1A Divindade.

Que mundo é este onde vivemos é uma questão que, mesmo assaltando a mente humana desde o início dos tempos, se vê hoje largamente esquecida pelo “homem comum” e delegada no “cientista” que, junto com as suas máquinas ultra-tecnológicas, balões de ensaio de exigente alquimia laboratorial ou, ainda, os triliões de investimento em gigantescas experiências subatómicas, se dedica a respondê-la. Assim, na modernidade, no que concerne a resposta àquela primordial questão que orientou a vida e curiosidade humanas durante milénios, os homens dividiram-se grosso modo em dois: aqueles que tratam de estudar o assunto, peritos especializados em científico conhecimento, e todos os outros que delegam nos primeiros a tarefa de encontrar as respostas que, mais tarde, convenientemente, lhes transmitirão aquele chão de segurança que nos diz que afinal até sabemos bem de onde vimos, onde estamos, o que somos e para onde vamos — uma espécie de outsourcing moderno de reflexão existencial.

Sem aquele chão, como Isaiah Berlin relembrava já em 1950 ao descrever as grandes tendências do pensamento político do Século XX, sobraria apenas um terror existencial derivado do vazio que, desconhecido, negro, mortífero e inevitável, ameaça engolir-nos ao virar de cada esquina. Antes, claro, tínhamos o Paraíso prometido pela teologia Cristã; mas agora, uma vez desacreditado esse, sobrou apenas a necessidade de o substituir por uma outra promessa. Dado o espírito científico da época onde a bata branca do cientista já há muito rendeu a autoridade da batina preta do padre foi, portanto, a ciência chamada a encarnar a nova deusa salvadora da Humanidade. Daí, que tal como o povo esperando Moisés no sopé da montanha, na ausência do seu líder, exigira a Aarão “ídolos que lhes permitissem ter deuses que os guiassem”, também agora se erigiu um novel bezerro de ouro. Este, igualmente brilhante através de todos os brinquedos e traquitanas tecnológicas que nos inundaram a vida, não deixa de ser, no entanto, como lembrou Lev Shestov a propósito de Kant e da sua moral racional pura, um “falso ídolo moral” que procura apenas preencher o terrífico vácuo deixado pela ausência de Deus. A este propósito, Nietzsche, pela boca de um louco, quando lamentando o homicídio divino às mãos dos homens indagava-se angustiado: “quem nos limpará deste sangue? Qual a água que nos lavará?… A grandiosidade deste acto não será demasiado para nós?” A resposta apareceu, afinal, como positiva: era demasiado peso para tão frágeis ombros humanos aguentarem, daí que Deus morto, deus posto e, perante tal abismo de súbita solidão existencial, paulatinamente se erigiu o novo culto em nome da crença na salvação científica, não apenas da Humanidade, atente-se, mas, seja pela promessa farmacológica de morte eternamente adiada, seja pelos anseios de upload neuro-digital, eventualmente também de cada um de nós.

Tanto assim foi que, rapidamente, se propagou o bezerro científico de ouro — deus postiço, é verdade, mas pseudo-divino não obstante. No entanto, precisamente porque é falso, tudo o falso ídolo agora corrompe, incluindo a própria divindade na qual se baseia. A ciência, mãe de todos os exercícios de dúvida, estruturada pelos métodos da inquirição, do cepticismo e da experimentação anti-dogmática, quando tornada a nova deusa que promete salvar o Homem, precisamente porque o deus que nela se evoca como qualquer deus que se preze não pode ser outra coisa além de uma rocha de infalibilidade que apanigue o terror do desconhecimento existencial, foi pois agora pervertida no seu exacto oposto — uma apologia da certeza, baseada na revelação inquestionável, na crendice e consequente aceitação acéfala de um novo dogma assente em alargados “consensos” com os quais todos parecem concordar. Quanto ao consenso em si mesmo, assuma-se, nada de novo há aqui, sempre a ciência se fez de opiniões majoritárias ou, para utilizar jargão mais apropriado, de “paradigmas” por vezes difíceis de questionar. A novidade não reside, portanto, na forma como a ciência se processa, mas nas consequências que ela aporta: tornada divindade, logo as suas conclusões, em particular as tais consensuais, mesmo que abundantemente financiadas por interesses obscuros, truncadas por vontades particulares, ou claramente exageradas por conveniência política, todas elas tomam agora a forma de decreto divino, infalível, definitivo, do qual não se pode, nem deve, discordar. Deste modo, para todos os efeitos práticos, passa aquilo que é tido como científico a ser entendido como verdadeiro e bom, logo consistindo de facto em nova fonte de boa moral, inspiração de ainda melhores costumes, comportamentos e, a seu tempo, “pensamentos, actos e omissões”.

