Portugal tem um problema demográfico, este é um fator que coloca em causa a sustentabilidade da Segurança Social e da própria economia, tornando-nos dependentes da mão de obra dos imigrantes.
Esta é uma das razões pelas quais a proposta do Chega não faz qualquer sentido, se por um lado muitos Portugueses emigram à procura de uma vida melhor e são bem acolhidos nos países que escolhem, por outro lado temos o dever de saber receber quem vier por bem e com o objetivo de trabalhar e aqui fazer vida.
É verdade que a subsidiodependência fomenta alguma “malandrice” contribuindo para a falta de mão de obra, mas não é menos verdade que as empresas também têm a sua quota parte de responsabilidade ao pagarem salários baixos, mas isso implica uma necessária mudança de mentalidades que levará o seu tempo.
Mas voltemos ao problema demográfico, hoje em dia são pouquíssimos os jovens casais que conseguem comprar casa e são muito menos os que para além da casa, ainda conseguem ter filhos com todas as despesas que isso acarreta.
Urge o Estado adotar medidas que permitam aos jovens construir uma vida e uma família, em vez desse desiderato, muitas vezes, não passar de um sonho difícil de alcançar. Essas medidas não passam apenas pela melhoria de rendimento dos jovens trabalhadores, terá que passar por verdadeiros incentivos à compra ou arrendamento de casa, pela disponibilização de creches e jardins de infância a preços acessíveis e um abono de família decente. Estes são apenas alguns exemplos do que pode e deve ser feito de imediato.
Há muito a mudar na estratégia deste País, todos temos consciência disso, mas poucos querem saber e quem governa também não tem coragem para implementar as medidas necessárias para uma verdadeira mudança, optando por umas medidas eleitoralistas avulsas que não resolvem coisa nenhuma.
Vejamos um exemplo bem elucidativo da falta de estratégia política e do caos em que nos encontramos, perante uma baixa taxa de natalidade, o SNS responde com encerramentos de Serviços de Urgência nas valências de Obstetrícia e Pediatria, isto não é normal!!!
Então se em Portugal nos debatemos com um número baixo de nascimentos de crianças, o incentivo que o Estado oferece os jovens casais são serviços de urgência encerrados?
Claro que assim não vamos lá, já para não pensarmos que se Portugal tivesse uma taxa de natalidade boa, isto seria um caos completo no SNS!
Enquanto se continuar a assobiar para o lado, sem encarar os problemas de frente com a necessária coragem, o País não vai para a frente e continuaremos a viver uma realidade triste e contraditória.