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Pedro Passos Coelho não está na vida política, mas não desapareceu. Basta verificarmos o burburinho que se levanta e as especulações que se multiplicam sempre que reaparece, mesmo quando isso acontece num jantar privado, como sucedeu esta semana. Vale a pena tentar perceber porquê e se com algum fundamento. |
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Na passada segunda-feira estive entre as cerca de 200 pessoas que se juntaram no Grémio Literário, em Lisboa, para o jantar número 500 de uma curiosa associação de jovens chamada Senado. Dez anos, 500 jantares, por regra todos em casa de um dos membros da associação (ou dos pais dele, como quase sempre sucedeu, pois são mesmo muito jovens), e ali estavam eles mais alguns dos convidados desses jantares (eu fora convidado num dos primeiros, ainda em 2015). Desta vez haveria mais palestras, cabendo a primeira a Pedro Passos Coelho e a de encerramento, já depois do jantar, a Marcelo Rebelo de Sousa. |
Sem ser propriamente um evento aberto à comunicação social, como havia muitos jornalistas na sala o que foi dito nessa noite acabou por alimentar notícias (como estas do Expresso, primeiro sobre o evento em si, depois sobre o que Marcelo pensou do evento, a seguir sobre o destino de Passos Coelho) e não faltaram especulações e comentários. |
Se querem que vos diga estas especulações e comentários são mais reveladoras do que aquilo que se passou naquela noite no Grémio Literário. Pedro Passos Coelho não deu, na intervenção que fez, nenhum sinal diferente daqueles que tem dado nos últimos anos – primeiro, que está afastado e continuará afastado da política, pelo que tem evitado comentar a actualidade; segundo, que não é dono do futuro e, por isso, não fecha nenhuma porta. |
Tem sido sempre assim. Para além de algumas intervenções muito pontuais sobre temas que o sensibilizaram especialmente – recordo em especial os três artigos que escreveu no Observador, dois sobre a lei da eutanásia e um sobre a não recondução de Joana Marques Vidal como PGR –, faz aparições fugazes, como a da última Festa do Pontal, ou então também comparece em lançamentos de livros (esteve, por exemplo, no lançamento de O Governador, o livro de Luís Rosa sobre Carlos Costa, o ex-governador do Banco de Portugal), ou então participa mesmo em livros, como ao ter escrito o prefácio de Diplomacia em Tempo de Troika, do embaixador Luís de Almeida Sampaio. Por regra foge a prestar declarações e o que diz pouco vai além de notas de circunstância, sendo que o anúncio de que “não há nenhuma razão para dizer que nunca mais na vida faço coisa nenhuma” até já fora feito, mas à saída de uma sessão com estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa que decorreu, também ela, à porta fechada. |
Será que desta vez foi diferente? Eu diria que só foi porque na sala estava também Marcelo Rebelo de Sousa e é conhecido o gosto que ele tem por “factos políticos”. Creio que foi mesmo essa sua sempre ágil imaginação que o levou a ver numa passagem da intervenção de Pedro Passos Coelho sobre o futuro da Europa – mais exactamente numa frase pessimista sobre a possibilidade de vir a formar-se uma união orçamental e de dívida, algo que atirou para as calendas gregas: “não a teremos nos anos mais próximos e não o antecipo no horizonte da minha vida política e pessoal” – um sinal suficiente para “marcar” aquele dia nas agendas. |
Vamos lá ser directos e francos. |
No dia em que Passos Coelho disse que não fechava porta nenhuma ao seu futuro fui eu que moderei o debate com os estudantes de Medicina e percebi porque é que ele quis – impôs mesmo – que fosse à porta fechada: foi porque quis falar à vontade, mostrando estar muito a par da situação do SNS e até dos pormenores da lei que acabava de criar o CEO do SNS, sendo muito crítico dessa solução. Ou seja, quis falar da actualidade sem ser citado, como sucedeu, e eu não direi mais do que aquilo que já é conhecido, que é pouco, sobre tudo o que foi dito nessa sessão. |