Depois, porque a crença no novo culto apenas existe para acomodar e esconder o terror que o inconsciente vazio existencial desperta na mente de quem mais nada tem em que acreditar, quem em ousada apostasia coloque em causa o culto torna-se então uma perigosa ameaça merecedora das maiores sevícias, terríveis epítetos e garantia de ostracismo digital, mediático e, até mesmo, pessoal. O apóstata, hoje reconfigurado como o “negacionista”, não tem, portanto, género, pessoa ou contexto, apenas um labéu que lhe pespega a peçonha e o natural desdém, tornando-o numa não-pessoa, uma mera caricatura ridicularizada, alvo de ódio e opróbrio social. Isto porque, e como já se vislumbrou em recente estado de histérica emergência, a mera existência do “negacionista” polui e contamina a sociedade precisamente com aquele medo existencial que, imaginado do outro lado dos muros que protegem a comunidade face ao caos, sustenta essa necessidade de segurança, ordem e, naturalmente, da nova crença na qual tudo se baseia. Ora, assim sendo pois que logo se justifica o “certificado” que, segregando, separando, expulsando e escondendo o apóstata, logo salva a sociedade, isto enquanto, para gáudio dos “influencers”, “comentadores” e demais pés-de-burro, destrói os basilares direitos, liberdades e garantias dos visados — ou seja, e como sempre, em nome do bezerro, tudo se mata, destrói e sacrifica na ânsia de purificadora salvação.

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Eis, pois, o quão fácil é na sociedade que adora o bezerro pseudo-científico, em nome de higiénica e igualmente pseudo-científica salvação, estabelecer-se, com apoio majoritário, quase unânime, uma inquestionável e celebrada “excepção” quanto aos vetustos, agora largamente incompreendidos, princípios de liberdade individual, de circulação, de decisão, ou mesmo, como nos promete o abutre que gere a burocracia europeia, de simples “expressão”, excepção a qual confirma apenas a regra de que todos os cultos escondem, por debaixo da reverência ao ídolo, o fanatismo próprio do selvagem que, em pânico, não olha a meios para amainar o terror que sente, bem dentro de si, sobre o seu próprio destino se se vier a revelar que aquilo que adula como imaginada securitária salvação, afinal, não passa de uma ilusão. Deste modo, quanto maior o terror, maior o fanatismo, quanto maior a ameaça existencial, maior a adoração unânime, e quanto maior a necessidade de acreditar, maior o repúdio, o ódio e a luta contra quem ouse colocar a sua “narrativa” em causa.

Adora-se, portanto, a “ciência”, mas sem que se perceba que aquilo que se adora é o oposto do que a ciência verdadeiramente é, ou foi. Isto porque, no lugar da dúvida e curiosidade individuais, a alma da antiga liberdade ocidental, à cabeça da hierarquia colectiva que agora adora o ídolo moral pseudo-científico reside a figura do “especialista” que, normalmente a soldo, dita, de cima para baixo, a nova norma. Nada mais natural, uma vez que a especialização, uma tendência que re-organizou o mundo ocidental numa cópia martelada do esquema geral de uma fábrica de construção automóvel, exige que a autoridade, seja ela qual for, repouse necessariamente em quem represente, a cada momento, o papel do “perito” que, ao invés de perguntas e dúvidas que alimentam incertezas e medos inconvenientes, vislumbra a “verdade” científica que vem amparar, oferecer colo, mama e prometer-nos que “vai ficar tudo bem”.

