Já todos ouvimos falar de parasitas. Os parasitas na natureza são seres vivos que, apesar de conseguirem sobreviver fora de um hospedeiro, é neste que encontram as condições ideais para prosperar. Uma verdadeira relação simbiótica entre dois organismos de espécies diferentes, no entanto com um dos organismos a beneficiar da relação à custa dos outros. Um exemplar notável de parasitas é o Hairworm, ou Neatomorpha, o qual é capaz de controlar movimentos da sua hospedeira (minhocas) e levá-la a ter um comportamento errático, a realizar atividades que são contranatura, provocando-lhe por fim a morte. Este jogo de controle biológico é prova desta complexa relação, revelando os mecanismos surpreendentes da natureza.
No entanto os parasitas não são os únicos seres que conseguem atuar desta maneira. Há pessoas e partidos políticos que também agem de forma semelhante e, apesar da sua menor dimensão, são capazes de aplicar técnicas para controlar os seus “hospedeiros” e provocar comportamentos erráticos e contranatura. Só pela existência de parasitas é que se consegue perceber algumas das opções que o maior partido da coligação tem tomado ao longo da sua legislatura.
Tal como acontece com os parasitas, acredito piamente que, fruto do seu comportamento nos últimos 3 anos, o CDS sobreviverá de forma muito deficiente em eleições, razão pela qual irá continuar a querer impor a sua presença junto do PSD, implicando a realização de acordos contranatura com a pretensão de tentar garantir a sua autonomia e dessa forma sobreviver a todo o custo nas Regiões Autónomas. Foi assim na Madeira, em que custaram a maioria absoluta do PSD e forçaram um acordo com um perigoso partido proibicionista e de ideais extremos, e vai ser assim nos Açores, por ocasião das próximas eleições regionais, isto se o hospedeiro não realizar qualquer tipo de alteração a esta coligação.
Conforme já tive oportunidade de referir em artigo anterior, não faz sentido qualquer partido político apresentar-se coligado em eleições regionais, sendo que estas apenas servem para dar força aos parasitas que à custa dela sobrevivem e que nada acrescentam ao governo a não ser vaidades políticas.
Enquanto liberal, acredito em meritocracia, nomeadamente num sistema onde as recompensas e oportunidades são distribuídas com base no mérito individual, estimulando a competição saudável, incentivando esforços pessoais e talentos, impulsionando a inovação e a produtividade. Além disso, a meritocracia reduz a influência de conexões políticas e favorecimentos, fortalecendo a confiança no sistema.
As candidaturas isoladas oferecem mais vantagens, permitindo que os eleitores escolham os partidos com base nas suas qualificações e nas suas ideias, ao invés de ficarem limitados a escolhas impostas por acordos de coligação e que pode, condicionar as ideias de cada partido político. Só assim podemos promover uma maior representatividade de ideias políticas e garantir que os eleitos se encontram alinhados com as preferências dos eleitores, solução que permite fortalecer a nossa democracia!