Qualquer eleitor atento já percebeu que o CDS está nas mãos de um líder honesto, com caráter, sério e trabalhador.

Francisco Rodrigues dos Santos não é um catavento e já provou que não está no partido para resolver a sua vida, nem se vende para conquistar o partido com a distribuição de lugares. A sua vitória em janeiro de 2020 foi a vitória das bases, do militante anónimo, daquele que deu o grito de revolta contra os poderes instalados no partido dominado pelos mesmos de sempre.

A oposição interna no CDS começou exatamente no dia da sua vitória, mesmo que isso significasse a destruição de um partido ao qual durante anos comeram a carne e o deixaram em pele e osso.

Francisco Rodrigues dos Santos e a sua direção tiveram a coragem de se assumir candidatos depois dos piores resultados de sempre quer em europeias, onde o cabeça de lista até era o Dr. Melo, quer em legislativas, onde o partido desceu de 19 para 5 deputados. Francisco Rodrigues dos Santos e a sua direção tiveram a coragem de assumir um partido com uma dívida de 1,2 milhões de euros. E depois disto, o argumento de Melo e companhia é Francisco Rodrigues dos Santos não ter coragem e fugir ao combate?

Onde estava Melo em 2019? Estava escudado cobardemente naquela sua “convicção que um eurodeputado nunca deveria ser presidente do partido”. Onde está Melo em 2021? Com o partido no governo regional dos Açores pela primeira vez na sua história, com a dívida reduzida a metade e saído de umas autárquicas que o tornaram o único partido em Portugal presente nos executivos das câmaras das capitais de distrito de Lisboa, Porto, Braga, Coimbra, Aveiro e Funchal, Melo contraria-se a si mesmo e, mesmo mantendo-se eurodeputado, já é candidato.

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Desde que se assumiu como candidato, Melo, o obreiro do pior resultado de sempre em europeias, o crítico das coligações autárquicas mas que é eleito há vários anos presidente da assembleia municipal de Famalicão numa lista de coligação, desdobra-se em críticas destrutivas, em impugnações sem pingo de razão, como se o passado não existisse e como se ele, dono supremo da razão, tivesse algum argumento válido para esta vergonhosa campanha pública contra Francisco Rodrigues dos Santos que prejudica o CDS mas, acima de tudo, prejudica o país!

Nota-se claramente que o candidato Nuno Melo se sente um pouco perdido nesta corrida para a liderança do CDS. Começou no Conselho Nacional por criticar a data do congresso, devido a ser na data do congresso do Chega, que até foi marcado depois (alguém que se propõe liderar um partido como o CDS, começar por medir os seus avanços com base no Chega, não é um bom princípio) e justificando que não dava tempo de percorrer o país e esclarecer as bases. Dias depois, considera inaceitável adiar o congresso perante o cenário de crise política do país. Resumindo, para Nuno Melo o congresso antecipado, para dar a volta a Portugal, é cedo demais. Se for adiado, para escolher os candidatos a deputados, será tarde demais.

Num outro dilema, Melo, apresenta a sua candidatura sob o lema “Tempo de Construir”, no entanto desde essa altura já disse: que “a Secretaria-Geral fazia chapeladas”, que “o partido era a Igreja Maná”, “que havia atropelos democráticos e crimes lesa partido”, que “o Grupo Parlamentar devia ser consultado antes do anúncio do voto contra o OE e devia ir a Belém”, que o presidente do partido “não tem maturidade democrática” e que “a eleição do Senado era uma vergonha” só porque não tem lá quem em queria que estivesse.

Depois, a tática de Melo, passou a ser as impugnações. Acontece que montou toda uma roda que o ridiculariza a ele próprio. Vejamos: Melo diz que o Conselho Nacional que antecipou o Congresso é ilegal. Em seguida Melo diz que afinal o Conselho Nacional que desconvocou o Congresso é que é ilegal. Depois, Melo diz que vai recorrer para o Tribunal Constitucional porque o desrespeito pela decisão do Conselho Nacional de Jurisdição é ilegal. Após isso, Melo percebe que afinal a decisão do Conselho Nacional de Jurisdição sobre ilegalidade do Conselho Nacional é ilegal. Finalmente, Melo resolve que vai recolher mais de 4000 assinaturas para convocar Congresso que, se perder, será ilegal.

Resumindo, Nuno Melo, além de não apresentar ideias, de não construir nada e de tentar só e apenas destruir, ainda demonstra um ressabiamento terrível cada vez que tem uma câmara voltada para si. Já Francisco Rodrigues dos Santos, apesar de estar a ser interrogado sobre os devaneios de Melo de três em três horas nas redes sociais, ainda tem tempo para apresentar ao país as bandeiras do CDS.

Nas democracias, as maiorias devem respeitar as minorias, mas as minorias também devem acatar a autoridade democrática das maiorias. Por isso, espero que o Dr. Nuno Melo respeite as maiorias, de forma a que possa, também ele, ser integrado. Porque Portugal precisa do CDS!