2 A Especialidade

Do mesmo modo, porque num mundo especializado ninguém sabe nada para além da sua especialidade, a cada momento, a cada questão, requere-se um especialista da respectiva especialidade que saiba, perceba e domine um determinado assunto, assim evocando a autoridade de quem pode decidir, escolher ou mandar. Quanto ao povo, genericamente dedicado a micro-especialidades pouco relevantes ou dadas a pequenas profundidades, esse, passa pela vida acatando tudo o que, a cada instante, consoante o tema do momento, o especialista da especialidade adequada, normalmente pela TV, lhe vai ditando como sendo aquilo que deve ser feito.

Assim, no novo mundo pseudo-científico, a especialização, em particular a quem não é especializado em nada de particular importância política ou social, a seu tempo, por hábito e rotineiro adormecimento, acaba roubando a autonomia da decisão, do livre-pensar, da escolha e da verdadeira liberdade. Seja pela TV, seja pelo novel telefone táctil armado de “inteligência” artificial, o encartado em banalidades tão especializadas quanto inúteis, bem como aqueloutro responsável por minudências essenciais ao funcionamento da sociedade, mas micro-divididas em ultra-especializadas tarefas, tanto um como o outro se vêem permanentemente fora do debate, passivamente resignados ao papel de pequenas engrenagens, roldanas, ou cremalheiras sociais. No entanto, mesmo reduzidos à insignificância, ainda assim todos se imaginam aliviados porque “libertos”, ou pelo menos assim se sentem eles, do fardo que a angústia existencial significa para quem, a custo, se atreva a enfrentar a vertigem — misteriosa, insondável, infinitamente imperscrutável — da Criação que, todos os dias e a cada momento, como a “dança selvagem” que Hamman venerava, desfila diante de nós, quer lá fora, defronte dos olhos, quer cá dentro, nos turbilhões do pensamento e da imaginação.

Pelo contrário, tal como na resposta àquelas questões primordiais, no conforto da “civilização mais avançada e rica da história”, de modo “seguro e eficaz”, o homem comum do Século XXI deixa largamente a condução da sua vida e das suas escolhas para os especialistas da especialidade — desde o nascimento, cada vez mais às mãos dos especialistas da natalidade genética, de proveta e por encomenda, até à morte, às mãos dos especialistas que operam as cápsulas, de design futurista, que administram o alívio primordial prometido pela eutanásia. Entre um e outro momento, os dias sucedem-se, preferencialmente sem surpresas, sustos ou particulares ansiedades. De manhã, veste-se aquilo que o especialista de moda sugeriu que melhor favorece a obtenção de parceria ou favor sexual ou sentimental, toma-se o pequeno-almoço que o especialista de nutrição garantiu implicar maior longevidade e ingerem-se os remédios, medicamentos e demais drogas que os especialistas da grande indústria farmacêutica lhe disseram tudo vir melhorar, incluindo a constante luta contra a depressão, achaques emocionais, maleitas diversas e inconvenientes ataques de pânico.

À saída de casa consulta-se o especialista meteorológico no telemóvel para ver se se justifica a gabardine ou o cachecol que a direcção especializada a cada dia “aconselha” para, em seguida, de transporte público ou de carro eléctrico — que os especialistas garantem salvar o planeta de um apocalipse iminente — se seguir para o trabalho que, especialistas psicotécnicos e psicológicos, em tempos idos, garantiram ser o mais adequado a uma boa vida plena de gadgets, abastança fiduciária e boa-ventura material. Finalmente, à noite, no sofá, os especialistas da generalidade — a melhor das especialidades — desfilam nos ecrãs, revelando, comentando e analisando o mundo, o que nele aconteceu, acontece e se prevê que venha a acontecer, bem como quais de todos esses acontecimentos são bons ou maus, assim se erigindo uma narrativa consensual, comunitária, que, entre heróis louvados e vilões vilipendiados, acaba motivando o povoléu, de quatro em quatro anos, a ir “descarregar” todos os seus anseios, esperanças e frustrações numa segura, solene e confessional cabine de voto.

