A alienação do Rock in Rio há muito que é uma realidade atroz. A malta que organiza aquilo optou por deixar de lado a génesis que, em tempos idos, era a matriz condutora de um evento que deu esperança ao povo que gosta de rock. A cultura pop, aliada a uma visão capitalista macabra – como tantas outras que por aí vagueiam -, superou a da cultura rock, aquela que inspirou o surgimento do referido festival, há décadas. A grande parte dos artistas convidados não são roqueiros, são outra coisa qualquer, mas não roqueiros. Nada contra, mas o acontecimento deveria passar a chamar-se “Algum, mas Pouco, Rock no Rio” ou “Pop, Pop e Talvez Algum Rock no Rio”. As críticas legítimas têm sido recebidas pela organização de forma leviana. Pouco lhes importa e “vai quem quer”, dirão. E é verdade. Mas a verdade, também, é que o pessoal que depositava, há anos, esperanças neste festival – ou algo do género – tem vindo a desistir das queixas, e bem. Também eu já tinha caído na falência de tentativas. Aguardemos com a expectativas dos prudentes que artistas tais como Ivete Sangalo, Fernando Daniel ou a Carolina Deslandes “rebentem” com o Palco Mundo no momento de entoarem, em uníssono com o público, “Sweet Child O` Mine” ou “Sultans of Swing”, como tão bem sabem fazer. A título pessoal, só espero mesmo que a Carolina Deslandes não resolva partir a guitarra contra o chão do palco no final do concerto, como foi ensinada pelos seus ídolos que a instruíram nesse sentido, os Aerosmith. Estou a brincar. Não foram nada. Nem sequer os conhece. Acho eu.

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