Todos sabemos que a coligação que ganhou as eleições é constituída pelo PSD e pelo CDS — a AD, Aliança Democrática. A que foi formada depois das legislativas de 2024 é constituída pelo PS, pela esquerda e pelo Chega.

Sim, por mais estranho que possa parecer são os socialistas — que pediam à AD-Aliança Democrática que traçasse linhas vermelhas e que insinuavam e acusavam que esta iria governar com o Chega — que agora parecem esquecer-se dessas linhas e de tudo o que disseram e estão a fazer uma tentativa desesperada de governar enquanto oposição. Mas também não é de admirar, que assim seja, porque quem ouve Pedro Nuno Santos e o PS parece que nunca foram membros ou fizeram parte de um governo que esteve no poder nos últimos 8 anos e meio.

Quanto aos segundos, habituámo-nos a ouvir  o seu líder dizer “cobras e lagartos” (perdoem-me a expressão) do PS – que nunca fariam coligações, que nunca os apoiaria, que quando saíssem (do governo) era tarde… — para agora apoiar as iniciativas do PS.

Quem estiver mais atento,  também, já percebeu que o Chega diz, frequentemente, uma coisa e o  seu contrário e até no mesmo dia ou quase no mesmo discurso.

O certo é que, se em 2015, o PS e a esquerda fizeram cair um governo democraticamente eleito pelos Portugueses — pela primeira vez, um governo caiu na apresentação e votação do programa de governo –, agora estão a fazer uma coligação negativa, com vista a, mais cedo ou mais tarde, formarem governo. O que muda aqui é a integração do Chega nesta possível “nova geringonça” ou “Cheringonça”, sendo que,  para isto acontecer não me parece que seja o PS que está a defender políticas mais de direita, mas sim o Chega que está a defender políticas mais de esquerda e socialistas, políticas estas que sabemos como normalmente acabam, tendo sido o último exemplo disso, (depois de casos semelhantes em 1977 e 1983) em 2011 com a queda do governo socialista liderado por José Sócrates.

De facto é notório que desde esta aprovação do projecto do IRS apresentado pelo PS e viabilizado pelo Chega e por toda a esquerda, até ao facto de defender o controlo das margens de lucro das empresas entre outras, o Chega está cada vez mais socialista.

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