Em Março de 2002, um técnico de telecomunicações, de 25 anos, entrou em contramão no IC1, matando quatro pessoas. Conduzia com uma taxa de alcoolemia de 2.89 gramas de álcool por litro de sangue. O Tribunal de Vila do Conde, em Abril de 2003, condenou-o à pena máxima de 25 anos de prisão por 4 crimes de homicídio simples.

Em Julho de 2018, um socorrista, bombeiro de formação, conduzia uma ambulância quando, numa via recta, colidiu com intensidade na traseira de um camião de caixa aberta, que seguia à sua frente. Como resultado do embate, o doente de 91 anos, que estava a ser transportado, foi projetado para a frente e depois novamente para trás, acabando por embater com a cabeça contra as rodas de uma cadeira que estava atrás da cabeceira da maca, o que lhe provocou a morte. O socorrista tinha averbada na sua carta de condução a obrigatoriedade de fazer uso de óculos de correção para o exercício da condução, mas não os usava na ocasião. Em Janeiro de 2023 o Tribunal da Relação de Évora confirmou a decisão do Tribunal de Santarém, que o condenou a 20 meses de pena suspensa por homicídio por negligência.

No seguimento de uma investigação iniciada há mais de 10 anos, em Novembro de 2014 um primeiro-ministro é detido à saída do aeroporto. É acusado de corrupção passiva, fraude fiscal, branqueamento de capitais e falsificação de documentos. Preso preventivamente, é libertado passado menos de um ano. Em Abril de 2021 o juiz de instrução decide levar o caso a julgamento, pronunciando o arguido apenas pelos crimes de falsificação de documento e branqueamento de capitais. Em Fevereiro de 2023, não há data marcada para início do julgamento.

Em Agosto de 2014 um grande banco privado, do mesmo país daquele primeiro-ministro, é resolvido – uma figura de estilo que significa salvo da falência pelos contribuintes. Uns dias antes o banqueiro é constituído arguido e libertado sob fiança. O número de processos em que se vê envolvido atesta bem a dimensão do banqueiro: em 2018 contabilizava um total de 9 processos. Já acusado em vários, em Março de 2022 é finalmente condenado a 6 anos de prisão efectiva num deles. Alegando doença, quase um ano depois ainda não começou a cumprir a pena.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR