Publicação alega que o “apagão” das redes sociais — que ocorreu no início de outubro durante cerca de 12 horas com as plataformas detidas pelo Facebook (Facebok, Messenger, Whatsapp e Instagram) — fez com que também os “drones de vigilância” chineses ficassem inoperacionais, relacionando o sistema de vigilância chinês com a multinacional norte-americana.
Na realidade, os drones não são de vigilância nem há qualquer relação entre os dois fenómenos. A queda dos drones terá ocorrido devido a falhas técnicas, três dias antes do apagão das redes sociais. Foi a 1 de outubro que foi publicado o vídeo original do espetáculo de drones, ocorrido em Zhengzhou, na província chinesa de Henan. As redes sociais registaram problemas a 4 de outubro.
Clicando no link do vídeo abaixo, pode verificar-se a data de publicação do mesmo. Também é possível ver que, enquanto estiveram no ar, os dispositivos aéreos chegaram a cumprir uma parte do desfile programado, alinhando-se para formar caracteres chineses.
https://youtu.be/StxRZT96rww
O vídeo data de 2 de outubro, mas o incidente ocorreu na noite anterior. É possível ver os cidadãos, que se juntaram para assistir ao desfile, a fugirem quando o espetáculo corre mal.
Não é a primeira vez que um espétaculo deste género (e tratando-se de eventos relativamente são comuns) fracassa na China. Algo semelhante já tinha acontecido em 2018, com consequências mais graves no território de Hong Kong, mas também já este ano houve registo de casos semelhantes.
Nas notícias que dão conta do incidente ocorrido no início do outubro, é descrito que, em janeiro, uma série de drones embateram contra um edifício e acabaram por cair, na cidade de Chongqing.
Em maio do ano passado, em Chengdu, 17 drones ficaram destruídos durante um outro espetáculo. No caso, a polícia local concluiu que se tratou de um boicote de uma empresa rival que comercializa os mesmos aparelhos eletrónicos, mas que não teve autorização para participar no desfile.
Conclusão
A queda de drones não é inédita na China, assim como não é inédita a realização de desfiles aéreos com recurso a estes aparelhos, não sendo estes dispositivos direcionados para a videovigilância. A ideia de que o fenómeno esteve relacionado com o “apagão” da redes sociais não tem qualquer sustentação factual e não há coincidência temporal entre os dois eventos.
Assim, de acordo com a classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.