A festa foi bonita, não havia necessidade. Lá rumei, eu e muitos milhares de adeptos mais, para assistir ao vivo ao Benfica vs Porto.

Boa casa. Do jogo salvaram-se alguns momentos e o resultado, lá saltámos para a frente da classificação.

No final saí após a saudação à equipa do Glorioso. Não assisti, felizmente, ao triste momento do qual tive mais tarde conhecimento através das redes sociais: o pasodoble emitido no sistema de som do estádio aquando da saída da equipa do Porto.

Muito foleiro. De mau gosto. Pessoalmente, fiquei envergonhado pela atitude do meu clube. Desculpem lá todos aqueles que, pelos vistos, gozaram com o prato: não foi uma coisa dignificante para ninguém.

O Sport Lisboa e Benfica tem de dar o exemplo em todas as frentes. Seja na forma como se bate dentro das quatro linhas, seja na forma como os seus dirigentes balizam a sua atuação do ponto de vista ético e legal.
E isso passa por saber receber as equipas e os adeptos que nos visitam. Sempre.

Os dirigentes desse clube não têm (sobretudo se for essa a sua decisão) de ficar na tribuna presidencial nem de participar no repasto da praxe. E não temos de andar aos beijos e abraços aos adeptos rivais, que esta coisa dos clubismos nem sempre se presta a essas coisas…

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Mas temos, isso sim, de cultivar o desportivismo, valor que está no ADN do Benfica. Há que saber ganhar.
Ter passado aquela música no momento da saída da equipa adversária foi feito com intencionalidade, diga-se agora o que disser. E foi feito com a intenção de achincalhar e humilhar os adeptos e atletas do Porto.

O Benfica não é isto. Por muitas provocações (e foram várias) que nos tenham sido feitas no passado, não devemos responder na mesma moeda.

É que sabemos como isto começa, mas não se sabe como isto acaba.

Ação gera reação. Começa-se por um pasodoble no final de um clássico, passa-se para um “chamem a polícia” (música famosa do grupo musical Trabalhadores do Comércio) no jogo seguinte no estádio desse rival e num abrir e fechar de olhos temos cabeças partidas e malta no hospital. Aos responsáveis e dirigentes desportivos exige-se responsabilidade. Muita responsabilidade.

Não foi isso que se viu. Os iluminados que decidiram passar aquela música naquele contexto tiveram uma decisão muito infeliz.

Pelo que me é dado a perceber, por algumas coisas que leio, no Benfica alguns podem fazer o que entenderem e com isso prejudicar o clube, sem serem responsabilizados pelos seus actos. Pelos vistos, os responsáveis da SAD não sabem e/ou não querem saber.

Um pasodoble e sacode-se a água do capote como se nada fosse, grande pinta. É pena.

Mais do que a multa (simbólica) que o clube vai ter de pagar por esta lamentável escolha musical, ficará o desagrado de largos milhares de adeptos e de sócios, que não se revêm neste tipo de atitudes. Alguns desses também cobrarão a fatura um dia…

Sócio do Sport Lisboa e Benfica