Já no dia do Grémio calhou-me ficar, ao jantar, na mesa de Pedro Passos Coelho, e garanto-vos que a conversa andou por muitos sítios, mas não por cenários de regresso à vida política activa. Falou-se do PSD, é verdade, mas falou-se porque Passos esteve a recordar alguns dos primeiros conselhos nacionais em que participou, tinha na altura 16 anos, nomeadamente o conselho nacional onde foi decidido que seria Francisco Balsemão a suceder a Francisco Sá Carneiro. Contou episódios curiosos, foi divertido, mas só isso, mais nada. |
Sobre o seu possível regresso à vida política activa aquilo que vou sabendo, até por falar com pessoas que mantêm com ele grande proximidade, é que se tem alguma coisa planeada, o que planeou guarda para si. E mesmo aquilo que recentemente a Sábado revelou – que leva uma vida nova e pacata, que o que ganha pelas aulas que dá na universidade não é nada de especial e que dedica muita atenção à educação da filha – não é novidade para quem, como eu, foi tratando de saber por onde ele andava, nomeadamente depois da morte de Laura, a mulher. “Nem faz planos nem diz nunca”, escrevia-se na Sábado, e penso que certeiramente. |
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Sendo assim, porque regressa ciclicamente o tema do seu regresso à vida política? Porque é que uns o tratam depreciativamente como uma espécie de “dom sebastião da direita” e outros não escondem que o olham como “o desejado”? |
A meu ver a explicação é simples e já evidente em algumas sondagens, nomeadamente as que o colocam como o preferido dos portugueses para Belém: Passos Coelho não só mantém um enorme capital político, como o tempo tem feito crescer esse capital político, até pelo evidente contraste entre aquilo que fez e aquilo que a actual maioria não fez. |
Recentemente, numa rede social, encontrei uma frase que de alguma forma traduz o estado de espírito de um número crescente de portugueses: “O PS veio requalificar a ferrovia e agora não há comboios. Veio salvar o SNS e os directores das urgências demitem-se em bloco. Veio apaixonar-se pela educação e há alunos sem aulas. Veio apostar na habitação e há cada vez mais pessoas sem casa! Se o PS se lembra de querer salvar o País isto afunda de vez!” Bem sei que agora Costa já uma equipa de 15 pessoas a espalhar “boas notícias” nas redes, bem sei que agora vamos a assistir a cada vez mais reuniões “descentralizadas” do Conselho de Ministros para “mostrar as obras do PRR”, mas tudo isso não chega para afastar a sensação de que esta governação não resolveu os problemas, antes os agravou, sensação a que se acrescenta a percepção de que até Pedro Passos Coelho teve uma vitória póstuma ao ver o executivo celebrar uma descida do peso da dívida pública – a mesma dívida que muitos no PS achavam que não era para pagar. |
É tudo isto que vai fazendo com que Pedro Passos Coelho vá cumprindo o velho ditado “depois de mim virá quem de bom mim fará”. Até adversários encarniçados, como um Daniel Oliveira que ainda está preocupado com não querer “debater pela enésima vez se foi o PS que trouxe a troika” (quem foi afinal, se era o PS que governava?), admitem que com este Governo, o seu discurso e os seus falhanços, o “ogre” pode ter espaço para regressar. |
Não creio contudo que isso esteja para acontecer no curto ou mesmo no médio prazo, seja para tentar voltar a São Bento, seja para tentar chegar a Belém. É certo que Passos continua atento, muito atento mesmo, à actualidade, é certo que das poucas vezes que interveio o fez de forma muito assertiva, é certo também que assusta a esquerda e cria arrepios em Belém, onde um dia se lança a ideia do seu regresso e no dia seguinte se espeta uma farpa por causa do seu alegado pessimismo – mas nada disto transforma Passos num D. Sebastião do PSD, no bom ou no mau sentido, e julgo que ele é o primeiro a sabê-lo. |
