“NATO diz que o Brasil é um país fraco”. Esta alegação vem numa publicação de Facebook de 29 de agosto, a reboque de um suposto tweet de Gunther Fehlinger, economista austríaco que surge associado àquela aliança. Pode ler-se o seguinte: “Depois da cimeira dos BRICS, começo a questionar-me se o socialista corrupto Lula é a esperança para um mundo livre, ou o responsável por levar o Brasil na mesma direção de países como Rússia, China ou Irão”. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa.

Publicação viral alega que NATO ameaçou o Brasil. É falso.

O primeiro ponto que há a esclarecer é que Gunther Fehlinger diz que, dentro das suas funções, é “presidente do comité europeu da NATO”, sendo um acérrimo defensor da integração de países como a Áustria e a Ucrânia naquela aliança. Ou seja, oficialmente, o economista pertence a um grupo que visa integrar estes países na NATO, mas não a representa. Depois, foi o próprio que confirmou que estamos perante uma publicação falsa, já que nega que 1) seja representante da NATO; 2) que a NATO esteja a planear acabar com as relações com o Brasil; 3) que o seu comité seja militar ou tenha qualquer tipo de financiamento.

A cimeira dos países com economias emergentes denominados BRICS (Índia, Brasil, Rússia, China e África do Sul), que decorreu em Joanesburgo, na África do Sul, nos últimos dias, abriu a porta à integração de mais países, como a Argentina e o Irão. Vladimir Putin foi o grande ausente. Não há, no entanto, nenhuma posição oficial da NATO sobre este evento recente. Nem sequer sobre o Brasil. É necessário dizer que se aquela organização se tivesse referido ao país chefiado por Lula da Silva naqueles termos, as reações já teriam chegado aos principais jornais mundiais, algo que não aconteceu. Publicações semelhantes à que o Observador verificou também já foram anteriormente desmentidas.

Conclusão

Não é verdade que a NATO tenha ameaçado o Brasil depois da 15.ª cimeira dos BRICS. Não é conhecida nenhuma declaração pública sobre o tema. Os tweets referidos são de alguém que detém um comité europeu que visa a integração de alguns países, como a Ucrânia, na NATO. O próprio já desmentiu representar a NATO.

Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

IFCN Badge