A 5 de julho, um dia depois da vitória do Partido Trabalhista nas eleições do Reino Unido, vários posts nas redes sociais partilhavam uma publicação da página espanhola Pontual 24H, que afirmava que Keir Starmer, recentemente eleito primeiro-ministro, queria tornar o árabe língua oficial do Reino Unido.

A publicação original não estava acompanhada de nenhuma fonte ou link que comprovasse as alegações, apenas de uma fotografia de um discurso de Starmer. Mas a imagem em questão corresponde a uma intervenção do líder dos trabalhistas em fevereiro, na Labour Business Conference. Em nenhum momento do seu discurso Starmer faz menção à possibilidade de tornar o árabe em língua oficial do Reino Unido. Importa ainda mencionar que a página Pontual 24h partilha exclusivamente conteúdo desinformativo.

Uma pesquisa extensa pelo tema também não deu resultados: não há nenhuma notícia, artigo ou vídeo que relacione Keir Starmer com estas declarações, ou outras, sobre a língua árabe.

Além de não encontrarmos qualquer referência a este assunto nos meios de comunicação, no programa no Partido Trabalhista também não consta a intenção de que o árabe seja língua oficial. O Observador consultou o programa apresentado por Keir Starmer e pelos trabalhistas antes das eleições e, uma vez mais, não há nenhuma referência à alegação feita no post.

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De acordo com os dados recolhidos nos Census de 2021, residem no Reino Unido 355.977 árabes, o que corresponde a cerca de 0,5% da população.

Conclusão

Não é verdade que o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, defenda que o árabe deve ser língua oficial no Reino Unido. O rumor foi começado por uma página de conteúdos desinformativos, que partilhou a publicação sem qualquer fonte que comprovasse as alegações.

Nem Keir Starmer nem o Partido Trabalhista demonstraram, em algum momento, ter intenção de tornar a língua árabe oficial no Reino Unido.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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