Decorreu, nos dias 11 e 12 de março, na cidade berço, o Conselho Nacional da Juventude Popular. Adaptado às circunstâncias do partido, onde os fundos são parcos, mas a força de vontade imensa, a Juventude Centrista reuniu-se em assembleia magna, por forma a discutir, preparar e organizar-se no plano de alcance político português. A JP, símbolo da juventude centrista, representa, idoneamente, os princípios democratas-cristãos, conservadores e liberais. Nos diversos discursos, encontra-se o que se considera ser urgente para a nação e as estruturas locais do próprio CDS/JP, assim como se escutam os relatos dos trabalhos já desempenhados nas concelhias ao longo do país.
De facto, o que nunca faltou ao CDS foi representação no país, ainda que esparsa. O CDS, nas últimas eleições, obteve mais votos que o Livre e o PAN. Por defeito do método eleitoral, estes elegeram em Lisboa, onde, diga-se de passagem, os votos são ao “desbarato”. Foi-lhes fácil eleger nesta região, uma vez que apenas precisavam de concentrar a sua campanha política nesta, enquanto o CDS teve de redirecionar esforços internos e de logística para atender a toda a realidade nacional. Estas assimetrias de esforços na área da capital teve o seu impacto na contagem de votos, que “atirou”, de forma ingrata, o CDS para fora da casa-mãe da Democracia portuguesa. Apesar deste duro golpe, o CDS manteve-se nas autarquias, na Europa e nos Açores, onde demonstrou, mais uma vez, uma capacidade de adaptação às realidades e de colocar os interesses regionais acima de querelas políticas, ao contrário do CHEGA e da IL.
Se a estes partidos, assim como a génese da esquerda, interessam as bacocas querelas populares, que fazem fulgor nos fóruns “desenfreados” das plataformas como o Twitter, Facebook, entre outras, ao CDS sempre interessou e interessam os problemas reais, com soluções reais. Neste método de trabalho, a Juventude Popular tem-se afigurado um elemento chave, desde a caravana com as propostas de habitação entregues ao Ministério tutelar deste assunto “quente” da sociedade, às contínuas propostas de incentivo fiscal à fixação jovem em determinadas zonas estratégicas, quer a níveis de empregabilidade, como de condições de vida, manifestadas nas diversas Assembleias Municipais e executivos camarários. Ora, aos problemas reais, devem seguir-se soluções reais e não outdoors em que a palavra “Vergonha” figura como elemento principal, ou onde as propostas de capitalização da própria vida humana, ao sacrificar a escolha humana, ainda que em menores condições económicas, nem, por último, em tiques totalitários de supressão do mercado, sem, na realidade, figurar o Estado nas próprias medidas.
Tais factos, que não entram nos tais fóruns de discussão, devem ser debatidos e levados à análise minuciosa dos “protagonistas” mediáticos, por forma a que estes compreendam o descalabro e descabimento das suas propostas populistas e bacocas. Assim como, ao Estado português, deve ser exigida uma inventariação, total, exaustiva e imparcial, de todo o património público, que aumenta de ano para ano, de modo a criar-se uma política de habitação, essencialmente jovem, que esteja voltada aos mais desfavorecidos economicamente, permitindo uma sociedade equitativa e não igualitária. E digo não igualitária, na medida em que nós, enquanto Estado, devemos promover oportunidades iguais, mas formas de lá chegar adequadas à individualidade de cada um, permitindo a que todos consigam alcançar o seu sucesso, dentro do que se “atreverem” a sonhar.
Os jovens, em último instante, são o “passo seguinte” dos governantes atuais. Foram os sucessivos anos de políticas de juventude frustradas que incutiram aos novos governantes a insensibilidade no que toca a questões sociais, revestindo as propostas de enriquecimento próprio em discursos “inclusivos” e na moda. A JP tem contrariado essa tendência, demonstrando que, mesmo liberal, se deve pensar nos mais desfavorecidos, mesmo conservador, se deve ter uma certa dose de progressismo e, mesmo utópico, se deve acreditar. Já o CDS, imbuído deste espírito, tem feito esforços quase sobre-humanos para continuar ativo no debate político, aproveitando o parco espaço mediático para expor assuntos concretos e importantes à realidade nacional, com impacto não para os dois meses, ou eleições seguintes, mas para o “passo seguinte”.