Após e durante as cerimónias dos cinquenta anos do 25 de Abril de 1974, apercebi-me de umas estranhas movimentações sociais por parte das elites socialistas com exposição pública: nada mais, nada menos que o branqueamento do comunismo.

Isabel Moreira, deputada do Partido Socialista há vários anos, defendia nas redes sociais em resposta a uma deputada que afirmou ser agredida durante as celebrações que: “Não sei o que significa comunismo nunca mais. Os comunistas são os que mais contam em camaradas torturados. Nunca tivemos um regime comunista”.

É falacioso afirmar que Portugal nunca teve um regime comunista quando imediatamente após o 25 de Abril se deu o Processo Revolucionário em Curso (PREC), o objectivo do PREC, um grupo de comunistas era levar os rumos do país pela via Socialista. Todos sabemos que o Comunismo é o fim, e o Socialismo é a via, pelo que não me vou perder no aprofundar nessas definições embora comumente sejam pouco consideradas.

A realidade é que o grupo que incluía desde membros do Partido Socialista ao MRPP causou um enorme tumulto social grave com Vasco Gonçalves à cabeça. O grupo, impediu manifestações de Spinolistas em relação à gestão das ex-colónias e perante a possibilidade de uma contra-revolução liberal por parte destes, foram mesmo divulgados planos para que existisse uma matança dos “reacionários”. Uma contra-revolução foi tentada e falhou.

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Os Estados Unidos até já tinham planos caso “Os comunistas tomassem Portugal”, um deles incluía a ocupação da base das Lages, nos Açores.

O agora aparentemente inofensivo Partido Comunista Português era financiado pela União Soviética e Álvaro Cunhal bem como os graúdos do PCP dispunham de várias regalias. Aliás, foi também o líder dos comunistas que disse numa entrevista a Oriana Fallaci nesse período que “Nós, os comunistas, não aceitamos o jogo das eleições”.

Seguiram-se nacionalizações de grandes empresas, e expropriações de propriedade privada ignorando totalmente a vontade dos partidos Democráticos. Vasco Gonçalves queria instalar um regime Comunista em Portugal e não tencionava abrandar nas suas intenções. O clima social era de uma enorme violência.

A História não pode esquecer que também neste período conturbado, o CDS foi cercado no Palácio de Cristal por radicais comunistas sendo encurralados e vendo a sua segurança ameaçada com tiros e cocktails Molotov durante 12 horas.

Este período conturbado só veio a cessar com o 25 de Novembro de 1975 e é por isso que os sectores mais radicais desta esquerda saudosista do PREC insiste em ignorá-lo.

Também o filho do ex-Primeiro Ministro e actual presidente da junta de Campo de Ourique afirmava por estes dias, na rede Social X que: ““Comunismo nunca mais” é uma ideia ridícula e a comparação com o fascismo é ridícula e insultuosa”,  isto apesar de o parlamento Europeu ter aprovado uma resolução que coloca ambos os regimes, Comunismo e Fascismo em pé de igualdade. Mas não devemos ficar admirados que actualmente estas posições sejam consensuais no Partido Socialista, foram eles que deram o primeiro passo na sua normalização ao derrubar um governo democraticamente eleito, suportados nestas forças políticas, tudo pelo poder, como sempre foi.

O Comunismo é uma ideologia vermelha, vermelha de sangue que em Portugal mesmo após o 25 de Novembro ainda fez vítimas. Houve crimes de sangue por parte das FP25, um grupo organizado de extrema-esquerda que continuava empenhado “na revolução” e que levou a cabo quatorze assassinatos.

No mundo, o comunismo – ideologia totalitária, estatizante cujo objectivo último é a expropriação do individuo de si próprio para que se torne um servo, no total foi responsável por cerca de 110 milhões de mortos, aliás mais do que os da sua ideologia gémea: o fascismo.