Entalado entre, por um lado, uma nova divindade que justifica e ordena esse simulacro de mundo cada vez mais virtual de cima, do perito-especialista, para baixo, o especializado em ninharias e, pelo outro, um crescente processo de atomização, separação, afunilação e micro-especialização, o povo, ultra-dividido entre si, mas com a barriga cheia de ilusões como aquela que o afirma detentor formal do poder político, económico e social, assim se superficializa em tudo, menos no seu pequeno nicho, último reduto de um tão seguro e infalível quanto ilusório controlo da sua própria realidade. Aí, nesse ponto de micro-especialização, como Herder bradava, sobram agora apenas homúnculos incapazes de sentir verdadeiramente o mundo, ou sequer pensá-lo, pois que, tal como há algo de tremendamente artificial em moralistas que não agem, poetas que se arrogam a descrever o épico, mas que nunca foram heróis fora da sua sala de escrita, oradores e retóricos que nunca se responsabilizaram por nada, comentadores que menos ainda fizeram, críticos literários que nunca publicaram ou, cada vez mais comum, professores teóricos que nunca puseram em prática o seu conhecimento, também o homem comum especializado não se liga verdadeiramente a nada fora da sua especialização — que de já tão pequena assim de forma inversamente proporcional torna o desconhecido do mundo real cada vez maior, mais assustador, mais inóspito, logo mais afeito e desejoso pelo aconchego maternal que a narrativa virtual que tudo normaliza vem trazer pela mão do especialista comentador.

Em último caso, a cada vislumbre de pergunta eventualmente originária de dúvida — “o que é uma mulher”, tome-se o exemplo —, a Wikipédia logo responde, o Google garante a coerência da informação pela repetição de resultados que dizem as mesmas coisas e as redes sociais, junto com os seus exércitos de “verificadores de factos”, atestam e confirmam com selo de garantia, inclusive estatal, a veracidade em questão. Daí que fora da especialidade onde se espera que o conhecimento seja ínfimo, mas enciclopédico, nada se “sabe” verdadeiramente — nem o que uma mulher é, repetindo o exemplo —, apenas se repetindo, regurgitando ou mimetizando, entre uns e outros, um enorme conjunto de “verdades” que todos ouviram, todos apreenderam e todos interiorizaram como sendo reais: afinal, “quem sabe sabe” e “há estudos que mostram” que “os maiores especialistas” assim o garantem — incluindo que mulheres podem ter pénis, para finalizar o exemplo.

O homem moderno é, pois, acima de tudo, alienado. Mas essa alienação é bem-vinda na medida em que oferece libertação face ao peso da responsabilidade individual: libertação de ter que pensar no mundo, porque a nova divindade e o especialista lho explicam em forma de sumário à hora do Telejornal; libertação inclusive de ter que pensar por si, porque fora da sua especialidade não lhe compete, ainda menos apetece, algo que se revela de forma perfeita no adágio “nada há que eu possa fazer por si, estou apenas a cumprir a minha função”, transversal desde o ministro até ao contínuo. Num mundo especializado, a função sempre supera em hierarquia aquele que desempenha essa mesma função, pois que a autoridade dos actos reside, não no especialista que desempenha a função, mas no outro especialista que, lá longe, no éter, sem qualquer contacto com a consequência dos actos, desenhou aquela função. A situação, naturalmente, é cómoda para ambos: quem tem responsabilidade não lida com as consequências, quem lida com as consequências não tem, nem sente, qualquer responsabilidade.

