A guerra dos preços dos combustíveis e de outros bens essenciais, como o preço da luz e das telecomunicações, que passaram a fazer parte também da lista dos bens essenciais, estão a obrigar as famílias portuguesas a escolherem entre dar comida aos seus ou alimentarem as viaturas com combustível para poderem deslocar-se para o trabalho.
As famílias viram com bons olhos a ilusória medida do governo, no que toca ao aumento do SMN, mas esta não foi nem é suficiente, tendo em conta os colossais aumentos a que temos vindo a assistir nos preços dos combustíveis, da água, da luz, telefone, bens que, nalguns casos, se podem considerar supérfluos mas que já fazem parte do dia-a-dia de qualquer cidadão.
Neste momento o salário mínimo de 705,00 euros fica muito aquém das necessidades de quem trabalha e aufere esse vencimento. Um casal em que cada membro ganha 705,00 euros tem um provento pecuniário de 1410,00 euros. Se pagar uma renda de casa de 400,00 euros, gastar mais 400,00 euros em alimentação, 200,00 euros em vestuário, 200,00 euros em gastos com a energia, a água e as comunicações, sobram-lhe 210,00 euros para combustível, correspondente a pouco mais do que atestar duas vezes o depósito, isto para não dizer que fica sem poder passear e ter outros gastos extra para lazer e cultura! Esta é a realidade que vivemos e vamos continuar a viver.
O desemprego está aí, é uma realidade, infelizmente! Temos de adotar medidas, para o combater!
Temos de repensar o sistema financeiro europeu, assim não estamos no rumo correcto! A guerra entre a Rússia e Ucrânia está a demonstrar-nos isso mesmo, a Europa não vai conseguir minimizar os danos desta guerra se não adotar medidas, como as de fazer um “reset” nas dívidas dos países europeus no sistema financeiro e das empresas e cidadãos.
A escalada do aumento dos preços na importação de produtos é uma certeza e não tem data para terminar! O aumento da pobreza está patente na nossa sociedade, pelo que temos de combater esta injustiça e este “atentado” ao mais elementar direito humano que é o da subsistência.
A economia está a regredir a uma velocidade nunca antes vista, a fome já não é uma miragem, mas sim uma realidade que vitima muitas e muitos portuguesas/es! O governo propõe-se aumentar os vouchers de combustível, mas esta medida pouco ou nada resolve, sendo de adotar outras medidas de estímulo às empresas e famílias.
Hoje vivemos tempos de escolhas diferentes, mas na sua essência muito idênticas ao tempo das décadas de 50-60, quando “uma sardinha era dividida por três”, fruto da crise do após II guerra, mesmo que Portugal nela não tenha participado.
As empresas precisam, portanto, de mais estímulos para que possam criar mais emprego. Para isso deve-se repensar todo o PRR para que as verbas nele consagradas vão de encontro às necessidades reais das empresas e não se direcionem apenas a algumas áreas de atividades, que pouco ou nada podem acrescentam na resolução dos problemas das pequenas e médias empresas e das famílias.
As candidaturas a fundos comunitários devem ser reforçadas, para combater o desemprego e sensibilizar as empresas para a criação de postos de trabalho.
Estivemos confinados, pela força da Covid-19, agora ficamos menos confinados mas limitados na nossa livre circulação por não termos posses para poder circular.
Importa aqui relembrar que quem aumentou os impostos sobre combustíveis, foram os mesmos que agora vêm com “golas antifumo” e extintores apagar este fogo “que arde sem se ver”!
A pandemia e a guerra não podem ser desculpa para toda esta escalada de aumentos injustos, alguns dos quais podendo estar a atentar contra direitos humanos dos cidadãos.
Finalmente, acresce que a morosidade da justiça na apreciação, julgamento e condenação das recorrentes situações de crimes de “colarinho branco”, quer no poder europeu, central, regional e autarquias, quer na sociedade em geral, onera o erário público, obrigado a pagar as avenças avultadas para a defesa dos envolvidos.
É necessário socorrer o flagelo social que se avizinha e adivinha, fruto da guerra entre Rússia e a Ucrânia!