Interessante fenómeno, o da inércia da esquerda perante o colapso do estado social. Principalmente porque outrora se revoltavam com situações menos gravosas. Será porque tiveram mãos no facto? Seja como for, no meu conhecimento limitado, parece-me que o modelo socialista da esquerda está obsoleto e, a cada mês que passa, o tempo vai levantando o véu e revelando os pilares delapidados desse modelo. Olhemos com atenção e objetivamente, fora da televisão e propaganda política, para os hospitais, escolas, tribunais, etc.: há uma evidente degradação dos serviços que estão sob responsabilidade do Estado. É este o legado do socialismo. Para piorar a situação, hoje confrontamo-nos com a hipótese de o PS ter o líder mais à esquerda desde a sua fundação, que nos quer levar no caminho inverso do bloco ex-soviético, passando da prosperidade à miséria.
Mas Portugal não está condenado a ser assim, esta crise pode ser parte de um processo mais importante na emancipação do povo português, que passaria sempre por reter o direito ao fruto do nosso trabalho, pois sem ele perdemos a liberdade e ficamos condicionados. O Estado socialista impõe-se hoje aos portugueses com um fardo fiscal pesado, com total desdém pelo trabalho dos cidadãos, desbaratando o nosso dinheiro sem qualquer retorno. Isto porque a esquerda não suporta a propriedade privada e depois recusa qualquer análise do seu desempenho quando dirige o Estado. O CDS destaca-se da esquerda por desejar a emancipação das famílias pelo seu próprio trabalho, e não a perpetuação da dependência das famílias em apoios e subsídios. Quem não tem emprego e depende de um subsídio do Estado não é livre.
O negócio da esquerda é confiscar o trabalho alheio para depois o distribuir, em forma diminuta, clamando para si os louros da riqueza que não criaram, e que muitas vezes destroem. Por isso monopolizaram a educação e saúde no Estado, com os resultados que estão à vista. O CDS sempre valorizou e promoveu o setor privado e social, como fontes de serviços eficazes, que podem contribuir para suprir as necessidades dos cidadãos. Nas eleições de 10 de março, os portugueses terão de ver a situação como ela é, e mudar as suas prioridades. Deverão exigir o direito à criação e acumulação de riqueza, sem medos nem complexos. Esta é uma prioridade emergente, sob pena de se seguir um caminho longo e penoso rumo à miséria.
No fundo, os portugueses têm alternativa: em vez de perder a fé na democracia, podem enriquecê-la com uma visão mais objetiva e menos ideológica da política. Terão de votar com consciência dos efeitos da intervenção política na sua vida: nas instituições, nas escolas, nos hospitais e nas várias dimensões de intervenção estatal. Não espere, caro leitor, por mim, nem pela televisão, nem pelos influencers para lhe dizerem o que pensar sobre a atual situação do país. Se ainda não viu, saia de casa e veja com os seus próprios olhos o fruto de 8 anos de hegemonia à esquerda.
Uma alternativa democrática tem de oferecer uma solução para os problemas. O CDS oferece respostas moderadas, sem radicalismos nem histeria e tem como objetivo emancipar os portugueses valorizando-os como indivíduos humanos. O CDS quer oferecer as ferramentas para que os cidadãos possam prosperar pelo próprio trabalho. Para esta visão alternativa ganhar forma, e Portugal avançar na sua emancipação, os portugueses deverão participar mais no processo político e terão de deixar a sua zona de conforto, pois estamos a passar de tempos de palavras para tempos de ação. Acredito que nós, portugueses, somos capazes de muito mais do que depender só de ajudas do Estado, da Europa, ou dos “banqueiros alemães”.