Isto apesar de às vezes mesmo quem se julga informado sobre o que esta maioria não faz – é o meu caso – acabar surpreendido com a dimensão real dessa ineficiência. Foi o que me aconteceu ao ler o último texto de Margarida Bentes Penedo onde ela recorda que, na última década, o Estado construiu em Lisboa, por ano, apenas 17 casas de promoção pública, quando na década de 1970 construiu 1.055 casas, na década de 1980, 982 casas por ano, na década de 1190, 1.151 casas, e de 2000 a 2010, uma média de 991 casas por ano. Estas 17 casas/ano em Lisboa são responsabilidade directa de António Costa presidente da câmara e de António Costa primeiro-ministro. É capaz de ser difícil encontrar números mais eloquentes sobre a distância que vai entre as promessas de Costa e as realizações de Costa, mas já não digo nada, pois com estes socialistas pior é sempre possível. |
A praga de javalis, uma história de cães e algumas sugestões de leituras mais científicas |
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Esta semana quebrei a rotina habitual de centrar o Contra-corrente da rádio Observador num tema da actualidade – ou da actualidade que abre os jornais televisivos – para falar de um tema quase omisso, a praga de javalis que assola boa parte do país e causa grandes prejuízos a muitos agricultores, sobretudo no interior. Para minha surpresa e de toda a equipa, o nosso programa – Javalis, mundo rural e a ignorância dos urbanitas – teve enorme participação do público e deu origem a uma viva troca de opiniões, hoje acompanhada no nosso espaço de opinião por um texto de João Adrião. Seguindo o interesse suscitado resolvi alinhar nesta newsletter algumas sugestões sobre o tema da recuperação da vida selvagem em quase toda a Europa, e em Portugal também, aproveitando o balanço para acrescentar algumas sugestões de leitura sobre recentes desenvolvimentos científicos. |
Primeiro que tudo, e como introdução ao tema da recuperação da vida selvagem – rewilding na expressão anglo-saxónica –, recomendo a consulta do Wildlife Comeback Report 2022, um apanhado bastante completo sobre como têm aumentado as populações de espécies como o lobo, o urso, o bisonte, o lince ou as cabras montesas. Nalguns casos, como o do javali, passou-se mesmo do estatuto de espécie ameaçada para o de praga, pelo menos em algumas regiões da Europa. |
No Guardian uma das cientistas que contribuiu para este relatório, Sophie Ledger, explica o porquê de Europe’s persecuted carnivores are bouncing back: “what has made these remarkable recoveries possible? Our team found that legal protections were key to species survival across the board. For the birds in our report, habitat protection and restoration, as well as reintroductions and translocations, were important factors in their recovery, while for mammals, the top factors were natural expansion, recolonisation and species ecology.” Eu acrescentaria ainda uma menor pressão populacional, sobretudo nas áreas agrícolas e florestais. |
Por muito surpreendente que este regresso de espécies antes dadas como quase extintas possa parecer, a verdade é que ele tem boas explicações, o que já não sucede com o que parece estar a acontecer com os cães que ficaram para trás quando a região de Chernobyl foi abandonada depois do acidente na central nuclear. Como se explica neste artigo da The Atlantic, There’s Something Odd About the Dogs Living at Chernobyl. De facto há matilhas de cães semi-regressados ao estado selvagem que até conseguem viver nas ruínas da antiga central apesar dos elevados níveis de radioactividade, o que levou os cientistas a tentar perceber o que passa com estas populações de cães, nomeadamente o que possa ter acontecido com o seu genoma, que deverá ter sofrido o efeito de mutações provocadas pela radiação. |
