Podre está o Mundo quando mentimos para ultrapassar os problemas em vez de os confrontarmos para encontrar as soluções.
Desde o princípio da humanidade houve pessoas que se sentem diferentes dos restantes e que gostariam de mudar a sua circunstância.
Infelizmente, a Natureza não é perfeita, infelizmente e, por isso, algumas pessoas são afectadas por essas circunstâncias e isso é, sem qualquer dúvida, injusto e deve ser preocupação de todos tentar resolver ou minorar essa injustiça.
Isto passa-se tanto a nível físico como a nível psicológico: assim como fomos tentando resolver as deficiências físicas com que muitos nasceram – conseguindo inclusivamente operar ainda no útero da mãe, crianças que sem essa ajuda não teriam vida, ou teriam uma vida muito difícil e triste -, também o devemos fazer com todas as restantes circunstâncias.
Hoje, a ciência evoluiu a um ponto em que as dificuldades que muitos sentiram por não se reverem no corpo com que nasceram é cada vez mais possível e, apesar de estas operações deverem ser muito pensadas, cuidadas e acompanhadas, porque se trata de decisões e intervenções que afectam profundamente a estabilidade emocional e de vida da pessoa, é sem dúvida uma saída importante para quem dela necessita para viver melhor.
Contudo, nada justifica que inventemos uma realidade que não existe, simulando que esta mentira nos ajudará a solucionar a parte do problema que a ciência ainda não resolveu.
A transformação do sexo masculino no sexo feminino é essencialmente uma ajuda para quem, com enorme sofrimento, se sentia a viver no corpo errado, mas não é de nenhum modo a transformação de um homem numa mulher (ou vice versa).
Até hoje, ainda não foi possível dar esse passo transformativo que o permitisse.
Não vou entrar aqui na discussão dessa possibilidade, mas aquilo que temos que de saber é que a mulher que nasce mulher não tem de se abster de se orgulhar das suas características femininas de mulher para, através de uma mentira, se tentar ultrapassar a frustração de todos quantos gostariam de ter essa condição.
Não é uma questão de religião, não é uma questão de cultura, é apenas uma questão de verdade.
O conceito woke, com que alguns pretendem destruir os conceitos de verdade em que se baseou todo o desenvolvimento da sociedade ocidental, está a prejudicar a afirmação de uma maioria enorme que tem de ser censurada para que não se enfrentem os problemas que temos e que não conseguimos ultrapassar.
A pessoa que muda de sexo e que, porque tal não é possível, não passa a ter verdadeiramente as características do sexo que pretendia adquirir, poderá enfrentar um conjunto de frustrações importantes e que, mais uma vez, devem preocupar-nos no sentido de encontrar uma solução de bem estar para essa pessoa.
O que não podemos permitir é que nos obriguem todos a sermos condicionados, castrados na nossa formação de homens e de mulheres, apenas porque assim podemos fingir que somos todos iguais.
Não somos.
Há injustiça no Mundo, mas o que temos de ter não é igualdade através da mentira, mas sim igualdade dentro da diferença.
A solução passa por assumir essa diferença e conviver com ela de uma maneira igual, e não por fingir que a diferença não existe.
Somos homens e mulheres os que somos homens e mulheres, são transexuais os que o são, e são de determinada raça os que são de cada raça.
O que temos de ser é tolerantes e amigos de todos e ajudar cada um a estar bem com o que é.
Por isso, eu acho que o governo errou.
Não há pessoas que menstruam, há mulheres.