Cem dias, um marco temporal que para muitos pode parecer trivial, mas que para a nossa nação representa uma era de (suposta) transformação, um renascimento sob a batuta de um governo que, em sua autoproclamada magnanimidade, decidiu arregaçar as mangas e enfrentar os desafios que os seus antecessores, em sua alegada incompetência, deixaram a apodrecer no sótão da história.
Sim, uma eternidade se passou desde aquele fatídico dia em que o destino, em sua imprevisibilidade, presenteou-nos com este governo, este farol que ilumina o nosso futuro com a sua luz incandescente, guiando-nos por mares desconhecidos em direção a um porto seguro, onde a prosperidade, a justiça social e a felicidade eterna esperadamente nos aguardam de braços abertos.
Ancorado no presente, este governo – qual Hércules em seus doze trabalhos – enfrenta os desafios que outrora pareciam intransponíveis. Com uma liderança que se diz clarividente, o governo desbrava o futuro, arregaçando as mangas do presente e transformando a nossa nação num paraíso terreal, onde a paz, a harmonia e a prosperidade reinam absolutas (ou como se assim espera).
Decisões corajosas, escolhas certeiras, um plano para a saúde, para a educação, para as migrações, para a habitação, para a administração pública, para a juventude, para a economia, para o aeroporto, para o PRR… Ufa! É obra que se pretende figurar nos anais da história, um legado que ecoará por gerações, um testemunho da grandeza deste governo que, na sua autoproclamada sabedoria, decidiu tomar as rédeas do destino e conduzir a nossa nação rumo a um futuro glorioso.
E que dizer da imigração? Uma sinfonia de moderação, equilíbrio e bom senso, a garantir justiça social, dignidade humana e prosperidade nacional. Os mais frágeis, os pensionistas, os idosos, os doentes, as grávidas, todos agraciados pela preocupação e sensibilidade social deste governo que, num ato de pura abnegação, salva o estado social e os serviços públicos do caos e da destruição deixados pelos seus predecessores, esses bárbaros que ousaram governar a nossa nação com a sua alegada incompetência e a sua falta de visão.
E a economia? Ah, a economia! Impostos mais baixos, um “paraíso” fiscal em construção, o oposto do inferno fiscal que herdamos. Um verdadeiro milagre económico, digno dos maiores feitos da história, um testemunho da capacidade deste governo de transformar a nossa nação num oásis de prosperidade (ou como assim se espera).
E a paz social? Assegurada por acordos históricos com professores, polícias, oficiais de justiça e guardas prisionais. O diálogo flui como um rio caudaloso, irrigando o Parlamento e a sociedade civil, criando um ambiente de harmonia e concórdia…
E a luta contra a corrupção? Uma cruzada implacável, com um novo código de conduta, canal de denúncias, transparência e fiscalização apertada do PRR. O governo, qual anjo da guarda, vela pela integridade e pela transparência, aproximando-se dos cidadãos com um atendimento presencial nos serviços públicos que faria corar de inveja qualquer monarquia absolutista.
Os mercados vibram, as ruas pulsam, as escolas florescem, os serviços públicos resplandecem, as empresas prosperam, algumas. A mudança é palpável, a ambição contagiante, a esperança inebriante.
E a exigência, o escrutínio, a crítica? Bem-vindos sejam! Afinal, é o interesse dos portugueses que impele este governo a ir mais além, a construir um futuro radioso, onde cada dia será melhor que o anterior (ou como assim esperamos).
Cem dias podem não ser uma eternidade, mas as mudanças encetadas, embora sujeitas a escrutínio e crítica assim como uma dose q.b. de sarcasmo, são palpáveis. Que o propósito de transformação se mantenha e o trabalho prossiga, rumo a um futuro que se espera próspero para a nação.