Enfrentamos uma das maiores crises de saúde pública da história recente, que para além dos danos ao nível da saúde, também está a provocar uma grande crise económica, não apenas uma mera recessão normal do funcionamento dos ciclos económicos, mas algo que se pode equiparar à crise dos anos 20 do século passado.

É praticamente consensual que para responder a este fenómeno, os governos devem, através da política orçamental, criar grandes programas de estímulo à economia e de apoio às famílias e empresas. A aplicação destes planos irá provocará um desequilíbrio das contas públicas, gerando défices orçamentais elevados.

Por norma, os Estados financiam os seus défices recorrendo à emissão de dívida pública nacional. O problema é que muitos países da Zona Euro já estão demasiado endividados e não têm margem para emitir dívida em grande escala, sem correr o risco de gerar outra crise das dívidas soberanas.

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Como podemos observar neste gráfico, 7 dos 19 países da Zona Euro têm dívidas superiores a 90% do PIB, pelo que não têm capacidade para se endividarem mais de forma sustentável, mesmo com o BCE a manter as taxas de juro baixas.

Uma das soluções para resolver este problema é a criação de Eurobonds, ou seja, a emissão de títulos de dívida comunitária onde os Estados-membros partilham em conjunto o risco. Isto permitiria que todos os países se conseguissem financiar sem colocar em causa a sua sustentabilidade, e até conseguir taxas de juro mais baixas.

Um programa de estímulo à economia e de apoio às famílias e empresas a nível europeu será sempre mais eficaz do que respostas nacionais e descoordenadas, e as Eurobonds podem garantir o financiamento desse grande programa.

A União Europeia e a Zona Euro têm de mostrar que estão à altura do desafio que enfrentamos e que são capazes de garantir o bem-estar dos seus cidadãos.