Nos últimos tempos, com o reaparecimento de Trump voltamos a focar a nossa atenção na guerra e na forma como a mesma se afigura em termos geopolíticos.

O perfil de Trump pouco institucional, emotivo, pouco estratégica, imediata, trará certamente uma grande imprevisibilidade nas relações internacionais e principalmente na questões da segurança de e entre países. Em termos práticos esta nova realidade coloca um ponto crítico nas instituições internacionais desvalorizadas pelo mesmo. Trump já o disse, numa visão mais empresarial e mais protecionista, vejamos a obrigatoriedade do reforço investimento dos países da NATO em defesa, sob pena dos EUA abandonarem está O rganização.

Com o Fim da História, preconizado por Fukuyama,colocam-se vários desafios aos países no sentido de defender a sua soberania.

Comecemos por dar nota da falta de investimento na área da segurança durante os últimos anos, “vítima” de uma suposta estabilidade internacional que assegurava a defesa entre países aliados, através das variadas Organizações Mundiais.

De repente a escalada de conflitos e as novas alianças, o investimento em tecnologia militar de países emergentes, faz mudar a realidade do dia para a noite.

Em relação a Portugal, assiste-se a uma crescente preocupação, tardia, com esta problemática.

A despreocupação com a questão de recursos humanos imperou, porque se achava impensável o momento atual.

A ajuda à Ucrânia trouxe ao de cima as verdadeiras fragilidades da nossa segurança, principalmente na falta de meios.

A rápida ascensão tecnológica e o aumento de tensões internas e externas, fez disparar o investimento interno em segurança e na sua legalização.

A incapacidade de “segurar “ os avanços tecnológicos nacionais, tirando partido do melhor que fazemos, diz muito acerca da nossa forma de atuação e incapacidade.

As recentes intervenções do Governo Português demonstra esta crescente preocupação e necessidade de investimento urgente na segurança interna e externa. Ao inscrever, pelo menos, 2% do PIB na defesa é uma atitude inteligente mas que coloca várias interrogações.

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Vejamos, num Mundo em que os avanços tecnológicos dominam a guerra e a sua forma de atuar, investir na valorização dos recursos humanos é sempre louvável, mas o recrutamento será o futuro?

Não basta afirmar que vamos investir em defesa. Sendo que parte desse investimento será certamente, também, em recursos materiais. Resta explicar onde será aplicado e em que área das nossas forças armadas o faremos. Será nos meios aéreos, quais? Será nos meios marítimos, quais? Será nos meios terrestres, quais?

Perante um futuro tão incerto ao nível das relações internacionais e da sua dinâmica estratégica, num país, também ele, geoestrategico, com um território tão diferenciado, onde serão aplicados os próximos investimentos e de que forma serão preponderantes e necessários para garantir a nossa soberania?

Trata-se de uma importante questão que carece de rápida explicação, sob pena da aplicação de verbas tão elevadas do PIB, não terem a necessária consequência, face a outros problemas e necessidades que assolam o nosso país e a Europa.

Veremos como vai o nosso País reagir aos atuais desafios,