A Covid-19 vai afectar profundamente, não só a vida interna e a política dos Estados, mas também a geopolítica e a geoeconomia.
A pandemia chegou num momento em que várias causas políticas e económicas estavam já a pôr em causa a ordem mundial globalizada: desde o progresso dos partidos e movimentos nacionais-populistas ou nacionalistas populares na Europa, até à guerra comercial China-Estados Unidos e ao consequente aumento cruzado de tarifas.
No fundo, a globalização tinha transformado o mundo numa espécie de hipermercado; e se teve o mérito de desenvolver economias como as asiáticas, especialmente a chinesa, para onde se transferiu uma parte da indústria da Europa e dos Estados Unidos, e de melhorar a vida das suas populações, causou a correspondente desindustrialização do mundo euroamericano. Daqui veio uma redução numérica da pobreza em muitas regiões extra-europeias, mas também a perda de emprego, de poder de compra e de estatuto das classes trabalhadoras industriais da Europa e dos Estados Unidos e, progressivamente, das classes médias.
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