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A representatividade da escola pública entre as 100 melhores escolas de 9.º ano aumentou — mas apenas ligeiramente. Passou de 11 para 16 escolas. O mesmo aconteceu com a média nacional das provas — que cresceu 1,45% face a 2022. Num total de 1174 escolas, 711 conseguiram aumentar a média dos exames de Português e Matemática — e destas, apenas 95 são privadas). E o número de escolas em que pelo menos metade dos alunos têm apoio do Estado também aumentou — a situação mais grave é no distrito de Viseu. Apesar disto, houve mais escolas a puxar mais pelos alunos carenciados.
Os dados foram primeiramente divulgados pelo Ministério da Educação e depois, em parceria com a Nova SBE, o Observador agregrou-os, ordenou-os e, por fim, analisou-os. Trazemos-lhe cinco curiosidades sobre os dados das escolas do 9.º ano de Norte a Sul do país com base em dois rankings: o de exames e o da equidade.
Há 16 escolas públicas entre as 100 melhores
Em 2023, as escolas públicas conseguiram aumentar a sua representatividade entre as 100 melhores escolas do 9.º ano (tal como aconteceu no ensino secundário). No conjunto de escolas privadas que ocupam o top 100, há espaço para 16 públicas (mais cinco do que em 2022). E as primeiras quatro são de ensino artístico.
Duas escolas situam-se no Norte: o Conservatório de Música do Porto (em 29.º) e o Conservatório de Música Calouste Gulbenkian em Braga (em 39.º). E as outras duas ficam na capital: a escola de Dança e a escola de Música do Conservatório Nacional (em 37.º e 38.º lugar, respetivamente).
Ranking das Escolas 2023. Veja na tabela interativa em que lugar ficou a sua?
As restantes espalham-se pelo resto do país, nos distritos de Coimbra, Beja, Aveiro e Viseu.
Destas 16 escolas públicas, duas encerram o top 100 (empatadas em último): a escola secundária da Maia, no distrito do Porto, e a secundária Carlos Amarante, em Braga. Ambas tiveram uma média de 66,16% nos exames nacionais e uma nota média, na escala de 1 a 5, de 3,44 e 3,43 respetivamente.
Os 5 concelhos mais representados no top 100
É no concelho de Lisboa que se encontram 24 das 100 melhores escolas do 9.º ano. Destas, quatro são públicas. Atrás, com 11 escolas, está o concelho do Porto, das quais duas são públicas.
Segue-se Coimbra e Cascais, que ficam apenas com uma escola de diferença. Entre as sete escolas de Coimbra, duas são públicas, já as seis de Cascais são todas privadas. No 5.º concelho com maior número de escolas no top 100 — Braga — surgem 5 escolas, das quais duas são públicas.
No total, só nestes 5 concelhos estão representadas 53 das 100 melhores escolas do 9.º ano. E destas apenas 10 (18,87%) são públicas.
Média nacional dos exames aumentou 1,45%
A média nacional dos exames de 9.º ano em 2023 aumentou 1,45% face a 2022: passou de 49,96% para 51,41%. A diferença pode não parecer significativa, mas permitiu que a média passasse a ser positiva. Das 711 escolas em que houve um aumento da média dos exames nacionais, apenas 95 (13,36%) são privadas.
A escola em que a média mais aumentou (24,42%) foi a básica e secundária do Mogadouro, no distrito de Bragança. Logo atrás, surge a escola básica e secundária da Madalena, na Região Autónoma dos Açores (17,30%). E em terceiro a básica e secundária À Beira Douro, no Porto (17,06%).
Apesar de 711 escolas (60,56%) terem conseguido aumentar o desempenho face a 2022, 463 não conseguiram fazê-lo. E, das 1174 escolas analisadas no ranking de provas do 9.º ano, apenas uma escola, a básica Paulo da Gama, no Seixal, manteve a média inalterada (43,60%).
Em 117 escolas pelo menos 50% dos alunos são carenciados
Do universo de 1174 escolas do 9.º ano, em 117 (9,97%) há no mínimo 50% de alunos com ASE (Ação Social Escolar). E indo mais ao detalhe, 11 escolas têm no mínimo 70% de alunos com apoio do Estado. Em 2022 a realidade era idêntica: eram 113 as escolas em que mais de metade dos alunos eram de contextos desfavorecidos.
A escola com maior número de alunos a necessitar de apoio económico do Estado fica em Cinfães, no distrito de Viseu. Trata-se da escola básica de Souselo, (785.º no ranking de exames), na qual 88,70% dos alunos têm apoio.
Logo atrás, com 83,30% de alunos carenciados, fica a básica e secundária Leonardo Coimbra, no Porto (em 1138.º no ranking de exames). E depois a básica do Miradouro de Alfazina, em Almada, com 78,9% de alunos com ASE (em 1167.º no ranking de exames).
Os três concelhos que detêm mais escolas com, no mínimo, 50% de alunos com ASE são Lisboa (11), Porto (6) e Paredes (4).
Desempenho dos alunos carenciados está acima da média em 476 escolas
Na análise da equidade, são comparados estudantes carenciados (e que têm Ação Social Escolar) que tenham feito o percurso escolar no período estipulado de três anos, com outros alunos em situação semelhante a nível nacional. No ranking da equidade apenas são contempladas 851 escolas (e não as 1174 que o ranking de exames contempla) porque só estas apresentaram os dados necessários.
A escola que conseguiu levar mais alunos carenciados a ter melhor desempenho escolar fica em Lamego, no distrito de Viseu. É a escola básica e secundária da Sé, onde os alunos tiveram um desempenho 19,82% acima da média dos alunos que o Ministério da Educação considera comparáveis.
Apesar de superar a escola que ficou no topo da tabela em 2022 (com 19,75), o melhor resultado no 9.º ano fica, uma vez mais, atrás do melhor resultado no secundário. No primeiro lugar do ranking de equidade desse ciclo de estudos está a secundária de Amares, onde os alunos tiveram um desempenho 29,06% acima do esperado.
Tal como no ano anterior, em 2023 o número de escolas que puxaram mais pelos alunos com dificuldades socioeconómicas aumentou. Das 851, em 476 (55,93%) registou-se um desvio positivo e em 375 um desvio negativo (44,07%). Face a 2022, mais 30 escolas conseguiram ter resultados positivos.
Entre as escolas com desvio positivo, 19 (mais três que em 2022) levaram os alunos a ter um desempenho no mínimo 15% acima da média. O número aumenta para 99 quando falamos de um desempenho entre 10 e 14,99% acima do esperado. E para 358 escolas se nos referirmos a um desvio entre 0 e 9,99.
Das 375 escolas em que os alunos carenciados tiveram desempenho abaixo do esperado, em 7 os alunos tiveram um desempenho no mínimo 30% abaixo da média:
- Escola básica e secundária D. João V (Amadora): desvio de -45,35
- Escola secundária Padre António Macedo (Santiago do Cacém): desvio de -39,14
- Escola secundária de Aljustrel (Aljustrel) : desvio de – 37,78
- Escola básica e secundária de Macedo de Cavaleiros (Macedo de Cavaleiros): desvio de -36,55
- Escola básica e secundária António Bento Franco (Mafra): desvio de -32,09
- Escola básica e secundária de Salvaterra de Magos (Salvaterra de Magos): desvio de -31,92
- Escola básica José Cardoso Pires (Amadora): desvio de -31,53