O termo (em português ‘dividir para reinar’) existe já há vários séculos e consiste em fragmentar um determinado grupo de modo a promover conflito interno e, consequentemente, facilitar o controlo.

O já velho Sars-Cov-2, vírus responsável pela COVID-19, veio trazer muito mais do que um problema de saúde pública.

Passámos os últimos dois anos a olhar para números sem realmente entender o que significam. Porque continuam os casos positivos a abrir telejornais? Porque continuamos a olhar para internados POR COVID e COM COVID da mesma forma? Porque não foi ainda adotada uma estratégia que visa sensibilizar as pessoas para os provados benefícios de uma alimentação (ver também aqui) e estilo de vida saudáveis? Porque damos mais importância à COVID do que a outras doenças que até aumentam a probabilidade de evoluir para uma COVID mais severa? Porque pregamos a indiscriminada administração de vacinas para uma doença com efeitos tão distintos dentro da população? Porque existem tantas perguntas a ser varridas para debaixo do tapete?

As vacinas! Falemos delas. Escolher não tomar a vacina contra a COVID-19 não é desrespeitar a comunidade científica. Não é desrespeitar a comunidade médica tão pouco. Não é sinal de irresponsabilidade, cobardia ou egoísmo; certamente não é motivo para ser colocado na caixinha dos negacionistas. Há que controlar este hábito de querer catalogar tudo e todos à nossa volta. Os que aceitam as direções dadas são ‘bons’ e merecem a nossa consideração, os que ousam questionar são ‘maus’ e negacionistas. O ‘nós’ e o ‘eles’. De repente, tornou-se totalmente aceitável discriminar com base no estado de vacinação. A divisão da população foi um sucesso. E tudo debaixo do nosso nariz.

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Hoje já se vão ouvindo críticas quanto ao caminho que a vacinação está a tomar. Outras relativas à falta de transparência no diálogo das autoridades de saúde. Outras mais realçam a falta de nexo entre a informação de hoje face à de ontem. Mas a verdade é que estes dados não caíram do céu há duas semanas, nem tão pouco há dois meses. Desde o início da pandemia que existem pessoas (profissionais, cientistas se quiserem) a levantar questões. Mas estes foram chamados negacionistas e descredibilizados. Em dois anos perdemos o que nos durou décadas a conquistar – a nossa liberdade, seja esta de mobilidade, de expressão, de opinião ou outra. Defendemos a democracia, a honestidade e a transparência, mas ignoramos todos os sinais de alarme no que respeita a restrição no acesso a informações importantes relativas a esta doença que todos falam com tanta certeza. Em vez de incentivar o diálogo sério, cancela-se toda e qualquer pessoa que tente expor uma ideia diferente do status quo. E, claro, em consequência, alimentam-se as mais hilariantes teorias da conspiração que até dão jeito, pois servem para descredibilizar o gigantesco elefante no meio da sala.

Agradeço muito que tenha chegado até aqui. Está agora no seu direito de discordar, criticar, apontar falhas de raciocínio. Não está, no entanto, no direito de me censurar, marginalizar-me ou cancelar a minha opinião por não ser a que quer ouvir. Mas esta é uma triste realidade por esse mundo fora. Pessoas que perderam os empregos, pessoas que foram proibidas de aceder a espaços públicos como se de criminosos se tratassem. Em França, pessoas não vacinadas não podem andar de transportes públicos. Nas Filipinas, não poderão sair de casa. Na Áustria, recusar a vacinação passará a ser crime.

Faz sentido?