E já que estamos a falar de estudos genéticos, uma das áreas que mais tem evoluído nos últimos anos tem sido o trabalho com ADN recuperado de seres há muito desaparecidos. O Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology, de Leipzig, na Alemanha, onde trabalha Svante Pääbo, um geneticista sueco que recebeu em 2022 o Nobel da Medicina precisamente por causa dos seus estudos sobre o DNA de neandertais, revelou nos últimos dias o trabalho que realizou analisando o trabalho de múltiplas populações de caçadores-recolectores europeus, comunidades que viveram entre 8 e 45 mil anos atrás. No El Pais conta-se como El ADN de 350 cadáveres desvela cómo los europeos evitaron la extinción hace 20.000 años, pois “Los restos de un cazador que pervivió en Granada durante la última glaciación confirman que la península Ibérica fue casi el único refugio para los humanos de todo el continente”. Já no New York Times prefere-se destacar, em Ancient DNA Reveals History of Hunter-Gatherers in Europe, algo verdadeiramente surpreendente: “Researchers discovered that several waves of hunter-gatherers migrated into Europe. The studies identified at least eight populations, some more genetically distinct from each other than modern-day Europeans and Asians. They coexisted in Europe for thousands of years, apparently trading tools and sharing cultures. Some groups survived the Ice Age, while others vanished, perhaps wiped out by other groups.” |
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A mesma suspeita existe relativamente aos neandertais, que chegaram à Europa antes do Homo sapiens sapiens e que, apesar de as duas populações se terem misturado, terão desaparecido na competição com os humanos modernos. Ora para compreender melhor os neandertais é importante uma outra descoberta feita pela mesma equipa de Svante Pääbo e que também veio relatada no New York Times em First Known Family of Neanderthals Found in Russian Cave. Mais concretamente, “Fossilized bone fragments of a father, teenage daughter and other related Neanderthals were found alongside stone tools and butchered bison bones”. |
Finalmente, para acabar e apenas porque estamos a falar de descobertas relativas a espécies desaparecidas, gostei também de ler este outro artigo do mesmo New York Tumes, The Biggest Penguin That Ever Existed Was a ‘Monster Bird’. Os fósseis foram identificados na Nova Zelândia e datam de uma era logo a seguir à extinção dos dinossauros, extinção essa que terá criado a oportunidade para estas enormes aves incapazes de voar procurarem o seu alimento em oceanos onde seriam raros os predadores. |
Compreender o que foi a Cortina de Ferro para melhor perceber os dias de hoje |
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Logo no primeiro Macroscópio desta nova série, que reiniciei em Setembro do ano passado, referi-vos que uma das leituras do meu Verão tinha sido Fome Vermelha: A Guerra de Estaline contra a Ucrânia, da Anne Applebaum. Aprecio especialmente a autora e conhecia obras anteriores dela, algumas ainda na versão original em inglês, pelo que saúdo a edição portuguesa de A Cortina de Ferro – A Destruição da Europa de Leste – 1944-1956 (Bertrand, Março de 2023). Li este livro já há alguns anos (foi editado em 2012) e achei-o notável, nomeadamente pela modo como descreve a forma ora insidiosa, ora brutal, como os soviéticos impuseram regimes comunistas na Europa do Leste no período que se seguiu à II Guerra Mundial. |
Applebaum conhece muito bem a realidade destes países – viveu na Polónia e é casada com um polaco, chegou até a publicar até um livro de receitas polacas – e por isso traça um retrato que não é apenas o de uma historiadora, ou mesmo de uma jornalista (escreve na The Atlantic), é o de quem testemunhou o dia-a-dia do “socialismo real”. O livro começa por relatar o impacto da chegada e passagem do Exército Vermelho na sua marcha até Berlim, em 1945, e termina com a descrição do primeiro grande levantamento anti-comunista, a revolução húngara de 1956. Descreve não apenas os métodos dos “pequenos Estalines” que se tornaram senhores quase absolutos do novos países – Walter Ulbricht na Alemanha de Leste, Boleslaw Bierut na Polónia, Mátyás Rákosi na Hungria, entre outros –, como explica os métodos seguidos para se apoderarem do aparelho de Estado e se imporem mesmo depois de perderem todas as eleições a que concorreram (Estaline daria entretanto ordem para não realizar mais eleições pluripartidárias). Recorda também as imensas limpezas étnicas ocorridas – na época chamavam-lhe “transferência de populações” –, com destaque para a Polónia, um país que perdeu a Leste milhares de quilómetros quadrados no que hoje é Ucrânia e Lituânia, e ocupou quase outro tanto no que antes era a Alemanha. |
