Foi publicada uma portaria, que aponta para a possibilidade de surgirem práticas inovadoras e cria condições de melhoria do sistema educativo português. E o crítico da proposta aproveitou para difamar o projeto que melhor representa a mudança necessária e urgente: a Escola da Ponte. No Observador, Luís Torgal tece calúnias, certamente, por nunca ter lido os relatórios de avaliação externa, que provam a excelência académica e a inclusão social, que essa escola produz.

O autor do artigo critica o uso do eduquês. Reconheço pertinência nessa crítica, porque quem não sabe ensinar desiste do árduo chão da escola, faz um doutoramento qualquer, incorre no facilitismo de dar aula na universidade e publica papers em eduquês. Porém, o articulista também cometeu um facilitismo. Eu nunca me atreveria a dissertar sobre religião – domínio em que o Luís é especialista – mas o Luís atreveu-se a alvitrar no domínio das ciências da educação.

É longo o cortejo de alarvidades debitadas na comunicação social por pessoas, para as quais as ciências da educação ainda são ciências ocultas. Arrogam-se o direito de dizer tolices, de criticar aquilo que não são capazes de entender. E metem no mesmo saco o eduquês (a sofisticação do discurso, que não oculta a miséria das práticas), o facilitismo (que faz dos alunos cobaias) e propostas que, praticadas (como a da Escola da Ponte), contribuiriam para garantir a todos o direito à educação. Essas pessoas geram confusão, reforçam preconceitos, prestam um péssimo serviço à Educação.

Eu havia decidido ignorar a verborreia dos críticos e os insultos debitados em comentários nas redes sociais. Mas, sarcástico, Luís Torgal afirmou serem as minhas concepções controversas, românticas e lunáticas. Que o prove! Que aceite um fraterno convite para um debate público fundamentado no bom senso e numa ciência prudente.

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