No rescaldo da apresentação da candidatura de Tiago Mayan à liderança da Iniciativa Liberal, que deve ser vista como um forte sinal de pluralismo democrático, cabe refletir sobre que caminho queremos para tornar Portugal Mais Liberal.

Um caminho que se apresenta como qualquer outro, com oportunidades e ameaças, mas um caminho onde o liberalismo encontrará um lugar de destaque.

A Convenção

A VIII Convenção Nacional da Iniciativa Liberal demonstrou duas realidades distintas, uma em cada dia, mas ambas positivas, na minha opinião.

No primeiro dia de debate estatutário ficou claro que a força do partido não inicia e termina nos seus órgãos e que são as bases dos partidos quem efetivamente dita o rumo dos mesmos, não falando claro de partidos onde o centralismo democrático reina.

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Neste debate ficou provado que a Iniciativa Liberal é um partido de quadros, com diversos membros com intervenções de grande nível, de uma capacidade excecional, e que o partido tem de ser capaz de aproveitar todo o seu potencial.

No final, os membros decidiram manter os atuais estatutos, não atribuindo a maioria qualificada necessária a nenhumas das duas propostas globais que se encontravam a discussão. A conclusão óbvia, do meu ponto de vista, é que em revisões estatutárias futuras deveremos rever os processos para que haja um consenso alargado entre os membros nos pontos a serem alterados.

No segundo dia, o debate alargado em torno do novo programa político da Iniciativa Liberal foi um sucesso e obteve uma aprovação quase por aclamação, dado que era um documento transversal, assente na ideologia liberal, que no fundo é o que nos une a todos enquanto membros deste partido.

No final, ficou comprovado que um partido unido, coeso e com o foco no ideário liberal poderá efetivamente mudar mentalidades em Portugal e transformar o país num exemplo à escala europeia e, indo mais longe, mundial, como o fomos outrora.

A conjuntura

Nos próximos meses grande parte dos partidos portugueses será posto à prova. A Iniciativa Liberal não é exceção. A discussão em torno do orçamento de estado, que decorrerá nos próximos meses, constitui um desafio à resiliência e estabilidade política de Portugal sem precedentes.

Numa altura em que a polarização política atinge máximos históricos pelo mundo fora, em Portugal o desafio é tremendo, mas em qualquer adversidade há uma oportunidade.

Com um PSD a enfrentar a sua primeira grande prova de fogo e a necessitar de todo o apoio possível e imaginário para manter a estabilidade governativa do país, com um PS desnorteado onde o próprio partido parece já ter percebido que Pedro Nuno Santos não tem maturidade política para o cargo que exerce, com um Chega a tentar encontrar um rumo depois do desaire das últimas eleições europeias e com o resto dos partidos de esquerda na lista de dispensados do plantel da Assembleia da República, existe efetivamente uma grande oportunidade para a Iniciativa Liberal.

Desde a sua fundação que os liberais nunca atuaram com um governo de centro/direita e, neste orçamento de estado, terá de ficar demonstrada a maturidade e capacidade que atingimos enquanto partido, deixando um sinal claro ao país que este partido ambiciona, tem capacidade e um dia será governo em Portugal.

O futuro imediato

A oportunidade liberal no debate e negociação deste orçamento de estado traduz-se na real implementação de medidas impactantes na vida dos portugueses, demonstrando assim as vantagens de o liberalismo vingar em Portugal e a falta que tem feito nas últimas décadas. Só com medidas liberais claras nos sectores da Habitação, Saúde, Educação e da tão falada redução de impostos tanto para os cidadãos como para as empresas, conseguiremos demostrar que o ideário liberal e a Iniciativa Liberal podem ser atores preponderantes na cena política nacional.

A Iniciativa Liberal tem um futuro brilhante pela frente, um futuro em que todos os liberais, membros do partido, simpatizantes e eleitores unir-se-ão em prol de um bem maior: Portugal. O destino depende de nós e se o que nos une é o liberalismo, todos somos poucos para os desafios que nos esperam e todos têm mesmo de contar.

Os próximos meses serão uma oportunidade para solidificar e maturar o destino liberal no nosso país. Todo o debate contribui para o enriquecimento das ideias Liberais e é demonstrativo dos benefícios do pluralismo. A Iniciativa Liberal tem de ser exemplo e estar na vanguarda da defesa do pluralismo de ideias, começando internamente. Façamos desta oportunidade a verdadeira projeção do liberalismo que Portugal tanto precisa!