A chegada da pandemia da Covid-19 a Portugal trouxe diversas mudanças nos padrões de procura do setor imobiliário. São novas tendências que se têm vindo já a manifestar nos requisitos e desejos de quem compra um imóvel. Algumas dessas tendências vieram mesmo para ficar.
Nos últimos meses, verificámos um aumento da procura por moradias em detrimento de apartamentos. Interpretamos esta tendência como uma nítida consequência da crise sanitária e do período de confinamento social. As famílias decidiram apostar em espaços maiores, que permitam uma movimentação mais ampla e que incluam, por exemplo, jardins, terraços, varandas, assim como espaços versáteis e funcionais, que incluam áreas dedicadas ao teletrabalho ou à prática de desporto. Temos ainda comprovado que o cliente passou a dar mais valor à palavra “casa” e à importância que esta assume no seio da vida quotidiana. A procura por moradias tem sido mais vincada fora dos grandes centros urbanos, isto porque existe uma maior variedade de imóveis e os preços são também mais acessíveis.
Outra das tendências em crescimento no mercado imobiliário, e que emergiu com o surgimento da pandemia em Portugal, é o aumento da procura por terrenos ou lotes para construção. A pouca oferta de moradias nos centros das cidades levou a que as famílias começassem a investigar alternativas nas periferias. Os terrenos para construção têm sido uma opção bastante viável e selecionada pelo cliente, pois permite construir um imóvel residencial à medida do que desejam e no local de eleição. Uma tendência que se tem vindo a registar maioritariamente na região litoral do país e vem demonstrar a vontade do cliente em construir uma casa com especificidades, que até há seis meses atrás não eram tão valorizadas no momento de descrever o imóvel de sonho.
Quanto ao mercado do arrendamento em Portugal, temos registado também alterações significativas no modo de operar. A incerteza que vivemos atualmente no setor do turismo e a falta de inquilinos provenientes do estrangeiro, tem estimulado a conversão de imóveis de alojamento local para o arrendamento de longa duração. Neste momento, as tipologias menores são as que podem vir a sofrer mais reduções, uma vez que são o tipo de imóvel que os proprietários de alojamento local vão querer vender ou converter em unidades de longa duração. Na ERA, existem já alguns imóveis neste processo de conversão e que têm recebido o apoio dos departamentos processuais das nossas agências.
Apesar do momento excecional que vivemos, o mercado imobiliário em Portugal tem vindo a recuperar a sua dinâmica e a dar sinais claros de recuperação, continuando a manter-se como uma boa opção de investimento. É também por isso que continuamos sob os holofotes dos investidores estrangeiros, que mantém o interesse em Portugal, nos benefícios que o nosso país oferece e nas amplas oportunidades imobiliárias que existem um pouco por todo o território nacional. Será difícil avaliar o comportamento do mercado nos próximos tempos, mas sabemos que este é o momento de nos unirmos e trabalhar para a retoma económica do país.