A política, pela sua própria natureza, envolve a procura de poder e influência. No entanto, quando a mentira, a manipulação da informação e a omissão da verdade se tornam ferramentas para alcançar esses objetivos, algo está profundamente errado.

Lembro-me sempre da traição de António Costa a António José Seguro ou da mensagem de Pedro Nuno Santos para desbloquear uma indemnização como apenas exemplos mais recentes de um problema sistémico na nossa cultura política. Com demasiada frequência, toleramos comportamentos condenáveis ​​nos nossos governantes, que jamais seriam tolerados em cidadãos comuns.

A manipulação da informação através de estatísticas e números enganosos é outra arma perigosa no arsenal político. Governos e políticos frequentemente distorcem dados para criar a ilusão de sucesso ou para encobrir falhas. Temos visto isso, sobretudo na última década, na Educação.

Ou se manipula ou se omite. A omissão da verdade pode ser tão prejudicial quanto a mentira direta. Governos e políticos frequentemente omitem informações importantes do público, seja por negligência ou por intenção deliberada.

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Um exemplo recente é a forma como o governo português lida com os números do poder de compra e apresenta os dos aumentos do salário mínimo, dando a ilusão de que estamos melhor, quando as estatísticas dos organismos independentes dizem o contrário.

Verificar a tolerância da sociedade para com comportamentos antiéticos e imorais por parte dos governantes deixa-me estupefacto, para além de contribuir para a perpetuação de uma cultura de impunidade. Quando aqueles que detêm o poder não são responsabilizados pelos seus atos, a mensagem que se envia é que a ética e a honestidade não são valores importantes.

Nesse sentido, é necessário inverter essa cultura de tolerância e exigir mais dos nossos governantes. Precisamos de uma política baseada na verdade, na transparência e na responsabilidade.

É unânime a perceção dos perigos da mentira e da manipulação na política. A mentira é uma forma de violência que destrói a confiança na esfera pública e o tecido social. Devemos condenar a forma como os poderosos usam a propaganda e a desinformação para manter o controlo da sociedade.

É hora de exigir mais dos nossos governantes.