Uma publicação viral nas redes sociais mostra uma captura de ecrã que mostra um suposto artigo de opinião do jornal Público em que o autor afirma que o hábito português de tomar café se trata de um costume racista. A imagem é falsificada.

“O costume racista entranhado na sociedade portuguesa — O Cafézinho. Até quando?” é o título de um alegado artigo de opinião supostamente partilhado pelo jornal Público no dia 8 de setembro. Na mesma imagem ainda é possível ler-se que o hábito de tomar café surgiu “com a importação massiva do grão do café das antigas colónias, sendo que apenas os portugueses o bebiam”.

Através de uma pesquisa no site do Público não é possível encontrar o tal artigo. Nem através da data, nem através do título. Se a pesquisa se centrar no nome da autora “Leice Neusa Netto” também não existe qualquer referência ao artigo em questão nem à autora. Aliás, mesmo através de uma procura num motor de busca comum, não há qualquer menção à suposta cronista do jornal.

Por fim, se a imagem da autora do artigo for pesquisada através da ferramenta TinEye, conclui-se que se trata de uma fotografia publicada em vários bancos de imagens em 2018 e 2019.

A imagem que é partilhada no Facebook trata-se de uma manipulação. O artigo de opinião analisado nunca existiu. “Reportámos ao nosso advogado e autoridades competentes e, em alguns casos, avisamos os leitores sobre a existência de notícias falsas que se pretendem passar por publicações do Público”, disse ao Observador Amilcar Correia. O diretor adjunto do Público acrescentou ainda que o jornal é “objeto de muitas manipulações semelhantes”.

Conclusão

Surgiu no Facebook uma captura de ecrã feita a um artigo de opinião publicado pelo jornal Público, que refere o hábito português de beber café como um costume racista. Trata-se de uma imagem manipulada. O artigo em questão nunca foi publicado. 

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

IFCN Badge