A Maria tem 36 anos. Tem uma licenciatura e uma pós-graduação, mas na empresa onde trabalha como quadro superior recebe menos que o seu colega João, colega com a mesma categoria. Hoje a Maria tem uma reunião importante, mas não vai poder participar pois o filho Pedro, de 5 anos de idade, está doente.

Esta descrição é ficção, mas qualquer semelhança com factos ou situações da vida real não é mera coincidência.

De facto, atualmente as desigualdades entre homens e mulheres ainda persistem. Embora as mulheres continuem a dominar no ensino superior (quer ao nível de licenciaturas e mestrado, quer ao nível dos doutoramentos) são os homens que continuam a ocupar um maior número de lugares na docência e na liderança de instituições de ensino superior (existem apenas 8 mulheres a ocupar cargos de liderança num total de 36 universidades ou politécnicos em Portugal).

Já ao nível empresarial apenas 6% das mulheres ocupam cargos de liderança, sendo que continuam a enfrentar situações de disparidade ao nível da progressão profissional.

As disparidades são ainda evidentes ao nível salarial embora, sendo que, em média as mulheres recebem menos 23% do que os homens com as mesmas profissões.

De acordo com vários estudos ainda serão necessários 132 anos para alcançar a igualdade de género e 152 anos para alcançar a igualdade de género no trabalho.

Neste sentido, para se atingir a igualdade de género as organizações devem adotar medidas efetivas, nomeadamente, horários de trabalho flexíveis e apoio aos cuidados a crianças e ou dependentes, remuneração mais competitiva e programas de desenvolvimento pessoal.

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Ao nível pessoal, também as mulheres devem definir estratégias de conciliação da vida profissional e familiar, que permitam uma gestão mais eficaz da sua carreira.

  1. Dividir tarefas com o companheiro/a. (Também os/as filhos/as podem contribuir, realizando pequenas tarefas adequadas à sua idade e características pessoais).
  2. Estabelecer uma rotina e/ou um plano de gestão do tempo (e.g fazer uma lista de tarefas).
  3. Ser assertiva (saber dizer não a tarefas/pedidos que não são razoáveis).
  4. Ser realista (não é possível fazer tudo de forma “perfeita”, pelo que é importante confiar nas competências pessoais e priorizar o que é importante).
  5. Trabalhar apenas durante o horário de expediente (evitar consultar o email, fazer telefonemas ou agendar reuniões fora do horário de trabalho).
  6. Praticar o autocuidado.

O autocuidado consiste na realização de várias ações destinadas a promover o bem estar próprio e é essencial na gestão da vida pessoal, familiar e profissional. Realizar atividades diversificadas e prazerosas, praticar exercício físico, ter hábitos alimentares e de sono saudáveis são essenciais para a saúde física, mental e emocional. O autocuidado melhora a autoestima, o autoconhecimento e aumenta a produtividade.

Neste Dia Internacional da Mulher dedique mais tempo a si própria, vai ver que compensa!