A pandemia da Covid-19 veio tornar ainda mais evidente a necessidade de uma geração mais digitalizada e tecnológica, sendo transversal a todas as indústrias a absoluta necessidade de muitas empresas se reinventarem para servir o mercado no futuro.

Ao acelerar vertiginosamente a adoção de novas tecnologias, a Covid-19 também expôs as vulnerabilidades cibernéticas e as crescentes desigualdades tecnológicas nas sociedades. Mais: não é suficiente depender das tecnologias, é preciso saber dominá-las, ter o controlo possível, educar e formar sobre os comportamentos de risco e como os evitar.

Os números dizem quase tudo. Em menos de 10 anos, a cibersegurança surgiu como um dos desafios mais relevantes para a economia global: de acordo com os estudos conhecidos, os investimentos terão ultrapassado os 119 mil milhões de euros por ano a nível mundial e atingiram um total de mais de 823 mil milhões só entre 2017 e 2021. Até 2030, segundo estes mesmos cálculos, preveem-se gastos globais coletivos acima dos 356 mil milhões.

Para ter em conta a realidade, basta olhar para os bancos, a braços com os concorrentes digitais, hoje quase sem estruturas físicas ou rostos humanos a quem se cumprimentar, para se perceber a dimensão dos problemas que iremos enfrentar, cada vez mais. Ou para os telemóveis, quase sem limites físicos, que nos servem de caixa de correio e de multibancos, servindo para pagar o estacionamento e até as compras nos supermercados quando nos esquecemos dos cartões eletrónicos em casa.

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É por tudo isto, mas não só, que a 7-Key organiza com a Polícia Judiciária (PJ) uma grande conferência sobre este mesmo tema – “Cibersegurança: Capacidades de defesa a ataques cibernéticos” é o título do evento – a partir das 9 da manhã do próximo dia 4 de maio na sede da PJ em Lisboa, contando com vários altos responsáveis e especialistas nacionais e internacionais, públicos e privados, da área da Segurança e da Justiça. Julgamos ser muito difícil ter um parceiro mais consciente e mais preparado do que a PJ para a necessidade de combater as diversas ameaças do terrorismo cibernético. Agradecemos a sua disponibilidade para nos ajudar na pedagogia democrática que queremos continuar a fazer, assim como ao nosso parceiro tecnológico, a NOS, pelo patrocínio e por ter a plena consciência da extrema relevância do tema e da ameaça.

O objetivo primordial deve ser precisamente o de consciencializar as organizações, as empresas e os indivíduos para a importância de se manterem (ciber)seguros. Por isso mesmo, procuramos também mapear, prevenir e perspetivar algumas iniciativas conjuntas de defesa aos ciberataques em Portugal.

É fundamental procurar oferecer uma segurança máxima nas telecomunicações, evitando elevados impactos económicos e sociais, ou a intrusão na confidencialidade das comunicações, em todas as áreas, mas sobretudo nas mais sensíveis, numa altura em que é consensualmente considerada fundamental a defesa de ciberataques na área das telecomunicações e infraestruturas, sector bancário e segurador – e mais ainda nos sectores da Segurança do Estado português.

Atualmente, como todos sabemos, a tendência do cibercrime é continuar a aumentar, sendo muito importante ajudar os utilizadores a perceberem o que podem esperar desta dimensão “cibernética”. Ajudar a melhor entenderem a psicologia e os motivos por detrás das ações dos cibercriminosos, sejam estes indivíduos isolados, ou grupos, “hacktivistas”, membros do crime organizado ou instrumentos de ataques patrocinados por outros Estados ou empresas concorrentes.

A noção da existência da ameaça é essencial, seja através de ações de formação nas organizações, seja individualmente, porque esta é uma das formas mais eficazes de evitar ataques bem-sucedidos. Sabemos que, na esmagadora maioria dos casos, o envolvimento da vítima é fundamental para que o processo de cibercrime seja concluído, com as técnicas de engenharia social a serem cada vez mais utilizadas para enviar mensagens mais personalizadas e diretas ao alvo pretendido.

As empresas podem enfrentar inúmeros problemas, quando expostas a um ataque bem-sucedido, que vão desde a paralisação operacional a multas cada vez mais altas relacionadas, por exemplo, com o Regulamento Geral de Proteção de Dados. Por tudo isto, mais do que nunca, a luta pela cibersegurança tem de ser um esforço conjunto de todos, do indivíduo e das instituições, sejam públicas ou privadas.