

Livros não faltam para serem lidos. E muitos mais serão editados. Da lista que lhe apresentámos anteriormente, quantos já leu?

Não raras vezes, ávidos leitores transformam-se em… escritores. Já ponderou publicar o seu próprio livro, mas não sabe por onde começar? “Antes de qualquer coisa, escrevê-lo. E revê-lo. E voltar a revê-lo. E rever outra vez. Depois, então, procurar uma editora, em que o livro se possa enquadrar.

É importante preparar uma boa apresentação do livro, que desperte a atenção de quem receber o manuscrito (…) É importante não desistir. Enviar o manuscrito para outras editoras. Enviá-lo para concursos”

Para isso, convém perceber a linha editorial de cada editora. Aquando do envio, é importante preparar uma boa apresentação do livro, que desperte a atenção de quem receber o manuscrito”, aconselha a escritora Sara Rodi. “É importante não desistir. Enviar o manuscrito para outras editoras. Enviá-lo para concursos”, aconselha. Se tem uma história infantil guardada na gaveta (seja de um armário ou da sua cabeça), oiça um dos conselhos da escritora e candidate-se ao Prémio de Literatura Infantil Pingo Doce.

O maior galardão da área a nível nacional está de volta, e as candidaturas para a fase de texto já estão a decorrer e vão até 31 de março. Para se inscrever, só tem de ir ao site da iniciativa, ler o regulamento e candidatar-se com a sua obra para crianças. O vencedor da fase de texto, conhecido a 5 de maio, não só vê a sua obra publicada, como ainda recebe 25 mil euros.

Este Prémio de Literatura Infantil é promovido pelo Pingo Doce há 9 anos consecutivos. Com ele, a marca pretende incentivar a criatividade literária e artística, estimulando novos talentos, ao mesmo tempo que contribui para a promoção da literacia infantojuvenil, democratizando o acesso aos livros e estimulando hábitos de leitura em família.

Saiba mais em
Prémio Literário Infantil

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