É mais um caso de descontextualização. Um vídeo de comissárias de bordo e funcionárias da Alitalia — a congénere italiana da TAP — que se manifestavam contra a compra da empresa pela ITAAirways está a ser utilizado nas redes sociais para passar a ideia que as mulheres registadas nas imagens se manifestavam contra a imposição da obrigatoriedade de vacinação.

A manifestação simbólica acontece no dia 20 de outubro — e não 27 como indicado na publicação no Facebook — e tinha como foco o apoio aos colegas que foram integrados na ITA Airways em condições que desagradam aos funcionários da ex-Alitália.Manifestantes no local, ouvidos pelo La Reppublica descrevem “contratos humilhantes” sob a tutela da ITA que começou a operar precisamente em outubro.

Alitalia dá origem a nova companhia que começa a operar em outubro

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A manifestação está longe de ter como ponto de partida qualquer fundamento relacionado com a imposição de vacinas, ao contrário do que afirma a publicação no Facebook.

Partilha de vídeo sobre alegado protesto contra vacinação

A ação simbólica teve eco nos meios de comunicação italianos, com o jornal La Repubblica a descrever também o simbolismo dos pares de sapatos deixados pelas manifestantes na praça da capital italiana e o choro de algumas mulheres descontentes com o processo de aquisição da Alitalia: “Somos Alitalia” gritaram.

Conclusão

As notícias da imprensa italiana deixam pouca margem para dúvidas: a manifestação era de facto de comissárias de bordo, mas em nada teve que ver com a vacinação contra a Covid-19. Tratou-se de um protesto simbólico, com a realização de um flashmob, para alertar para as condições de trabalho dos colegas da ex-Alitalia agora integrados na ITA, a nova designação da companhia aérea italiana que começou a operar a 15 de outubro.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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