Especializado, limitado, superficializado, desresponsabilizado, alienado face ao mundo real, o homem do Século XXI, mesmo que imaginando-se o mais avançado de todos os homens, revela-se finalmente como alguém que, por si só, fora do recreio social, é pura e simplesmente incapaz de funcionar, pensar ou, menos ainda, sobreviver. Assim, sem verdadeiras alternativas, onde antes se imaginaram hipotéticos contratos sociais entre identidades completas, soberanas e independentes, mais correcto seria entender que sobram hoje apenas formulários — iguais, estandardizados, devidamente carimbados — aos quais ninguém se pode, nem ocorre, negar. Entretanto, já nas “brumas da memória” segue aquele velho conhecimento de que sem responsabilidade nunca poderá haver liberdade.

Em boa verdade, admita-se, também não é a liberdade aquilo pelo qual o homem moderno anseia, é a segurança: a primeira, porque traz consigo o risco do desconhecido, do não-planeado, do incerto, sendo inconveniente, é também algo que assusta ao impelir-nos para fora do cada vez mais claustrofóbico safe space; já a segunda é o oposto, garante a conveniência e o conforto da rotina, este sim o valor máximo da sociedade moderna — mecanizada, organizada, especializada, repetitiva, portanto segura e confortável no seu hábito, tornada verdadeira entidade supra-humana agora justificada pelos superiores princípios da ciência, da racionalidade e, consequentemente, da infalibilidade.

3 A Singularidade

Paradoxalmente, o maior anseio dos últimos tempos nasce agora dos avanços da “inteligência artificial”, logo imaginada num acordar das máquinas ao melhor estilo Terminator. No entanto, muito pelo contrário, olhando-nos bem ao espelho, mais possível que o artificial se tornar “inteligente” e consciente como nós, é que nós nos tornemos progressivamente tão formalmente estandardizados quanto as máquinas, progressivamente reduzidos a indivíduos com acesso a toda a informação, mas sem capacidade individual de reflexão, interiorização, interpretação, ou sequer verdadeiro e profundo conhecimento — consciente, estruturado, maturado — sobre nós e o mundo que, longe dos ecrãs, de facto, nos rodeia.

Ou seja, ao invés de uma singularidade que resulte numa nova forma de pluralidade, a das máquinas que “pensariam” por si próprias, a verdadeira singularidade residirá provavelmente muito mais na pluralidade humana que, progressivamente, ao ritmo da marcha inexorável do unanimismo ultra-especializado e pseudo-científico, nos vai tornando numa entidade verdadeiramente única, ou singular: ainda que atomicamente cada vez mais divididos, somos também colectivamente mais unos, indistintos, individualmente amorfos, socialmente unânimes, ou seja, e cumprindo o velho sonho do socialismo, por fim iguais.

É, portanto, o culminar da libertação prometida, já desde 1789, face aos grilhos sociais: tal como Wilson, em lágrimas, nas páginas finais de 1984 bem explica, não há maior libertação do que aquela de amar, desejar e acreditar na nossa própria prisão. Já quanto aos amantes da liberdade, a verdadeira, aquela que arrisca e enfrenta o desconhecido, bem como aos crentes que outro destino merecemos para além de uma triste e ridícula estandardizada automação do outrora impante génio humano em singular superficialidade funcional, para essa pequena resistência sobra apenas, como é evidente, e urgente, a apostasia face à divindade, à especialidade e à promessa de singularidade.

Afinal, como todos sabemos, até o mais pequeno grão de areia pode emperrar a mais grandiosa e brilhante das engrenagens — em particular, quando os pés do Leviatão, tal como os seus novos deuses, são postiços, falsos e mentirosos.

Nota editorial: Os pontos de vista expressos pelos autores dos artigos publicados nesta coluna poderão não ser subscritos na íntegra pela totalidade dos membros da Oficina da Liberdade e não reflectem necessariamente uma posição da Oficina da Liberdade sobre os temas tratados. Apesar de terem uma maneira comum de ver o Estado, que querem pequeno, e o mundo, que querem livre, os membros da Oficina da Liberdade e os seus autores convidados nem sempre concordam, porém, na melhor forma de lá chegar.