Sintoma de uma visão derrotista e fatalista do nosso destino enquanto sociedade é o debate sobre a posição de Portugal entre os últimos em diversas tabelas do desenvolvimento económico dos países da União Europeia. Temos de abandonar esta visão de que estamos bem já que não somos os últimos, porque ainda somos maiores que a “aldeia” vizinha.
Em vez disso temos de ficar insatisfeitos enquanto não formos os primeiros. É preciso retomar o crescimento económico, deixando a economia aos empreendedores e empresas, pequenos e grandes, à concorrência justa entre todos os operadores de mercado, à livre iniciativa e ao esforço de cada um. Façamos isto e a economia crescerá.
Deixemos de ter um Estado que em tudo interfere. O Estado, por mais que tente, não é, nem nunca será, um bom gestor de empresas. Acreditar que um político, sem qualquer experiência profissional, consegue tomar as melhores decisões estratégicas em setores competitivos da economia é como acreditar que a Terra é plana. E quando um político faz investimentos desastrosos, seja o Estado central com a TAP, ou autarquias com veículos autónomos, somos todos nós que pagamos, com reformas mais baixas, com menos serviços de saúde ou com escolas mais degradadas.
Ao Estado compete criar um ambiente atrativo para os agentes económicos simplificando a fiscalidade, eliminando ou reduzindo um universo imenso de pequenas taxas e impostos (exemplos incluem a contribuição sobre dispositivos médicos ou o adicional de solidariedade sobre o setor bancário), reduzindo a taxa nominal do IRC, eliminando o imposto de selo, entre tantas outras medidas necessárias para a redução da burocracia e aumento da competitividade perante o menor incumprimento de alguma complexa e obscura regra por parte dos cidadãos ou empresas. O Estado tem de se tornar num parceiro no cumprimento dessas obrigações.
Temos de acreditar que ter sucesso empresarial é bom, que criar, crescer e gerir uma empresa, pequena ou grande, de forma eficiente e lucrativa é uma atividade a louvar. Ambicionar ganhar mais que a geração anterior ou mais do que ganho hoje é um direito de qualquer cidadão. Cresçamos a economia e com isso virão as oportunidades de melhor emprego e de maiores remunerações.
Se a lei não é cumprida por parte dos agentes económicos, empresas ou trabalhadores (e certamente isso acontece) que a justiça seja rápida a punir quem não a cumpre. Haja regulação quando necessária, e que a mesma seja forte, e verdadeiramente independente do poder político. Haja sindicatos que defendam, de forma realista, os direitos dos seus trabalhadores, e não sejam apenas um instrumento político do Partido Comunista Português.
Temos de acabar com o discurso simplista de que todo o patrão explora os seus trabalhadores. O discurso de que o sucesso de uns só acontece à custa da exploração dos outros é uma visão comunista do mundo. E nenhuma economia comunista, quando se livrou do jugo dos seus ditadores, quis regressar a essa utopia. A história recente demonstra o erro que é colocar o Estado a gerir a economia.
A 10 de março, façamos a escolha correta, para deixarmos para trás a grande aldeia onde hoje vivemos, e passarmos à frente.