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Marisa Cardoso

Marisa Cardoso

Super Bock Super Rock: da Eurovisão até ao Meco, os Måneskin quiseram ser os "kool kids"

Encabeçaram o primeiro dia de festival e levaram 20 mil pessoas ao Meco. Os italianos Måneskin, pela primeira vez em Portugal, fizeram-se notar mesmo antes do concerto, quando assistiam a Royal Blood.

Os italianos Måneskin, que saltaram para o estrelato com a vitória na Eurovisão, em 2021, fizeram alguns torcer o nariz ao terem sido escolhidos como cabeça de cartaz de um festival de música em Portugal. As dúvidas ter-se-ão dissipado esta quinta-feira na Herdade da Cabeça do Flauta, no Meco, em Sesimbra, por onde passaram 20 mil pessoas, segundo dados da organização, a produtora Música no Coração. Tudo para ver o fenómeno eurovisivo que aterrou no primeiro dia da 28.ª edição do Super Bock Super Rock.

Desde a abertura de portas do recinto que era evidente que os Måneskin monopolizavam as atenções do primeiro dia de regresso ao Meco. Ainda não são 17h quando Bárbara, Bruno e Constança, todos na casa dos 20 anos, vestidos de preto, se abeiram da grade. Faltam seis horas para o concerto.

“Måneskin é das minhas bandas preferidas. Assim que anunciaram comprei logo”, conta Bárbara, que conheceu o grupo quando este chegou à televisão e varreu o Festival. “Eu já via a Eurovisão e gostei mesmo da banda, é mesmo o meu estilo de música”, diz ainda. Os três compraram bilhetes diários e têm discos pedidos. “Gosto mais das antigas. Adorava ouvir a Coraline”, atira Constança. Todos têm como objetivo ver ao vivo a banda liderada por Damiano David, mesmo que isso implique alguns sacrifícios.

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“Já fomos buscar pizza, temos água, estamos bem”, diz Bárbara. Ali ficarão, junto à grade que os separa da sua banda favorita. Entre eles, apenas um fosso de Golden Circle, os bilhetes mais caros que garantem que é mais provável partilhar o ar com uma celebridade.

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Mas voltemos aos concertos propriamente ditos. Nos últimos anos, a programação do festival virou-se mais para o hip-hop e o R&B, mas o evento promovido pela Música no Coração guarda um dia dedicado a sonoridades rock. Foi o caso desta quinta-feira dia, que arrancou com Alice Merton a aquecer o palco principal para Tom Morello, emblemático guitarrista dos Rage Against the Machine. Aos 60 anos, o músico norte-americano tem lançado uma série de discos em nome próprio ou com o projeto The Nightwatchman; e tem apresentado novos temas, como Soldier In The Army of Love ou Gossip, uma colaboração (precisamente) com os Måneskin, que muitos suspiraram que subisse mais tarde a palco — não aconteceu.

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Pontualíssimo para o último concerto da tour, Morello começou por dizer: “Uma das coisas que mais me dá pena é não poder tocar aqui em Portugal com o meu amigo Chris Cornell”, disse aludindo à morte do vocalista dos Soundgarden, em 2017. “É mais uma oração do que uma canção”, disse sobre AudioSlave. Seria um dos pontos altos da atuação, até Morello anunciar que ia cantar uma “canção popular portuguesa antiga”, que “provavelmente todos aprenderam na escola”. O olhar confusão desvaneceu-se em segundos com a revelação de Killin in the name, single de estreia dos Rage Against the Machine, lançado em 1991, que viria a tornar-se hino do grupo.

Com a mesma pontualidade com que começou, Morello terminou o concerto de forma a que ninguém perdesse o arranque dos Capitão Fausto, que uma hora depois já se instalavam no Palco Pull&Bear, o que ocupa o lugar de “secundário” neste Super Bock Super Rock, a poucos metros dali. Tomás Wallenstein, que no ano passado passou pelo Meco a solo, com uma túnica esvoaçante sentado ao piano, no extinto palco LG by SBSR.fm, voltou em bando para um concerto celebratório do álbum Pesar o Sol, o segundo disco do grupo de Alvalade, editado há 10 anos. A ele regressaram, interpretando-o na íntegra, num concerto preparado especificamente para o festival.