É difícil perceber a dinâmica política hoje existente nos países da Europa do Leste, em muitos aspectos bem diferente da dinâmica política dos países da Europa Ocidental, sem conhecermos a sua história nessas décadas, em especial na década inicial, a retratada neste livro, que chega um pouco atrasado do mercado português, mas ainda bem que chega (na imagem a edição portuguesa e a edição original). |
(Nota: A semana passada, ao recomendar a leitura de As Guerras do Trigo — Uma História Geopolítica dos Cereais, fiz uma referência a lapsos na tradução da edição portuguesa. O editor quis conhecer a razão do meu reparo e, depois da a identificar, esclareceu-me que se tratava de um erro na revisão e não na tradução, o que verifiquei ser exacto, pelo que aqui fica o esclarecimento.) |
Em Praga, revisitando a sua história |
Foi já em 2006, mas recordo-me como se fosse ontem. Depois de visitarmos o Castelo de Praga, descemos pela Rua Loretánská em direcção ao pequeno jardim onde se situa o monumento ao astrónomo Tycho Brahe e ao matemático Johannes Kepler. Seguíamos devagar pois a nossa guia, Cândida Ventura, já tinha 88 anos. A certa altura ela parou e apontou para o imponente edifício à nossa direita, o Palácio Černín, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros. “Foi daquela janela que o atiraram”, disse-nos apontando para uma pequena janela no último andar. “Disseram sempre que foi suicídio, mas não foi, foi assassinato”. |
Cândida Ventura tinha vivido muitos anos em Praga como representante do PCP, acompanhou em Praga a Primavera frustrada de 1968 e foi em Praga que rompeu ideológica e afectivamente com o comunismo, se bem que só tivesse assumido a sua dissidência depois de regressar a Portugal. Naqueles dias tinha sido a nossa guia numa cidade que conhecia como a palma da mão e cuja história vivera intensamente. Já dei conta dessa experiência extraordinária num texto republicado aquando da sua morte – Uma viagem à Praga dos dias da invasão pela mão de quem aí os viveu –, mas gostava de acrescentar um detalhe, a propósito de um episódio só retratado de passagem no livro de Anne Applebaum. Refiro-me ao chamado “golpe de Praga”, a tomada do poder pelos comunistas no início de 1948, quando conseguiram expulsar do governo todos os ministros não-comunistas, com excepção de um, Jan Masaryk, ministro dos Negócios Estrangeiros. Não resistiria muito tempo, morreria semanas depois ao cair da janela de uma casa de banho desse Palácio Černín – a janela que Cândida Ventura me apontou naquele nosso passeio pela cidade. Sempre se falou desta “queda” como sendo a “quarta defenestração de Praga” (a terceira, em 1618, acabaria por conduzir à Guerra dos Trinta Anos, uma das mais importantes e destruidoras da história da Europa), e agora que tantos oligarcas russos têm caído de janelas desde que a guerra da Ucrânia começou é impossível não recordar antecedentes como este. |
Mais tarde, no mesmo dia, estive com Cândida Ventura junto à placa que, na Praça Venceslau, recorda os dois jovens que, em 1969, de imolaram pelo fogo como forma de protesto contra a invasão e ocupação soviéticas que tinham esmagado a “Primavera de Praga”. Ela emocionou-se muito e é desse momento a imagem que hoje partilho, pois também ela serve para recordar como as memórias vividas e sentidas naquela parte da Europa são bem diferentes das nossas. |
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Tenham um bom domingo. |
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José Manuel Fernandes, publisher do do Observador, é jornalista desde 1976 [ver o perfil completo]. |
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