Os recentes resultados dos exames nacionais de português em Portugal revelam uma preocupante queda nas notas, refletindo uma diminuição do interesse dos jovens pela língua portuguesa, influenciada possivelmente pelas redes sociais. A educação, sendo um pilar fundamental para o desenvolvimento da sociedade, necessita urgentemente de reforma. Irei defender uma abordagem liberal que promove a autonomia e inovação, com a adaptação do Ensino de Línguas Baseado em Tarefas (ELBT), que creio que pode revitalizar o não só o ensino da língua portuguesa, como também de outros idiomas lecionados no ensino escolar obrigatório. Este artigo defende a metodologia ELBT, e propõe políticas concretas para a sua implementação em Portugal tendo como base alguns países com sucesso a nível europeu.
O Liberalismo na Educação
Começamos com os princípios e benefícios, liberalismo na educação enfatiza a liberdade de escolha, a autonomia das escolas e a promoção da competição saudável entre instituições educativas. Estes princípios visam criar um ambiente onde existe:
Liberdade de escolha: As famílias podem escolher qual escola que melhor atende às necessidades dos seus filhos, sejam elas públicas ou privadas;
Autonomia das escolas: As instituições educacionais têm a liberdade para desenvolver currículos e métodos de ensino adaptados às realidades locais e às necessidades dos alunos;
Inovação e competição: A competição saudável entre escolas promove a inovação e a melhoria contínua da qualidade educativa.
Existem já algumas medidas implementadas em Portugal e na União Europeia, porém nem todos os princípios acabam refletidos de forma coesa.
Cheque-ensino: Uma proposta para permitir que as famílias escolham livremente as escolas através de vouchers financiados pelo governo;
Autonomia das escolas: Algumas escolas públicas já têm maior autonomia para adaptar currículos e métodos de ensino, porém não tão eficazes quanto se esperava;
Parcerias público-privadas: Cooperação entre o governo e instituições privadas para oferecer educação de qualidade.
A nível europeu, países como os Países Baixos, Suécia e Reino Unido já implementaram sistemas que promovem a liberdade de escolha e a autonomia escolar com sucesso. Já a Finlândia e a Estónia são também exemplos de países que adotaram reformas liberais para descentralizar os métodos e subsequentemente incentivam à inovação dos seus sistemas educacionais.
Ensino de Línguas Baseado em Tarefas
Conceito e Benefícios
O Ensino de Línguas Baseado em Tarefas (ELBT) é uma abordagem pedagógica que se concentra em usar a língua alvo através de atividades práticas e significativas. Em vez de focar na gramática e vocabulário de forma isolada, os alunos aprendem a língua enquanto realizam tarefas que simulam situações da vida real.
É claro que esta abordagem pedagógica inclui benefícios já testados em estudos de caso a nível mundial. Mas como assim é benéfico?
Engloba os alunos num contexto real ao aprenderem a usar a língua em contextos autênticos, aumentam a sua proficiência e confiança… já viram isso em mais algum lado? Possivelmente as aulas que mais vos ficaram na memória. Apela à integração e engajamento: as tarefas são geralmente mais motivadoras e envolventes do que métodos tradicionais de ensino, são estes mais conhecidos como: “Abram o livro na página X”.
Já para não falar do desenvolvimento de competências, porque além da competência linguística, os alunos desenvolvem habilidades como resolução de problemas, trabalho em equipa e pensamento crítico.
Implementação na Europa- quais são os países que já estão no degrau acima?
Damos em especial destaque os exemplos concretos e conhecidos pela sua braveza a nível educacional, a Suécia, os Países-Baixos, a Finlândia e a Estónia. Estabelecimentos de ensino destes países já utilizam o ELBT para ensinar línguas estrangeiras, integrando atividades práticas e projetos, sempre com o olhar sob o horizonte das novas tecnologias com metodologias ativas.
Proposta Política para Portugal
Para implementar o ensino de línguas baseado em tarefas em Portugal, opino à consideração as seguintes medidas políticas:
1.Formação de professores: Oferecer programas de formação contínua para capacitar os professores no uso de métodos baseados em tarefas;
2.Autonomia curricular: Aumentar a autonomia das escolas para adaptar currículos e incorporar ELBT de acordo com as necessidades dos alunos;
3.Parcerias e financiamento: Estabelecer parcerias com instituições privadas e ONGs para financiar projetos piloto e expandir esta dinâmica;
4.Avaliação e monitorização: Implementar sistemas de avaliação para monitorar a eficácia do ELBT;
5.Elaboração de estudos de caso: avaliar dados estatísticos baseados nos resultados deste método de ensino (poderá considerar-se a integração de estudos longitudinais, por exemplo).
Não seria bom sermos reconhecidos a nível internacional pela nossa qualidade de ensino? Comecemos a dar destaque ao ensino, à educação, porque a economia não circula sem conhecimento. Podemos estar a meio da escada para o sucesso educacional europeu português, mas vamos continuar na nossa zona de conforto em vez de largarmos o corrimão e continuarmos a subir?
Integrar o liberalismo na educação e adotar o Ensino de Línguas Baseado em Tarefas pode trazer benefícios significativos para o sistema educacional português. Promover a liberdade de escolha, a autonomia escolar e a inovação pedagógica são passos essenciais para preparar os alunos para os desafios do futuro. Aprender línguas através de tarefas práticas não só aumenta a proficiência linguística, mas também desenvolve competências fundamentais para a vida e o trabalho. A Iniciativa Liberal em Portugal poderá liderar essa transformação, promovendo políticas que incentivem um ensino mais dinâmico, relevante e eficaz.