Em Portugal temos o sistema democrático que adotamos e aprovamos ao longo dos cinquenta anos da nossa democracia que alguns, poucos, não aplaudem, mas seguramente é sufragada por uma enorme maioria dos eleitores portugueses, distribuída pelo conjunto de partidos que o sustentam.

As eleições são o ponto alto da sua demonstração, onde a maioria da população se envolve e expressa a sua vontade através do voto.

Períodos pré-eleitorais e eleitorais, mais ou menos extensos conforme as circunstâncias de cada momento político, tornam-se épocas de grande empolgação e entusiasmo. Interventores políticos, a todos os níveis, comunicação social, redes sociais, militantes dos partidos envolvidos e não raro outras autoridades além das com direta intervenção no processo.

Estas, teoricamente estranhas ao processo eleitoral, de forma intencional ou ingénua, influenciam o desenrolar dos acontecimentos políticos nestes períodos.

Todos os dias há notícias, quer de sondagens, quer de declarações de agentes políticos das várias colorações do nosso universo político e de toda a comunicação social, com dezenas de comentadores que prolonga por horas qualquer declaração política de minutos, milhares inundam as redes sociais com “fake news”, ou verdades, nos seus diferentes matizes.

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Centenas de experts distribuídos por jornais rádios e canais de televisão, com enorme convicção apresentam-se  a opinar tudo e mais alguma coisa que os debates, os programas partidários e os políticos afirmaram ou  entenderam que disseram.

Cada um de “per si”, opina e classifica, de acordo com o seu sentir político mais do que através de uma análise objetiva e independente, fazendo lembrar os comentadores desportivos, nas longas discussões de alguns programas de televisão, cada um vendo a falta ou o golo de acordo com o seu interesse clubístico.

O entusiasmo e o fervilhar das notícias nestes períodos é enorme e deixam para segundo plano toda a restante informação, bem como os programas de diversão, culturais e até muitas vezes os desportivos. As redes sociais, mais soltas e irresponsáveis atiram-se a tudo e a todos. O Facebook aceita publicidade ilegal contra partidos ou personagens ligadas a partidos.

Percorrem-se os vários canais para saber qual a reação, de cada um, aos factos políticos, do dia, estes   alinham-se à esquerda ou à direita, consoante os objetivos das suas direções de informação, numa suave auréola de independência, quase sempre pouco disfarçada.

A justiça como um dos pilares da Democracia, suavemente ou à bruta, vai-se metendo e condicionando o evoluir do processo eleitoral, com intervenções singelas ou espetaculares que influenciam drasticamente todo o seu evoluir. Primeiro ao divulgar aspetos que deveriam ser segredos da Justiça, como novidades jornalísticas, ou aspetos para unicamente ridicularizar os visados como aquela de ter encontrado doses de haxixe em casa de um ministro.

Ultimamente a Justiça tem provocado sobressaltos em vários quadrantes neste período eleitoral, de forma determinada ou por acaso, feito cair os próprios governos em exercício, dos seus mandatos democráticos, não se preocupando com os seus exageros ou contradições, como o publicar parágrafos com sentido dúbio, já que os respetivos titulares, porque supostamente independentes, tornam-se totalmente irresponsáveis ou inimputáveis.

Tudo desfeito no momento seguinte após a humilhação já sofrida, com a condenação publica dos visados, o que se evitaria se as regras que também obrigam os titulares dos organismos da justiça fossem cumpridas, ou se estes respondessem pelos prejuízos que comprovadamente causassem.

O caso da Região Autónoma da Madeira, é igualmente insólito e espetacular, com a invasão aérea de centenas de agentes do Ministério Publico e da Polícia Judiciária   e   a divulgação pela Comunicação Social de atos de autêntico banditismo de governantes e agentes empresariais, que deliciaram os ávidos órgãos da comunicação Social,  em momento oportuno, para esbater toda a outra informação politicamente relevante para a campanha do principal partido da oposição.

Foram presas e transportadas para Lisboa sob prisão, várias personalidades, políticas e empresariais do arquipélago, outras indiciadas com pesadas suspeitas de atos bárbaros de corrupção

A prisão dos alegados malfeitores prolongou-se por 21 dias quando a lei determina que o máximo deveriam ser 2.

Formulou-se logo na opinião publica a ideia que se tratava de   perigosos meliantes, mas afinal não se passou nada, nem indícios de crimes existiram, como descobriu o próprio juiz de Instrução.

O sensacional desfecho do Juiz de Instrução também é ele próprio bizarro, pois demora 21 dias para chegar esta   conclusão, quando deveria ter libertado os implicados dois ou três dias depois de os identificar.

Todo o processo pareceu mais uma brincadeira de Carnaval, que acabou   na Quarta-Feira de Cinzas.

Com esta autêntica farsa bufa, o Ministério Publico, de uma maneira consciente, já que melhor do que ninguém saberia as consequências, provocou enorme alarme social, gastou milhões do erário publico, fez cair o Governo da Região Autónoma da Madeira, a Câmara do Funchal e estragou de forma definitiva a vida e a carreira política de várias personalidades, influenciando o processo eleitoral em curso, de forma totalmente impune.

Quem paga os aviões, os prejuízos para a Região Autónoma da Madeira e para os envolvidos e presos, que perderam o seu presente e o seu futuro, cometidos pelos tais responsáveis inimputáveis, ou os Deuses estão loucos?

A nossa Festa da Democracia também tem episódios dramáticos.