Seguindo à risca o alinhamento do álbum, arrancaram com Nunca faço a metade e, de facto, tocaram-no por inteiro, seguindo para Litoral, Tui, Flores do Mal. “Festejar este disco que é tão importante para nós”, diziam. “Passou muito tempo”, lembrou o baixista, Domingos Coimbra. “Algumas canções já não tocamos há 8 anos”.

O público foi respondendo, mas já o estômago dava horas e faziam-se contas ao tempo para fintar filas para jantar e não perder Royal Blood, que mesmo com uma performance esforçada (e a palavra é elogiosa) não foram capazes de manter a atenção do público e perderam-na por completo quando o vocalista dos Måneskin, Damiano David, se posicionou junto ao palco, no fosso destinado aos fotógrafos, pouco após a banda britânica iniciar o seu espetáculo. A ele juntar-se-iam, pouco depois, o guitarrista Thomas Raggi e o baterista Ethan Torchio. E estava o circo montado, com olhos, telemóveis e câmaras fixadas naquele espaço.

O vocalista dos Royal Blood lidou com a situação caricata dizendo: “Não sei se sabem, mas há uma banda a tocar a seguir, e estão ali”, apontando para o óbvio e dedicando-lhes a música seguinte, antes que a euforia coletiva empurrasse os Måneskin para o backstage, dando o espaço devido à dupla britânica, que acabaria por ficar sem som, voltando para uns minutos depois de fazer o chão tremer.

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Galgámos o terreno até ao palco secundário, composto para receber Will Butler, mais conhecido por ter sido um dos membros dos Arcade Fire durante quase 20 anos, ao lado do seu irmão Win. Apresentou-se no Meco acompanhado das Sister Squares, meses depois da passagem pelo Super Bock em Stock, em Lisboa, onde apresentaram o disco homónimo que lançaram no ano passado.

Desde 2015 que o músico canadiano tem apresentado discos em nome próprio, embora agora esteja oficialmente acompanhado por uma banda composta por Sara Dobbs, Jenny Shore, Julie Shore e Miles Francis. No Meco, coube-lhe a ingrata tarefa de anteceder o cabeça de cartaz num outro palco, o que resultou numa fraquíssima afluência durante praticamente o concerto durante.

Às 22h45 não havia quem não estivesse diante do palco principal à espera de Måneskin. Já se adivinhava pelas filas de T-shrits alusivas ao quarteto italiano que se formou em Roma, em 2016, e começou a dar que falar depois de concorrerem à versão do Factor X, em 2017. Eles que, quatro anos depois, em 2021, venceram o festival de Sanremo e foram os enviados italianos à Eurovisão, que acabariam por ganhar com Zitti e buoni. Mas na estreia em Portugal, os italianos quiseram mostrar que são mais do que uma banda de Eurovisão.

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Ouve-se Don’t Wanna Sleep e o público revela logo ter estudado a lição. Entre canções do disco Rush!, de 2023, e outras do anterior Teatro d’ira, Vol. I (2021), não faltaram êxitos como Beggin ou Kool Kids, que atirou para o palco duas dezenas de fãs. Para o encore deixaram I Wanna Be Your Slave.

Na noite no Meco, Damiano fez questão de tecer elogios ao futebolista português Cristiano Ronaldo, dizendo: “Cristiano Ronaldo é o melhor jogador de futebol de sempre”. A multidão respondeu: “siiiiim”. Ronaldo ainda regressaria ao longo do espetáculo, através da camisola da seleção nacional de futebol que o frontman envergou o seu nome das costas e o número sete nas costas. Foi a primeira vez em Portugal, mas os Måneskin sabem bem como seduzir.

Heróis da guitarra, rainhas da noite e patrões do hip hop: 14 concertos a não perder no Super Bock Super Rock

 
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