Num debate em que se falou muito de Educação, da falta de professores e de novos caminhos para a escola pública em Portugal. Rui Tavares, porta-voz do Livre, mostrou não ter dúvidas de que o “problema de falta de professores se vai agravar”. Não exclui que a recuperação do tempo integral da carreira dos professores seja necessária, mas apontou mais caminhos para criar a “escola pública do futuro”.

E acusou: “Não concordo que Portugal seja um dos países da OCDE que menos está a investir na Educação“.

Além do PISA, em que Portugal participa desde 200o, a OCDE lança todos os anos um estudo sobre o estado da Educação nos vários países membro. O relatório “Education at a Glance 2o23” fornece dados sobre a estrutura, as finanças e o desempenho dos sistemas educativos nos países da OCDE. De acordo com os dados mais recentes, de 2020, em Portugal a percentagem correspondente ao investimento na Educação é de 5,1% do PIB, dos quais 30% foram dedicados ao ensino primário, 22% ao ensino secundário inferior, 23% ao ensino secundário superior, e 24% a programas de licenciatura, mestrado e doutoramento ou equivalentes. Exatamente a mesma percentagem que resulta da média de todos os países da OCDE em relação a este indicador.

No relatório da OCDE destaca-se que, em Portugal, a percentagem atribuída ao ensino primário é semelhante à média da OCDE, mas a percentagem dedicada ao ensino secundário é até superior à média (45% em comparação com 41%), já a percentagem dedicada ao ensino superior é inferior à média (25% em comparação com 29%).

Já no indicador que se refere à despesa por estudante no país, o mesmo relatório revela que equivale a 31% do PIB per capita, valor superior à média da OCDE de 27%. Além disso, informa-se que, em Portugal, 82% do financiamento provém do governo central, após transferências entre níveis de governo, 7% do nível regional e 11% do nível local.

A afirmação de Rui Tavares não tem, assim, fundamento de acordo com os dados mais recentes da OCDE. Portugal não é dos países que menos gasta em investimento na Educação. Nos vários indicadores surge acima da média dos países membros que entram no estudo.

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