As imagens mostram uma elevada quantidade de lixo, restos de comida, sacos e garrafas, tudo espalhado no chão da praça Romerberg, Frankfurt, no dia 20 de junho. E nas redes sociais há diversas publicações a atribuir toda a situação aos imigrantes: “Não tenho certeza de quanto tempo Frankfurt sobreviverá às consequências da imigração em massa.”
Mas a associação entre aquele cenário e a população imigrante na cidade alemã está errada. Naquele mesmo dia disputou-se o jogo entre Dinamarca e Inglaterra, a contar para a fase de grupos do Euro 2024, e que acabou empatado 1-1 — e aquele lixo foi deixado pelos adeptos das equipas que ali estiveram antes e/ou durante a partida, tendo em conta que a Arena de Frankfurt fica na mesma cidade e centenas de pessoas passaram naquela fan zone durante o dia.
Prova disso é o comunicado da câmara de Frankfurt, que explica que adeptos ingleses, dinamarqueses e alemães estiveram “a festejar até tarde” e “deixaram para trás um mar de lixo” e não faz qualquer menção a que tivessem sido migrantes a fazê-lo. E acaba mesmo por agradecer aos trabalhadores que possibilitaram que o local ficasse limpo.
Além disso, antes de os vídeos começarem a circular, há uma imagem captada pela jornalista Jana Rodenbusch, para a Reuters, que mostra o estado em que ficou a praça Romerberg após a passagem dos adeptos de futebol, o que também contraria a versão que imputa responsabilidades aos imigrantes.
Conclusão
É falso que tenham sido imigrantes a deixar a praça Romerberg, em Frankfurt, coberta de lixo. Além de haver imagens que provam que por ali passaram adeptos de futebol que assistiam ao Euro 2024 e não imigrantes, a própria autarquia local fez questão de confirmar em comunicado que o “mar de lixo” foi deixado pelos adeptos que assistiram a um jogo do Euro2024.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.